Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. João. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.
9. JESUS ESCAPA DAS MÃOS DAS AUTORIDADES: Por que vocês me acusam de blasfêmia, se eu digo que sou Filho de Deus? Se não faço as obras do meu Pai, vocês não precisam acreditar em mim. Mas se eu as faço, mesmo que vocês não queiram acreditar em mim, acreditem pelo menos em minhas obras. Assim vocês conhecerão, de uma vez por todas, que o Pai está presente em mim, e eu no Pai”. Eles tentaram outra vez prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles (Jo 10, 36b-39). – Este episódio, sem paralelo nos outros evangelhos, mostra como um coração fechado à graça de Deus pode ser tão duro! Afinal, Jesus lhes lembra (aos judeus) que ele fizera muitas obras miraculosas e, mesmo assim, não querem aceitar a possibilidade de que Ele seja ao menos um grande profeta!... Mas fixam-se na afirmação de Jesus de que é o Filho de Deus, de que Deus seja seu Pai, e o consideram um blasfemo. Mas isto foi só mais uma desculpa para justificar o apedrejamento de Jesus, visto que também já tinham atribuído a Belzebu (o Diabo) o poder que Ele (Jesus) demonstrara em suas curas. É incrível o que um coração duro, fechado à ação da graça de Deus, pode fazer: resistir ao Espírito Santo e não aceitar nem mesmo os milagres com que Deus lhe quer presentear!
10. JESUS FAZ LÁZARO REVIVER:
Jesus, contendo-se de novo, chegou ao túmulo. Era uma gruta, fechada com uma
pedra. Jesus falou: “Tirem a pedra”. Marta, irmã do falecido, disse: “Senhor,
já está cheirando mal. Faz quatro dias”. Jesus disse: “Eu não lhe disse que, se
você acreditar, verá a glória de Deus?”. Então tiraram a pedra. Jesus levantou
os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. Eu sei
que sempre me ouves. Mas eu falo por causa das pessoas que me rodeiam, para que
acreditem que tu me enviaste”. Dizendo isso, gritou bem forte: “Lázaro, sai
para fora!”. O morto saiu. Tinha os braços e as pernas amarrados com panos e o
rosto coberto com um sudário. Jesus disse aos presentes: “Desamarrem e deixem
que ele ande” (Jo 11, 38-44) – Este milagre, conhecido como a Ressurreição
de Lázaro, deve ser entendido como um reavivamento do corpo físico, e não como
uma verdadeira “ressurreição”, como foi a do próprio Cristo. Esta foi uma verdadeira
ressurreição porque não é uma simples volta à vida, neste mundo, como foi a de
Lázaro, mas é o ressurgir da vida humana em um corpo glorioso, destinado à vida
no Céu e não neste mundo. Jesus ressuscitou e, depois de ter ficado algum tempo
aqui na Terra, com os apóstolos, subiu definitivamente ao Céu, com seu corpo glorioso,
como teremos também o nosso, na futura ressurreição dos mortos, no fim dos
tempos!
11. UMA VOZ DO CÉU FALA AO
POVO: Agora estou muito perturbado. E o que vou dizer? Pai, livra-me desta
hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, manifesta a glória
do teu nome! Então veio uma voz do Céu: “Eu manifestei a glória do meu nome e
vou manifestá-la de novo”. A multidão que aí estava ouviu a voz e dizia que tinha
sido um trovão. Outros diziam: “Foi um anjo que falou com ele”. Jesus disse:
“Essa voz não falou por causa de mim, mas por causa de vocês. Agora é o
julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo vai ser expulso e, quando
eu for levantado da terra, atrairei todos a mim”. Jesus assim falava para
indicar com que morte ia morrer (Jo 12, 27-33). – Este relato do Evangelho
de João mostra, não um milagre propriamente dito, mas uma manifestação
sobrenatural de Deus-Pai, já que uma voz é ouvida por todos os presentes. E
Jesus observa que aquela voz se manifestou para o bem dos que ali estavam.
Jesus já estava preparando o povo para a “sua hora”, a hora da sua “glorificação”,
pela paixão e pela
morte na cruz. Os que ouviram a voz com coração aberto, sem preconceitos, podem
ter recebido o benefício (como disse Jesus), a graça, de terem compreendido que
Jesus, de fato, era o Messias enviado por Deus, mas não como o messias guerreiro
que eles esperavam. Este episódio marca a terceira vez que o Pai se manifesta
por uma voz poderosa vinda do alto: as outras duas vezes foram durante o Batismo
no Jordão e durante a Transfiguração no Tabor.
12. OS SOLDADOS CAEM POR
TERRA. Então Jesus, sabendo tudo o
que lhe ia acontecer, saiu e perguntou a eles: “Quem é que vocês estão
procurando?”. Eles responderam: “Jesus de Nazaré”. Jesus disse: “Sou eu”. Judas,
que estava traindo Jesus, também estava com eles. Quando Jesus disse: “Sou eu”,
eles recuaram e caíram no chão. Então Jesus perguntou de novo: “Quem é que vocês
estão procurando?”. Eles responderam: “Jesus de Nazaré”. Jesus falou: “Já lhes
disse que sou eu. Se vocês estão me procurando, deixem os outros ir embora”.
Era para se cumprir a Escritura que diz: “Não perdi nenhum daqueles que me
deste” (Jo 18, 4-9). – Este episódio nos choca ao percebermos que, mesmo
diante de um fenômeno totalmente miraculoso como este, o fato de, pela resposta
de Jesus, terem os soldados caídos por terra, não ter havido qualquer reação positiva
deles, de entender
que Jesus, com aquele poder, não poderia ser um malfeitor! Judas, conhecendo os
milagres de Cristo, talvez não tenha estranhado aquele portento e possa ter
acreditado que Jesus viesse a salvar-se fazendo alguma manifestação como essa.
Ao perceber, depois, que Jesus não mais manifestou qualquer poder em sua
defesa, caiu em si sobre o erro de sua decisão de entregar Jesus.
Arrependeu-se, mas não teve a humildade de pedir perdão, pois já estava
totalmente entregue ao Diabo.
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Uilso Aragono (Mar. 2021)