sábado, 30 de dezembro de 2017

O VALOR DE UMA LÍNGUA INTERNACIONAL

O texto abaixo é do Iniciador da língua Internacional, o Esperanto, o médico e linguista polonês, Luiz Zamenhof. O título original é: “O Valor da linguagem humana”.  Mas como sua ideia é defender e mostrar o valor e a oportunidade de se ter uma língua internacional, o título foi assim modificado. Publico tal texto em atenção ao assim chamado Dia de Ação pelo Esperanto (“Ago Tago”), comemorado no dia 15 de dezembro, a cada ano.

Alguma vez os senhores já pensaram sobre o que propriamente foi que elevou tão alto a humanidade, acima do nível de todos os animais, que na realidade, são constituídos segundo o mesmo tipo dos homens?

Devemos toda nossa cultura e nossa civilização unicamente a uma coisa: à posse da linguagem, que nos permite permutar pensamentos. Que seria de nós, altivos reis do mundo, se não pudéssemos, pela linguagem, comunicar-nos uns com os outros? Se cada um de nós tivesse que começar de novo a elaborar, com experiências próprias, todo o seu saber e inteligência, em lugar de fazer uso – graças ao intercâmbio de pensamentos – dos já prontos frutos da experiência e dos diversos conhecimentos adquiridos durante milênios por milhões e bilhões de criaturas semelhantes a nós? Não estaríamos um único degrauzinho acima dos diversos animais que nos cercam e que se mostram tão estultos e incapazes!...

Mas se a possibilidade mesmo incompleta e limitada de intercâmbio dos pensamentos teve para a humanidade uma significação tão grande, imaginai que vantagem imensa, incomparável seria para toda a humanidade uma língua que desse toda a plenitude ao intercâmbio dos pensamentos, e graças à qual não somente A tivesse a possibilidade de comunicar-se com B, C com D, E com F, senão, também, pudesse cada um deles comunicar-se com todos os outros!

Nem mesmo uma centena de grandes invenções e descobertas importantes fará na vida da humanidade uma revolução tão grande e tão benéfica como a adoção de uma língua internacional!


(Ludovico Luiz Zamenhof: extraído do Curso de Esperanto – Pela Bíblia, de Ismael Gomes Braga, publicado pela Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1963)

Uilso Aragono (Dez de 2017)

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

ORIENTAÇÕES PARA UMA BOA REDAÇÃO

Aproveitando o momento do ano em que o ENEM acontece, apresento, neste blogue, algumas orientações sobre a elaboração de uma boa redação. Orientações essas que podem (e devem) ser aplicadas a qualquer tipo de texto e, inclusive, para palestras, sermões e similares.

O que é uma boa redação?

            É uma expressão escrita que transmita ao leitor informações, ideias, opiniões e que lhe provoque algum tipo de reação – concordância, discordância, alegria ou tristeza, indignação ou animação... Uma boa redação não deixará o leitor neutro após a sua leitura.

Delimitação do Tema

            Após a escolha do tema, há necessidade de se DELIMITAR o assunto, buscando-se adequar a amplitude temática aos objetivos do autor e ao tipo do leitor a que se destina o texto. Exemplo: pode-se falar de Religião (ou do fenômeno religioso) no mundo, no Brasil, na história do homem, na atualidade ou no passado, no presente ou no futuro, etc.

Ter claro o objetivo

            O objetivo a que se propõe o autor, isto é, a tese a ser defendida diante do leitor, deverá estar bem clara, sem margem a dúvidas. O autor deverá já ter refletido suficientemente o assunto, ou dominá-lo bem, de tal forma a poder desenvolver a argumentação de forma clara e objetiva.

Escrever com clareza e objetividade

            Um assunto, ou uma ideia, pode ser exposto de diversas formas: com objetividade ou confusão, com clareza ou obscuridade, com simplicidade ou complexidade. A clareza e a objetividade do texto dependem da clareza mental do autor quanto à classificação dos argumentos em essenciais (fundamentais), complementares (ou secundários) e ilustrativos (ou terciários). Com pouco espaço, somente os argumentos essenciais serão expostos.

Sobre o bom esquema da redação

            Um bom esquema de redação envolve pelo menos: introdução, desenvolvimento dos argumentos e conclusão.

Sobre a introdução

            A introdução é a parte inicial da redação em que o autor expõe o assunto e tenta atrair o interesse do leitor sobre ele. Deve-se começar o texto com uma boa frase de impacto. É esta frase inicial que provocará a curiosidade do leitor, despertando nele a vontade de ler o texto. Sem uma sentença inicial impactante, o leitor poderá perder o interesse em continuar a leitura do texto, por não ter tido uma boa motivação.

Sobre o desenvolvimento

            A parte de desenvolvimento é a alma do texto e deverá conter todos os argumentos necessários à defesa da tese do autor ou ao convencimento do leitor sobre as ideia lá defendidas. As ideias deverão ser apresentadas com coerência, escolhendo-se, com cuidado, a ordem do seu aparecimento. Argumentações opostas às do autor, e mais conhecidas pelo leitor, devem ser apresentadas e comentadas, buscando-se identificar seus pontos falhos em comparação com aquelas defendidas pelo autor.

Sobre as partes do desenvolvimento

            É interessante par ao autor, ao esquematizar o texto, tentar prever os itens relativos ao desenvolvimento da argumentação. Estes serão, então, colocados na ordem mais lógica e cronológica possível. O desenvolvimento (a escrita) da redação somente deverá ter início após o término desta fase de definição esquemática do desenvolvimento, quando, então estará bem clara, para o autor, toda a força da argumentação.

Sobre a conclusão

            Tão importante como a frase impactante e motivadora do início da introdução é a conclusão, em que devem ser resgatadas todas as argumentações do autor, expostas ao longo do desenvolvimento do texto. Deve-se iniciar a conclusão de uma forma tal que o leitor não tenha dúvidas de que se esteja concluindo o texto: “em conclusão”, “finalmente”, “portanto”, “concluindo”, etc. Importante lembra que o leitor eficiente lerá a introdução e a conclusão de um texto mais longo, buscando identificar a validade do esforço da leitura completa. Se o assunto interessar, ele poderá ir direto à conclusão para verificar os principais argumentos do autor e decidir, então, se vale a pena ler todo o texto, ou não.

Os principais pontos do esquema de uma redação

            O esquema de uma boa redação deverá conter, portanto, e do ponto de vista do autor:
               Delimitação do tema (para o próprio autor);
               Objetivo (para o próprio autor);
               Introdução ou Frase de impacto;
Itens do desenvolvimento, com os diversos subtítulos a serem percorridos na argumentação;
               Conclusão.

Sobre o texto, propriamente dito

            O texto deverá evitar o uso do pronome pessoal de primeira pessoa, embora, em algumas ocasiões, isto possa acontecer, como: “Estive conversando, recentemente, com fulano de tal...”. Não se utiliza a segunda pessoa do singular (você ou tu) para apresentar ideias ou comportamentos: “Você não pode achar que a pena de morte seja inquestionável...”. É preferível escrever: “Não se pode achar que a pena de morte seja algo inquestionável...”. É a chamada escrita impessoal.

            Frases longas devem ser evitadas, preferindo-se períodos mais breves. Ideias complementares podem ser colocadas em períodos subsequentes, para não atrapalhar a fluidez e a clareza da ideia do período anterior. Por exemplo: “A censura, muito utilizada em décadas passadas, e que era definida de cima para baixo, de forma pouco democrática, não está mais sendo vista com bons olhos no Brasil de hoje”, pode ser escrita de forma mais elegante: “A censura, muito utilizada em décadas passadas, não está mais sendo vista com bons olhos no Brasil de hoje. Era definida de cima para baixo e de forma pouco democrática”.

            O uso do “que” pode ser evitado em muitas situações. Por exemplo: “O professor X, que era o diretor da Escola, foi o principal conferencista do Encontro”, pode ser mais bem escrito como: “O professor X, diretor da Escola, foi o principal conferencista do Encontro” – uma forma mais simples e elegante de se escrever a mesma ideia!

Conclusão

            Para uma boa e efetiva redação, de qualquer tipo de texto, devem-se seguir as orientações acima. O esquema da redação, conforme explicado, ajuda muito ao esforço prévio de esclarecimento do próprio autor diante do assunto a ser abordado. E tal clareza mental, uma vez esquematizada, terá como natural consequência, um texto mais claro, objetivo e convincente.


Uilso Aragono (Texto revisado de original escrito em dez/1998) – Nov. 2017.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O VERDADEIRO EVANGÉLICO (CONT.)

    Dando continuidade ao texto do blogue anterior...

    5) O menino Jesus no Templo

Este episódio da vida de Jesus nos quer mostrar que fazer a Vontade de Deus se põe acima de tudo. É por isso que Jesus responde à Sua Mãe: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2, 49b). Não só Jesus, mas todo aquele que se diz cristão deve agir assim: ocupar-se das coisas do Pai do Céu. Ainda em Lucas se lê: “Ele lhes disse: Minha Mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus a põem em prática” (Lc 8,21). Pôr em prática a Palavra de Deus: eis a questão fundamental para todo cristão. E isto só se conseguirá pela leitura orante e reflexiva do Evangelho. E levar em conta a Verdade transmitida pelo Evangelho, em suas quatro versões, é uma obrigação de cada cristão evangélico. Tira-se, também, daqui, uma outra conclusão importantíssima a respeito da Maternidade única de Maria: onde estão os “irmãos” (de sangue) de Jesus? Não há qualquer menção deles nesse episódio, o que leva todo cristão verdadeiro a relativizar aquela parte do Evangelho que se refere aos “irmãos” de Jesus: José, Tiago, Judas e Simão, além de suas supostas irmãs (Mt 13,55; Mc 6,3). Não é possível que José e Maria, em sua visita anual ao Tempo, tenham levado Jesus e deixado para trás seus demais irmãos! Mas é, totalmente, possível (e comum, na Bíblia) que sejam considerados “irmãos’ de Jesus seus parentes próximos (primos, por exemplo). Valorizar-se este último episódio e se considerar Maria mãe de muitos filhos é jogar fora, completamente, o episódio do esquecimento de Jesus no Templo. Isto não faz parte da crença de um verdadeiro evangélico.

    6) Maria de pé, junto à cruz

Quando Maria é citada pelo Evangelho como tendo ficado de pé junto à cruz (Jo 19,25) o cristão deve maravilhar-se da firmeza de uma mulher “cheia de graça”! E, de fato, somente nessa perspectiva – de ser uma mulher forte, porque cheia do Espírito Santo! – é que se pode compreender a presença de Maria junto à cruz de Jesus. Tendo acompanhado todo o episódio da paixão de Cristo, com todo o seu sofrimento, e não ter desmaiado nessas circunstâncias, não é para qualquer um!... Esta passagem do Evangelho deve ensinar a todo evangélico verdadeiro: Maria, a “Mãe do Senhor”, como proclama Isabel, cheia do Espírito Santo, é de fato, uma mulher admirável e digna de toda consideração por parte de todo cristão. E deve ser admirada e amada, pelo cristão verdadeiramente evangélico, pelo simples fato de que Jesus Cristo – seguindo, inclusive, a Lei de Deus: “Honrar pai e mãe...” – a admirava e a amava como Filho Perfeito que, sem dúvida, era! Portanto, Maria é intercessora (vide acima) e Mãe admirável – é o que nos ensina o Evangelho!

    7) Pedro e a Igreja

Todo cristão verdadeiramente evangélico, por seguir o que nos ensina o Evangelho, deverá aceitar que Cristo fundou sua Igreja sobre um fundamento humano: Pedro! O próprio Cristo diz: “Eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Não há dúvidas! Jesus estava falando diretamente a Pedro e fez um trocadilho com as palavras semelhantes em aramaico: Pedro e pedra! Portanto, nenhum verdadeiro evangélico poderá negar esta verdade: a Igreja de Cristo tem um fundamento humano – que é Pedro – e um fundamento espiritual – a presença do próprio Cristo “até o fim do mundo” (Mt 28,20b). E esta presença espiritual se dá pela presença garantida do “Espirito da Verdade”: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ele vos ensinará toda a verdade (...)” (Jo 16, 13a). A Igreja de Cristo é, portanto, uma instituição divina sobre um corpo humano. Por isso São Paulo explica: Cristo é a cabeça da Igreja e os cristãos são os seus membros (Col 1,18): “Ele é a cabeça do corpo, da Igreja (...)”. Acreditar que a Igreja de Cristo seja verdadeiramente, e ao mesmo tempo, humana e divina, deve ser característica de todo evangélico verdadeiro, pois é isto o que se encontra no Evangelho. A não ser que outras interpretações forçadas sejam feitas...


Em resumo:

O verdadeiro cristão evangélico é aquele que não exclui de sua Fé nenhum ensinamento do Evangelho, em suas quatro versões. O verdadeiro evangélico acredita:
Maria é uma  mulher ESPECIAL; Maria é a Mãe de Deus (= Deus-Filho = Jesus);
Maria é a “Mãe de nosso Senhor”!;
Maria é “Bem-aventurada”, Santa, Feliz diante de Deus e dos homens!;
Maria é uma poderosa Intercessora diante de Deus!;
A palavra de Deus é para ser vivida na prática: ocupar-se das coisas do Pai do Céu é a missão do verdadeiro evangélico;
Maria é a mãe de um único filho: Jesus; 
Maria é mulher forte, Mãe admirável e amada pelo seu Filho e, portanto, deve ser amada por todo evangélico verdadeiro!;

A Igreja é uma instituição divino-humana, e Pedro é o seu fundamento humano, sendo o Espírito Santo o seu fundamento divino!

//Desejando ler a primeira parte, basta clicar no link abaixo:
https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2017/09/o-verdadeiro-evangelico.html

Uilso Aragono.  (Out. de 2017)

sábado, 30 de setembro de 2017

O VERDADEIRO EVANGÉLICO

Este artigo é uma reflexão sobre quem pode se considerar um verdadeiro cristão evangélico. Certamente não será o fato de se pertencer a uma denominação cristã evangélica. Mas, sobretudo, o fato de se acreditar e seguir o conteúdo pleno do Evangelho de Jesus Cristo.

O verdadeiro cristão evangélico, portanto, é aquele que acredita e segue TUDO o que se encontra registrado no Novo Testamento e sobretudo, nos quatro evangelhos, quais sejam: de Mateus, Marcos Lucas e João.

Alguns aspectos apresentados, a seguir, correspondem àqueles que, muitas vezes, são ignorados, ou mesmo, desacreditados por muitos que se dizem evangélicos. Mas como é possível?...

1)    A anunciação

O texto da Anunciação apresenta, claramente, a visita do Anjo Gabriel a Maria. E ele a chama por meio de uma expressão única, somente a Maria aplicada! — “Ave (ou, alegra-te) cheia de graça!”. Não há outra interpretação (a não ser que seja forçada): Deus, por meio do anjo, a está reconhecendo “cheia de graça”. Estar cheia significa não ter espaço para nada mais. Portanto não há espaço para o oposto da graça, que é a desgraça ou o pecado.

Que outra criatura foi chamada por Deus de ”cheia de graça”?  Nenhuma outra criatura ou pessoa! Portanto, Maria é uma mulher ESPECIAL! Nenhum evangélico de verdade pode, então, considerar Maria uma mulher comum ou qualquer.

E o Anjo diz mais: “O Santo que nascer de ti será chamado filho de Deus”. Ora, se Maria da à luz o Filho de Deus então ela tem de ser considerada a Mãe do filho de Deus. E como Jesus é considerado Deus, no N.T., a segunda pessoa da Santíssima Trindade, então Maria é, de fato, Mãe do Deus-Filho, ou, simplesmente, Mãe de Deus! Nenhum verdadeiro evangélico pode, portanto,  deixar de considerar Maria como sendo a Mãe de Deus (o Filho).

2)    Maria e Isabel

Quando Maria visita Isabel, esta a recebe de uma forma totalmente incomum. O Evangelho de Lucas relata que Isabel a chama de “Mãe do meu Senhor”. Claramente Isabel está sendo inspirada pelo Espírito Santo, pois não poderia ela saber que Maria estava grávida e, ainda por cima, do seu “Senhor”! – a não ser por uma comunicação sobrenatural. 

Este episódio antecipa a futura declaração de Pedro, igualmente inspirado por Deus, de que Jesus é “o Cristo, o Filho do Deus vivo!”. E daqui se conclui, como acima, que Maria é, de fato, a Mãe do nosso Senhor!

3)    O magníficat

O canto de Maria, ao visitar Isabel, é um canto profético, inspirado pelo Espírito Santo e, portanto, digno de toda crença! Nesse canto, Maria louva o Senhor, se reconhece Sua humilde serva e afirma algo – que certamente vem de Deus! – surpreendente: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. Este termo significa uma proximidade de Deus que só é possível aos seres mais puros e santificados pelo próprio Deus, como os anjos e os santos profetas. Além disto, essas palavras profetizam que Deus fará com que “todas as gerações”, no futuro, proclamem Maria como “bem-aventurada”. “Todas as gerações” quer dizer que durante todas as gerações futuras haverá aqueles que a reconhecerão e a proclamarão assim. 

O verdadeiro evangélico, portanto, não deixará de se filiar às fileiras daqueles que, para fazer valer as palavras do próprio Deus, pela boca de Maria, a reconhecerão e a chamarão por esse título: “Bem-aventurada”, isto é, Santa e Feliz!

4)    As bodas de Caná

Durante o casamento de amigos ou parentes de Maria, esta foi convidada, e Jesus, já com alguns discípulos, estava, também, presente. Maria, antecipando-se a qualquer pedido dos pais dos noivos, ou desses próprios, percebe a falta de vinho e se dirige a Jesus pedindo-lhe que faça algo. Este episódio mostra a certeza que Maria já tinha dos poderes sobrenaturais de seu Filho e de sua bondade e sua caridade. Por isso não hesita em lhe comunicar e esperar dele uma manifestação de poder em favor dos noivos. Vê-se aqui, claramente, uma intercessão de Maria, diante de seus parentes e amigos, junto a Deus Filho. E foi tal que obteve de nosso Senhor Jesus a antecipação de Sua hora: “Mulher, minha hora ainda não chegou”. Mesmo tendo dito isto, Jesus atendeu ao pedido de Sua Mãe e resolveu o problema da falta de vinho. E o fez transformando água em vinho da melhor qualidade, e de forma abundante! 

O verdadeiro evangélico, portanto, não deixará de reconhecer em Maria, uma poderosa intercessora. Ainda mais quando, ainda hoje, todos os cristãos reconhecemos nos irmãos (entendidos como pessoas da mesma comunidade) esse mesmo poder: “Faça uma oração por mim, Pastor!”; “Me dê uma bênção especial, Padre!”. Nesse exemplos estamos pedindo a “intercessão” de alguém por nós. Tanto mais poderemos e deveremos – como ensina o Evangelho! – contar com a muito mais poderosa intercessão de Maria, a Mãe de Jesus!

(Continua no próximo blogue.)

//Desejando ler a parte II, basta clicar no link abaixo:
https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2017/10/o-verdadeiro-evangelico-cont.html

Uilso Aragono.  (Setembro de 2017)

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

CELEBRAÇÃO DE ANIVERSÁRIO


Abaixo encontra-se uma Celebração de Aniversário cristã, na forma de um diálogo entre o Aniversariante e o Senhor, nosso Deus. Está baseada nos textos bíblicos do profeta Isaías (Is 43) e no Salmo 138/139.

(Como num pequeno teatro dialogado...)

(Nome do aniversariante), o Senhor quer lhe falar, hoje, em especial!

Senhor:  – (Nome do aniversariante), no dia do seu aniversário eu quero lhe dizer: não tenha medo, porque eu o redimi e o chamei pelo nome: você é meu!

Aniversariante: – Senhor, sei que Tu me sondas e me conheces. Conheces o meu sentar e o meu levantar e, de longe, penetras o meu pensamento. Examinas meu andar e o meu deitar. Meus caminhos todos são familiares a Ti.

Senhor: – De fato, toda vez que você atravessa a água, eu estou com você, e os rios não o afogarão. E quando você tiver de passar pelo fogo dos problemas, não se queimará e a chama não o alcançará, pois Eu sou o Senhor, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador!

Aniversariante: – Obrigado, Senhor! Porque sinto, verdadeiramente, que me envolves por detrás e pela frente, e sobre mim colocas a Tua mão. Eu Te agradeço por tão grandes prodígios e me maravilho com as Tuas maravilhas!

Senhor: – E digo mais, (Nome). Para pagar a sua liberdade, eu dei as riquezas das nações em troca de seu resgate, porque você é precioso demais para Mim. Você é digno de muita estima e Eu o Amo! Nunca tenha medo, pois Eu estou, sempre, com você!

Aniversariante: – O que posso Te dizer, Senhor? A palavra ainda não chegou à minha boca e Tu, Senhor, já a conheces inteira! Poderia eu fugir, para longe do Teu sopro? Para onde eu fugiria da Tua presença? Mas, às vezes, pelo cansaço, pelas dificuldades, desejo fugir, Senhor! Mas se levanto voo para as margens da aurora, aí me alcançará tua esquerda. Se emigrar para os confins do mar, a tua direita me sustentará. E se disser, no desespero, que ao menos as trevas me cubram, e a luz se transforme em noite ao meu redor, mesmo as trevas não são trevas para Ti, e a noite, para Ti, é clara como o dia!...

Senhor: – Mais uma vez, lhe digo, (Nome): não tenha medo de nada, pois Eu estou com você. Você, e todos os que estão com você, são meus servos, aqueles que Eu escolhi para que vocês fiquem sabendo e acreditem em Mim, e compreendam que Eu sou:  nenhum deus existiu antes de Mim e, depois de Mim, nenhum outro existirá. Eu sou o Senhor de vocês, o criador de Israel, o Rei de vocês.

Todos: – Nós Te agrademos, Senhor pela vossa mão poderosa a nos guiar sempre. Que as vossas bênçãos jamais nos deixem. Porque, como são difíceis Teus projetos, Senhor! E que nós jamais vos esqueçamos, ó Deus. Vê se não andamos por um caminho fatal, e nos conduze pelo caminho eterno.

Todos:  – Amém!

Uilso Aragono. (Agosto de 2017)

sexta-feira, 28 de julho de 2017

SEGURANÇA CONTRA ACIDENTES – CONSCIÊNCIA SEGURA

A segurança pessoal contra acidentes é um tema dos mais importantes para a vida em sociedade. Especialmente no mundo tecnológico em que vivemos, com situações de risco as mais variadas. Desde os perigos da aparentemente segura vida doméstica, passando pelos perigos do trânsito e chegando aos da eletricidade, estamos todos envolvidos por situações ameaçadoras à nossa integridade física e à nossa saúde. O artigo a seguir trata deste assunto e propõe o termo "consciência segura" como sendo algo a ser buscado por todo o cidadão.

INTRODUÇÃO

Conceitos importantes ligados à questão da segurança pessoal contra acidentes, não só no ambiente de trabalho, mas, também, em todos os demais ambientes da vida em sociedade, especialmente nas grandes cidades, devem ser identificados e bem compreendidos por cada cidadão. São eles: perigo e risco, condições inseguras, atos inseguros, norma regulamentadora NR 10, consciência segura, etc.

CONSCIÊNCIA SEGURA

É a consciência verdadeiramente esclarecida em termos de respeito e cuidados diante dos riscos contra a integridade da vida, em todos os ambientes e situações em que vive o ser humano. E o que se pode entender por riscos e perigos? São conceitos tratados pela norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e que merecem, de fato, uma boa reflexão. E a consciência só se forma com base no conhecimento.

A consciência segura, uma vez instalada na mente do cidadão, torna-se um guia, uma luz a orientar a vida em todas as suas dimensões: pessoal, familiar e social. A pessoa que adquiriu uma consciência segura, passa a ter um comportamento igualmente mais seguro, pois passará a ver os riscos que o envolvem em cada ambiente, tornando-se mais apto a evitar as situações de maior risco.

RISCO E PERIGO

O risco, conforme definição de bons dicionários, pode ser entendido como "a probabilidade ou possibilidade de perigo iminente (ou eficaz)". Daqui a expressão comum: estar em risco.

O perigo, seguindo, agora, a NR 10, é definido como: "uma situação com poder para causar lesão física ou dano à saúde por falta de medidas de controle". Estas medidas de controle podem ser mais bem entendidas e expressas como "medidas protetivas". Pois, de fato, diante de um perigo real, as medidas protetivas (ou de proteção) farão com que o risco seja pequeno ou, até mesmo, anulado.

Como exemplo seja colocado o caso de um ambiente industrial em que gases tóxicos estejam claramente presentes: um perigo para qualquer operário! No entanto, por meio de um "equipamento individual de proteção" (EPI), como uma máscara com filtro adequado, o operário estará reduzindo a periculosidade do ambiente, por meio do uso de uma medida protetiva. E o risco estará muito reduzido ou totalmente eliminado.
O gráfico abaixo ilustra a relação entre risco e perigo.


Verifica-se, por meio deste gráfico, que o perigo não depende das medidas protetivas, mas, somente, da periculosidade própria do ambiente. No entanto, a intensidade do risco (probabilidade de perigo!) dependerá da existência ou não de medidas protetivas. Quanto maiores tais medidas, isto é, quanto mais eficazes forem tais medidas protetivas, menores serão os riscos (menor sua intensidade). A linha tracejada, de cor preta, mostra o risco decrescente com o aumento das medidas protetivas.

DEFINIÇÃO DE ACIDENTE
Pode-se definir acidente como sendo toda ocorrência inesperada causadora de algum tipo de prejuízo, material ou humano. Tal definição explicita o aspecto da imprevisibilidade do evento, isto é, todo acidente acontece de forma não esperada e não desejada, mesmo que seja possível prever-se sua possibilidade. A questão que se coloca é, portanto: o acidente pode ser evitado?
A resposta é sim para muitas situações perigosas. Mas há outras situações, igualmente perigosas, em que não podem ser evitados, mas, apenas, atenuados. Um exemplo é o caso de um motorista, numa rodovia, dirigindo seu carro, em perfeito estado de manutenção, utilizando todos os recursos de segurança (medidas protetivas ou de controle) e que, de repente, se vê numa situação em que um caminhão vem ultrapassando na contramão. E imaginando que não haja nem mesmo o recurso de um acostamento, o acidente fatal é inevitável. Este é o caso, dentre muitos semelhantes, que se pode classificar como uma fatalidade. Neste caso, somente a proteção dos Céus poderia ter salvo o motorista...
No entanto, para a maioria, talvez, dos potenciais acidentes, a resposta é sim: é possível evitá-los. Como? Por meio da construção de uma "consciência segura", conforme acima definido.

ATITUDE E ATO
Estes dois termos devem ser bem definidos e distinguidos.
Atitude é um posicionamento mental, psicológico, uma disposição interior, que faz com que a pessoa aja desta ou daquela maneira.
 Já o Ato é uma consequência prática, exterior, concreta, de uma atitude (interior) de uma pessoa. Vê-se, daqui, que os atos são consequência das atitudes. Portanto, verifica-se, facilmente, a importância da atitude a ser desenvolvida pelo cidadão diante de situações perigosas.
A consciência segura é uma atitude a ser desenvolvida por todo cidadão que queira viver uma vida de forma mais segura. Com consciência segura, acredita-se que o cidadão evite os chamados "atos inseguros". Mas, o que são atos seguros e inseguros?

CONDIÇÕES E ATOS INSEGUROS
A Teoria relativa aos cuidados contra acidentes pessoais enfatiza dois termos, condições inseguras e atos inseguros, os quais devem ser muito bem entendidos.
Condições inseguras são aquelas condições que, não sendo do conhecimento explícito da pessoa, criam-lhe situações de risco, propícias a provocar acidentes. Um exemplo simples é o uso, por um empregado, de uma escada de alumínio com defeito invisível: por não ter sido notado o defeito, o empregado utiliza uma escada, sem culpa própria, e vem a sofrer um acidente. Diz-se, neste caso, que a condição era insegura!
Atos inseguros são atos que envolvem risco de acidente e são feitos conscientemente por uma pessoa. Dois exemplos simples e muito comuns são: a limpeza de janela no alto de um edifício (sem maiores cuidados ou medidas protetivas), e conduzir criança solta no banco traseiro do carro. Nestes dois exemplos, verifica-se que as condições eram claramente inseguras, e, apesar disto, os cidadãos, mesmo tendo consciência dos riscos, agiram de forma insegura. O ato inseguro, portanto, é uma ação concreta de uma pessoa, mesmo diante de uma condição claramente insegura. Ainda: o ato é inseguro quando se tem consciência da condição insegura e, apesar disto, se pratica o ato.
Para que sejam evitados acidentes, tanto as condições inseguras quanto os atos inseguros devem ser evitados. E isto somente acontece de forma efetiva quando as pessoas envolvidas possuírem a desejada consciência segura.

CONSCIÊNCIAS INTELECTUAL E VIVENCIAL
Em termos do conceito de "consciência segura", é interessante observarmos que tal atitude costuma dar-se e em duas dimensões consecutivas. Inicialmente pode-se falar em consciência intelectual. Esta é quando o indivíduo aceita, na mente, intelectualmente, uma certa verdade. No entanto, para que sua vida seja modificada, efetivamente, por essa verdade, aceita intelectualmente, deve ela cair profundamente no coração, na prática da vida diária. Esta é a consciência vivencial.
Portanto, podem-se estabelecer esses dois níveis de consciência:
Consciência intelectual – quando uma verdade é aceita pela mente, pelo intelecto;
Consciência vivencial – quanto essa mesma verdade passou a ser uma orientação da vida prática.
É de se esperar que cada cidadão desenvolva sua consciência segura até o nível vivencial, prático! Pois somente assim os efeitos positivos de sua atitude tornar-se-ão práticos e efetivos.

SEGURANÇA DOMÉSTICA
Analisando, agora, algumas situações de riscos na vida doméstica, algumas orientações decorrem, naturalmente, de uma mente com consciência segura!
Em se tratando de crianças, as seguintes orientações (dentre muitas outras) são efetivas, para evitarem-se condições inseguras – Veja-se que as crianças não cometerão "atos inseguros", uma vez que não terão consciência das condições inseguras!
  Tapar tomadas elétricas;
  Verificar a fixação de aparelhos e demais objetos sobre móveis;
  Proibir a entrada de crianças na cozinha.
Em se tratando de idosos, as seguintes orientações (dentre muitas outras) são efetivas, para evitarem-se condições inseguras!
  Eliminar tapetes e capachos soltos;
  Instalar barras de apoio em paredes de banheiros;
  Instalar corrimões em escadas.
Ao serem eliminadas as condições inseguras, as crianças e os idosos terão uma vida muito mais segura, e muitos acidentes serão evitados!

SEGURANÇA NO TRÂNSITO
Analisando, agora, algumas situações de riscos no trânsito das grades (e pequenas) cidades, algumas orientações decorrem, naturalmente, de uma mente com consciência segura.
  Considerar que os outros motoristas sejam “imprudentes”;
  Evitar mente cheia de preocupações;
  Nos cruzamentos: parar e procurar veículos, pedestres.
Comentando-se sobre o terceiro item, pode-se chamar a atenção para o fato de que as atitudes parar e procurar são altamente recomendáveis para o motorista que deseja ter e exercitar uma consciência segura. Diante de um cruzamento, o ato de parar o veículo e procurar identificar possíveis carros, motos, bicicletas, pedestres, etc., dará ao motorista muito mais segurança contra possíveis acidentes do que no caso de apenas diminuir a velocidade, olhar, rapidamente, e entrar na via.

SEGURANÇA NO TRABALHO
Se o ambiente de trabalho for bem planejado e sofrer permanente processo de manutenção e de avaliação periódica de riscos, os denominados equipamentos de proteção individual (EPI) poderão nem mesmo ser necessários! Esta é uma conclusão importante para a prevenção de acidentes nos ambientes de trabalho, especialmente, industriais.
De tudo o que já foi discutido acima, pode-se afirmar que duas expressões chave devem ser enfatizadas nos ambientes de trabalho, com vistas à garantia de condições de segurança efetivas. São elas:
                Ambiente seguro e Consciência segura.

CÓDIGO DO CONSUMIDOR E NORMAS
Algumas pessoas pensam que as normas técnicas – que visam à segurança das pessoas no trato com situações e equipamentos perigosos – não têm força de Lei. No entanto, é bom salientar que, por efeito do Código do Consumidor (Lei nº     ), as normas – particularmente as da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) – têm força de Lei. Isto se dá pela seguinte previsão do Código:
"Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou à segurança dos consumidores".
Um usuário, portanto, de uma instalação elétrica (de um apartamento, por exemplo), tem o direito de que o projeto da instalação tenha sido feito obedecendo às normas técnicas pertinentes. E, em caso de desrespeito a tais normas, o responsável técnico, o vendedor do imóvel, etc., têm responsabilidade criminal diante do Código do Consumidor!

NORMA REGULAMENTADORA DO MTE
Particularmente, no tocante à eletricidade, o Ministério do Trabalho e do Emprego editou, já há alguns anos, a Norma Regulamentadora nº 10 (NR 10), que objetiva estabelecer os requisitos mínimos para a segurança dos trabalhadores em eletricidade. Dada a alta periculosidade do uso da eletricidade, tanto para técnicos advertidos quanto para o cidadão comum, a Norma prevê vários itens de segurança que, uma vez assimilados, contribuirá para a segurança por todos.

MAIS CONHECIMENTO, MAIS SEGURANÇA
Finalmente, vale ressaltar a relação entre "conhecimento", em geral, e "segurança". Pode-se afirmar que quanto maior o nível de conhecimento de uma pessoa, mais segura ela estará, diante dos perigos e dos riscos presentes na vida em sociedade, dos tempos atuais.
Um exemplo simples, para que se aceite tal afirmativa, é a suposição dos inumeráveis riscos à própria vida a que estaria submetido um índio ou um camponês que nunca tenha tido contato com a vida na sociedade industrial pós-moderna. Sendo deixado à própria sorte no centro nervoso de uma grande cidade, pode-se perguntar: quais as chances de tal pessoa em sobreviver às ameaças do trânsito, ou às ameaças da eletricidade?...

CONCLUSÃO
Para que o cidadão tenha mais chances de sobrevivência aos múltiplos fatores de riscos à vida, presentes na sociedade atual, podem ser citados duas condições fundamentais, conforme acima discutido.
A primeira são as condições seguras, que devem ser buscadas em todos os ambientes da vida em sociedade. Engenheiros, administradores municipais e autoridades, em geral, além do próprio cidadão comum, devem responsabilizar-se pela garantia de tais condições seguras. Os engenheiros, em particular, têm a grande responsabilidade de garantir produtos e serviços da mais alta qualidade, especialmente no tocante à segurança por eles proporcionada aos usuários.
A segunda é a consciência segura, adquirida por cada cidadão a partir de um sistema educacional que vise, sobretudo, a dar-lhe todas as informações para que tal consciência – intelectual e vivencial! – seja desenvolvida a contento. Tendo uma consciência segura em nível vivencial, ou prático, todo cidadão se torna o maior responsável pela própria segurança e pela dos seus dependentes. E um mundo mais seguro e sem tantos acidentes evitáveis passa a existir, para o bem e a felicidade de todos!

Uilso Aragono. (julho de 2017)

Quem sou eu

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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