quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS - PARTE VIII

 Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

31. A CORTINA DO SANTUÁRIO RASGA-SE AO MEIO: Já era mais ou menos meio-dia, e uma escuridão cobriu toda a região até as três horas da tarde, pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio. Então Jesus deu um forte grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.”. Dizendo isso, expirou. O oficial do exército viu o que tinha acontecido e glorificou a Deus, dizendo: “De fato! Este homem era justo!”. E todas as multidões que estavam aí, e que tinham vindo para assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para casa batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, assim como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram a distância, olhando essas coisas (Lc 23, 44-49).  Escuridão, cortina rasgando-se ao meio... Sinais maravilhosos que acompanharam a morte do Filho de Deus! A escuridão pode ser interpretada como uma manifestação da natureza contra a injustiça e a maldade humana, que não quis aceitar o Justo, o Redentor. A cortina rasgada do Templo, que separava os sacerdotes do Santo dos Santos (onde só entrava um único sacerdote, por sorteio, como aconteceu com Zacarias; cf. Ex 26, 31s) pode significar que a separação existente entre os homens e Deus – em função dos grandes pecados de toda a humanidade! – já não mais existia: a expiação dos pecados do mundo já terá acontecido; o mundo estava redimido diante de Deus. Deus se humanizara para que o homem se divinizasse!... Além disso, pode-se entender que o velho culto mosaico estivesse sendo superado: nascia uma nova era cristã.

 32. A PEDRA DO TÚMULO FOI REMOVIDA: No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus levando os perfumes que haviam preparado. Encontraram a pedra do túmulo removida. Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens, com roupas brilhantes pararam perto delas. Cheias de medo, elas olhavam para o chão. No entanto, os dois homens disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui! Ressuscitou! (Lc 24, 1-6a). – Quem teria retirado a grande pedra que fora posta à entrada do túmulo de Jesus? Teriam sido esses dois “anjos” que apareceram às mulheres e que lhes anunciaram que Jesus ressuscitara? É possível. O fato é que não havia mais pedra tampando a entrada do túmulo e nem mais o corpo do Senhor!  Mais um milagre “post-mortem” do Senhor! Para quem é o Filho de Deus, nada é impossível! Não somente Jesus ressuscitou, deixando o túmulo aberto, como deixou, também, os panos que o enfaixavam: o grande lençol, em peça única, de mais de 4 metros, que envolveu o corpo do Senhor e que hoje é venerado e chamado de Santa Síndone ou Santo Sudário! Mais um milagre: pois é o objeto cristão mais estudado cientificamente e continua encantando e provocando admiração nos cientistas, que não conseguem explicar a origem da imagem lá presente, como em um negativo de filme fotográfico.

 33. JESUS SE OCULTA E SE MOSTRA AOS DISCÍPULOS DE EMAÚS: Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco pois já é tarde e a noite vem chegando”. Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou-o, depois o partiu e deu a eles. Nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles (Lc 24, 28-31). – Jesus, algumas vezes, depois da sua Ressurreição, aparece aos discípulos sob forma humana, mas com aparência diversa daquela conhecida por eles. Neste episódio, acontece o mesmo: os discípulos de Emaús conversavam com uma pessoa desconhecida. Esta já é uma manifestação miraculosa do Senhor. E ele se mostra a eles fazendo mais um milagre: abrindo-lhes os olhos durante a “Fração do Pão” (que é a Eucaristia). Podemos tirar uma importante lição: o Senhor nos abre os olhos da fé – se estivermos preparados ouvindo-o, adorando-o, louvando-o! – diante de toda a Eucaristia! Procuremos, sempre, “ver” Jesus ao ajoelharmo-nos, com fé e bem preparados espiritualmente, diante do milagre eucarístico de cada Missa!

34. JESUS APARECE NO MEIO DOS DISCÍPULOS: Então os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão. Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles e disse: “A paz esteja com vocês”. Espantados e cheios de medo, pensavam estar vendo um espírito. Então Jesus disse: “Por que vocês estão perturbados, e por que o coração de vocês está cheio de dúvidas? Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Toquem-me e vejam: um espírito não tem carne e ossos, como vocês podem ver que eu tenho.”. E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles ainda não estivessem acreditando, por causa da alegria e porque estivessem espantados, Jesus disse: “Vocês têm aqui alguma coisa para comer?”. Eles ofereceram a Jesus um pedaço de peixe grelhado. Jesus pegou o peixe e o comeu diante deles (Lc 24, 35 – 42). – É maravilhoso como o Senhor tem misericórdia de nossa humanidade tão incrédula! Aparece, desta vez, como era conhecido pelos discípulos, mostra-lhes as mãos e os pés e constata, ainda, a sua incredulidade! Diante disso, resolve pedir algo para comer! Pois, definitivamente, um espírito não pode comer algo tão material como comida: e Ele come o peixe diante deles! Que milagre! Jesus fora morto, aparece vivo, e come diante dos discípulos para lhes abrir os olhos da fé, de forma muito humana. Além disso, não deixará de lhes enviar o Espírito Santo para lhes abrir, definitivamente, a mente, o coração e a fé para as realidades espirituais, que são muito mais poderosas do que todas as realidades mundanas...

 //Desejando ler a parte anterior (Ev. de Lucas) é só clicar no link abaixo:

https://www.blogger.com/blog/post/edit/preview/2713838414460109863/6026777009684477981

Uilso Aragono. (Dez. 2020)

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS – PARTE VII

 Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

27. JESUS PREVÊ UM JUMENTINHO AMARRADO: Quando Jesus se aproximou de Betfagé e de Betânia, perto do chamado monte das Oliveiras, enviou dois discípulos, dizendo: “Vão até o povoado em frente. Quando vocês entrarem aí, vão encontrar, amarrado, um jumentinho que nunca foi montado. Desamarre o animal e o tragam. Se alguém lhes perguntar: ‘Por que vocês o estão desamarrando?’ vocês responderão: ‘Porque o Senhor precisa dele’”. Os discípulos foram e encontraram as coisas como Jesus havia dito (Lc 19, 29-32). – Este episódio, também narrado em Mateus (21,1-4), e em Marcos (11, 1-4), embora não seja um “milagre” como os anteriores, não deixa de ser uma manifestação quase milagrosa, na medida em que não é natural, pelo ser humano, a previsão de coisas futuras (mesmo de um futuro próximo, como é o caso). É mais uma manifestação sobrenatural (ou preternatural, no mínimo) do “Filho do Homem”, como Jesus gostava de se chamar. E demonstra, ainda, que Jesus era reconhecido como o “Senhor” – título normalmente atribuído a Deus – pelos moradores de Jerusalém.

 

28. JESUS PREVÊ ONDE COMERÁ A PÁSCOA: Chegou o dia dos Ázimos, em que se matavam os cordeiros para a Páscoa. Jesus mandou Pedro e João, dizendo: “Vão, e preparem tudo para comermos a Páscoa”. Eles perguntaram: “Onde queres que a preparemos?”. Jesus respondeu: “Quando vocês entrarem na cidade, um homem carregando um jarro de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no até a casa onde ele entrar e digam ao dono da casa: “O Mestre manda dizer: ‘Onde é a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer a Páscoa?’. Então ele mostrará para vocês, no andar de cima, uma sala grande, arrumada com almofadas. Preparem tudo aí”. Os discípulos foram e encontraram tudo como Jesus havia dito. E prepararam a Páscoa (Lc 22, 7-13). –  Este episódio, como o anterior, também é narrado por Mateus (26,17-19) e Marcos (12-16). E como no episódio anterior, também pode ser considerado um ‘quase milagre’, já que não é natural, aos homens, prever o futuro (mesmo que próximo) com tanta precisão. É mais uma manifestação poderosa do Senhor, que é reconhecido pelos habitantes de Jerusalém como sendo o Mestre, pois o dono da casa, sem qualquer questionamento lhe cedeu a sala superior (normalmente conhecida pelos cristãos como Cenáculo) para a Sua Páscoa.

 

29. JESUS PREVÊ A NEGAÇÃO DE PEDRO: “Simão, Simão! Olhe que Satanás pediu permissão para peneirar você como trigo. Eu, porém, rezei por você para que a sua fé não desfaleça. E você, quanto tiver voltado para mim, fortaleça os seus irmãos.” Mas Simão falou: “Senhor, contigo estou pronto para ir até mesmo para a prisão e para a morte!”. Jesus, porém, respondeu: “Pedro, eu lhe digo que hoje, antes que o galo cante, três vezes você negará que me conhece.” (Lc 22,31-34). – Este episódio tem paralelo com os evangelistas Mateus (26, 30-35), Marcos (14,26-31) e João (13, 36-38). Aqui, verifica-se, mais uma vez, que Jesus tem o poder da precognição (como se diz na Parapsicologia): Ele prediz a negação de Pedro, mesmo contra a contestação do próprio Pedro, que lhe garante sua fidelidade até a morte! E tudo acontece conforme a palavra de Jesus! É, praticamente, um milagre! Como pode alguém prever, com tanta precisão (“...antes que o galo cante, três vezes me negará...”) o futuro? Só acreditando numa manifestação sobrenatural, pois Deus conhece tudo!

 

30. JESUS CURA O ORELHA DE UM OFICIAL: Vendo o que ia acontecer, os que estavam com Jesus disseram: “Senhor, vamos atacar com a espada?”. E um deles feriu o empregado do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Mas Jesus ordenou: “Parem com isso!”. E tocando a orelha do homem, curou-o (Lc 22, 49-51). – Em paralelo a este episódio encontram-se os textos de Mateus (26-51-52), Marcos (14,47) e João (18, 10-11) – sendo que os dois últimos não citam a cura da orelha, realizada por Jesus. Mas Lucas e Mateus declaram a cura imediata da orelha decepada pela espada de um dos discípulos. Se tal evento ocorreu, a cura, então, mais uma vez, Jesus exerceu sua misericórdia costumeira e curou até mesmo um de seus algozes. Qual terá sido a reação desse soldado ao ter uma orelha decepada e, imediatamente, tê-la de volta, curada? Certamente Jesus sabia que nem o próprio beneficiado e nem os que o acompanhavam, testemunhas oculares, estariam em condições de qualquer conversão à fé no Filho do Homem. Porque eram soldados ou funcionários totalmente submetidos à autoridade do Sumo Sacerdote e dos doutores da Lei. Não eram, provavelmente, pessoas do povo, que tinham a oportunidade de seguir um rabino, um profeta ou um líder qualquer.

 //Desejando ler a parte anterior (Ev. de Lucas) é só clicar no link abaixo:

https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2020/10/os-milagres-de-jesus-no-evangelho-de.html

Uilso Aragono. (Nov. 2020)

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS - PARTE VI

 Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

23. JESUS CURA UMA MULHER ENCURVADA, EM DIA DE SÁBADO: Jesus estava ensinando numa sinagoga em dia de sábado. Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. Vendo-a, Jesus dirigiu-se a ela e disse: “Mulher, você está livre da sua doença”. Jesus colocou as mãos sobre ele, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus. O chefe da sinagoga ficou furioso porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E tomando a palavra começou a dizer à multidão: “Há seis dias para trabalhar. Venham, então, nesses dias e sejam curados, e não em dia de sábado”. O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vocês não solta do curral o boi ou o jumento para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? Aqui está uma filha de Abraão que Satanás amarrou durante dezoito anos. Será que não deveria ser libertada dessa prisão em dia de sábado?” (Lc 13,10-15). – Esta passagem, exclusiva de Lucas, nos mostra um Jesus misericordioso, bem diferente da dureza de coração dos religiosos da época. Pode-se perguntar: Vem a Lei antes da Misericórdia? Jesus responde que não. É o contrário. A Misericórdia é o próprio Deus! Ele, portanto, vem antes da Lei. Precisamos, em tudo, sermos misericordiosos como Jesus, e antes de toda e qualquer lei que possa estar impedindo essa ação de amor.

 

24. CURA EM DIA DE SÁBADO: Num dia de sábado, aconteceu que Jesus foi comer em casa de um dos chefes dos fariseus que o observavam. Havia um homem hidrópico diante de Jesus. Tomando a palavra, Jesus falou aos especialistas em leis e aos fariseus: “A Lei permite ou não permite curar em dia de sábado?”. Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e o despediu. Depois disse a eles: “Se alguém de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço não o tiraria logo, mesmo em dia de sábado?”. E eles não foram capazes de responder a isso (Lc 14, 1-6). – De novo, como na passagem anterior, Lucas nos mostra Jesus curando um doente – neste caso com uma doença bem definida: a hidropisia (excesso de líquido em alguma parte do corpo. E era um dia de sábado, que, para os judeus, era (e ainda é) um dia de descanso, onde qualquer ‘trabalho’ era proibido. Na passagem anterior, Jesus lembrou que eles soltavam os animais para que fossem beber água, mesmo em dia de sábado. E, agora, desafia-os com a possibilidade de um filho ou um animal caído em um poço: não iriam eles logo tirá-lo do poço? Isto lhes mostra – e a nós – que o dia do descanso (sábado) ou o dia do Senhor (domingo, para nós, católicos) é, sobretudo, um dia dedicado ao Senhor. E o que mais agrada ao nosso Deus do que a vivência da caridade, da misericórdia, do amor concreto? Agir com misericórdia não infringe a Lei do sábado, mas agir sem misericórdia, sim: infringe a Lei maior do Amor: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo...

 

25. JESUS CURA DEZ LEPROSOS: Caminhando para Jerusalém, aconteceu que Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos foram ao encontro dele. Pararam de longe e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!”. Ao vê-los, Jesus disse: “Vão apresentar-se aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Ao perceber que estava curado, um deles voltou atrás dando glória a Deus em alta voz. Jogou-se no chão, aos pés de Jesus, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?”. E disse a ele; “Levante-se e vá. Sua fé o salvou” (Lc 17, 11-19). – Passagem sem paralelo exato com os demais evangelhos, mostra-nos um Jesus que não se negava a fazer curas milagrosas. Mas este texto mostra, sobretudo, que os judeus, embora povo escolhido por Deus, estava falhando em dar lhe glória e ações de graças pelos benefícios do Senhor. E, justamente, um samaritano, um estrangeiro e objeto de todo desprezo e preconceito por parte dos judeus, é quem vem agradecer e dar glória a Deus pelos seus benefícios! Não sejamos mal agradecidos! Mas elevemos a Deus, em tudo, nossas mãos, em ação de graças pela vida e por Seus dons e benefícios.  

 

26. O CEGO DE GERICÓ: Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe que Jesus Nazareno passava por ali. Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”. As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse quieto, mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade d mim!”. Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: “O que quer que eu faça por você?”. O cego respondeu: “Senhor, eu quero ver de novo!”. Jesus disse: “Veja. A sua fé curou você”. No mesmo instante, o cego começou a ver e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo louvava a Deus (Lc 18, 35-43). –  Este episódio tem paralelo com Mateus (20,29-34) e com Marcos (10,46-52). Mais uma vez, Jesus tem misericórdia e não se nega a curar o doente. E mais uma vez Ele, humildemente, atribui à fé do doente a sua cura. Sabemos que Jesus pode curar, independentemente da nossa fé. Mas Ele faz questão de ressaltar que a fé nos faz dóceis à ação do Espírito de Deus. E, estando nessa situação de confiança, Deus nosso Pai não se nega a dar-nos aquilo que nos fará bem ou que fará bem à comunidade dos Seus filhos.

//Desejando ler a parte anterior (Ev. de Lucas) é só clicar no link abaixo:

https://www.blogger.com/blog/post/edit/2713838414460109863/61754554333125387?hl=pt-BR

Uilso Aragono (Outubro de 2020)

 

 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

SER OU ESTAR: EIS A QUESTÃO

 Quando nos perguntam “quem é você?”, deveríamos entender uma pergunta dupla: “O que é você?” e “Como está você?”. Sim, pois esta é a verdadeira questão: ser ou estar; sou ou estou? Este texto pretende refletir sobre esta questão central em nossa vida: O que sou? Como estou? E levará em conta a doutrina cristã, particularmente a doutrina católica: a crença em Deus e em seu Filho Jesus Cristo, além da ação real do Espírito Santo. E, ao final, será feita uma reflexão sobre a oração católica Ave Maria.

ESQUEMA INICIAL

O esquema abaixo define e compara a questão em foco: sou ou estou?

SER – a) Situação permanente:

O que é você? Para uma resposta adequada, deve-se atender a este requisito: estar associada a uma situação permanente. Portanto, uma resposta múltipla poderia ser: sou um ser humano, sou um filho de Deus, sou um ser corpo-mente-espírito (ou corpo-psiquismo-alma).

 

ESTAR – a) Situação transitória:

Como está você? Para uma resposta adequada, deve-se atender a este requisito: estar associada a uma situação transitória. Portanto, uma resposta múltipla poderia ser: estou como um professor (ou qualquer outra profissão ou ocupação), estou saudável, estou estressado, estou em estado de pecado.

 

SER – b) Transformação ontológica:

Acontece quando uma pessoa muda o caráter do seu “ser”. Por exemplo, quando uma pessoa, criatura de Deus, inicialmente, é batizada e torna-se – por efeito de uma verdadeira transformação ontológica! – em um filho de Deus. Esta pessoa pode responder à pergunta “O que é você?” por meio da resposta válida: eu sou um filho de Deus!

Do mesmo modo, quando uma pessoa batizada recebe validamente o sacramento do matrimônio cristão católico, passa a um novo “ser”: agora é marido da sua esposa; uma marca indelével, que o torna marido dela (e ela, esposa dele) por toda a sua vida terrena.  Agora ele pode responder à pergunta “O que é você?” com a resposta: sou marido de fulana. Ele não é mais somente “um filho de Deus”, mas um esposo.

Outro exemplo ocorre se um cristão batizado, pela recepção válida do sacramento da Ordem, torna-se – por efeito de uma verdadeira transformação ontológica! – um sacerdote (padre ou presbítero). Ele poderá, igualmente, responder à pergunta “O que é você?” pela resposta: eu sou um padre; porque o serei por toda a vida terrena, mesmo que venha a não mais exercer o sacerdócio, por alguma impossibilidade física ou legal, ainda serei um sacerdote, pela marca indelével recebida no sacramento da Ordem.

Teoricamente, se um ser humano perder o seu corpo, pela morte, este sofre uma transformação ontológica: agora este ser humano é somente uma alma ou um ser humano puramente espiritual. Ele poderia responder àquela pergunta “O que é você?” pela resposta: eu sou uma alma (ou um ser humano espiritual) – que poderá estar no Céu, no Purgatório ou no inferno...

 

ESTAR – b) Mudança existencial:

Acontece quando uma pessoa muda seu estado atual. Por exemplo, deixou de “estar” professor e passou a atuar como advogado. Agora sua resposta à pergunta “Como você está?” será: estou advogado. Isto é, essa pessoa mudou seu estado existencial (sua profissão).

Um doente que se recupera, passa por uma mudança existencial. Ele pode, agora, responder à pergunta “Como está você?” dizendo que está saudável. Isto se aplica para qualquer estado existencial ou circunstancial de uma pessoa.

Um interessante exemplo na vida cristã é a situação de pecado. Se um cristão está em “estado de pecado” e procura o confessionário, para uma confissão válida, ao receber a absolvição ele passa a estar em “estado de graça”. À pergunta “Como você está?”, ele poderá responder, após ter passado por essa mudança existencial, que está em “estado de graça”, ou que não está pecador, mas está “santo”.

 

SER – c) Atinge a alma:

A transformação ontológica, atingindo o “ser”, atinge, na verdade, a “alma” do ser humano. Um padre, por exemplo, tendo falecido, continuará “sendo” um padre em espírito: sua alma poderá responder no Céu: “sou um padre”.

Uma pessoa que tenha sido batizada na Igreja Católica, torna-se cristã. E continuará nessa situação ontológica mesmo depois da morte. Sua alma, se estiver no Céu, será a alma de um cristão batizado. Uma pessoa que tenha falecido e nunca tenha sido batizada na Igreja de Cristo, não tendo se tornado um cristão, poderá, depois da morte, estar no Céu, mas sua alma não será a alma de um cristão. Ela poderá responder: eu sou uma alma “pagã”, isto é, que nunca foi batizada.

O ser humano é inclinado ao pecado pela sua natural fragilidade psico-espiritual. Esta inclinação é uma marca do ser humano, portanto, atinge sua alma. “Somos” todos, não apenas estamos, inclinados ao pecado, à falta, ao erro...


Estar – c) Atinge o corpo-mente:

A mudança de estado (ou existencial) atinge o corpo-mente. Uma pessoa que esteja como advogado e passe a ser professor (não mais advogando, mas ensinando) terá sofrido uma mudança existencial, que atinge apenas o seu corpo e a sua mente. O seu lado espiritual não é afetado. Ele não é um professor, mas “está” um professor, isto é: está atuando como um professor. Seu corpo e sua mente se adaptam à nova situação. Pelo possível uniforme de professor (corpo) e pela mudança mental a que se submeteu, para dominar os conteúdos necessários ao processo de ensino-aprendizagem, vê-se que, de fato, a mudança existencial atinge o corpo-mente da pessoa.

 

A AVE MARIA: SOU OU ESTOU PECADOR?

Aplicando a reflexão acima, pode-se fazer esta oportuna pergunta: sou ou estou pecador? Não é difícil de responder, com base em tudo o que foi dito e ponderado. Embora a oração da Ave Maria reze ao final: “Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém”, pode-se e se deve entender aqui a seguinte interpretação.

Não “somos” pecadores, na verdade! Mas, sim, “estamos” pecadores. E é simples entender tal diferença, bastando reportar-nos à eficácia do Sacramento da Reconciliação. Neste, o fiel cristão católico é absolvido de seus pecados. Nesse momento, portanto, ele não “está” mais pecador, mas passou por uma mudança existencial de pecador a santo. Ele agora “está” em estado de graça, isto é, de santidade e pode, com todo o direito, aproximar-se da Comunhão Eucarística, como se nos é orientado para uma boa participação na Missa.

Podemos concluir, portanto, que ninguém “é” pecador. Mas todos “estamos” pecadores, após termos cometido algum pecado; ou “estamos” santos (ou em estado de graça) após termos passado pela Confissão e termos recebido a absolvição dos pecados. Somos, então, todos “inclinados” ao pecado. Mas não somos pecadores! Estamos, em certos momentos, em pecado! Mas, também, podemos estar, em outros momentos, em estado de santidade! E é muito bom saber disso.

A “Ave Maria” não está errada na sua parte final. Apenas foi escrita sem a precisão adequada, tendo sido simplificada pela não distinção dos verbos Ser e Estar. Os quais, de fato, não existem de forma autônoma e separada em muitas línguas. Em inglês, por exemplo, o único verbo é o Verbo “to be”, que é traduzido por “ser” ou “estar”, dependendo da interpretação.

Na verdade, portanto, o cristão que reza a Ave Maria está rezando: “Rogai por nós, que somos inclinados ao pecado, agora e na hora de nossa morte. Amém”.


SER OU ESTAR – CONCLUSÃO

Interpretar adequadamente um texto, em termos dos verbos Ser ou Estar – inclusive em tradução – pode nos levar à correta e mais indicada expressão linguística. E, ao contrário, uma interpretação inadequada pode nos levar a interpretações errôneas e tendenciosas. Como é o caso da Ave Maria, que nos torna todos “pecadores” – numa interpretação inadequada – ou nos lembra, mais adequadamente, que todos somos inclinados (ontologicamente) ao pecado, mas que podemos dele nos libertar em busca do estado de santidade.

Uilso Aragono.  (Set. 2020)

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS – PARTE V

 Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

19. A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E DOS PEIXES: Jesus levou consigo os apóstolos e se retirou para um lugar afastado, na direção de uma cidade chamada Betsaida. No entanto, as multidões souberam disso e o seguiram. Jesus acolheu-as e falava a elas sobre o Reino de Deus e restituía a saúde a todos os que precisavam de cura. A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos se aproximaram de Jesus e disseram: “Despede a multidão. Assim eles podem ir aos povoados e campos vizinhos para procurar alojamento e comida, porque estamos num lugar deserto”. Mas Jesus disse: “Vocês é que têm de lhes dar de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes... A não ser que vamos comprar comida para toda essa gente!”. De fato, estavam aí mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandem o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. Então Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou sobre eles a benção e os partiu, e ia dando aos discípulos a fim de que distribuíssem para a multidão. Todos comeram, ficaram satisfeitos, e ainda foram recolhidos doze cestos de pedaços que sobraram (Lc 9, 10-17).

– Como nos relatos paralelos de Mateus (14, 13-21) e Marcos (6, 30-44), aqui, Lucas (como João) narra apenas uma multiplicação de pães e peixes, diferentemente de Mateus e Marcos, que narram dois eventos de multiplicação de alimentos, cada um.  Explica uma nota da Bíblia de Jerusalém*: “[...] as duas narrativas de multiplicação dos pães parecem provir de duas tradições paralelas de um mesmo evento, uma nascida no ambiente palestino (margem ocidental do lago [...], doze cestos como as doze tribos de Israel), a outra originária de um meio cristão derivado do paganismo (margem oriental, [...] sete cestos como as sete nações pagãs de Canaã antes da conquista [...])”.

* (Bíblia de Jerusalém, Paulinas, 1986, p. 1946, nota u)

 

20. JESUS SE TRANSFIGURA DIANTE DOS APÓSTOLOS: Oito dias após dizer essas palavras, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Nisso, dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés, e Elias. Apareceram na glória e conversavam sobre o êxodo de Jesus, que iria acontecer em Jerusalém. Pedro e os companheiros dormiam profundamente. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. [...] Os discípulos ficaram com medo quando entraram na nuvem. Mas, da nuvem saiu uma vez que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutem o que ele diz!”. Quando a voz falou, Jesus estava sozinho. Os discípulos ficaram calados e nesses dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto (Lc 9, 28-32.34b-36).

Relatos semelhantes estão contidos nos evangelhos de Mateus (17, 1-9) e Marcos (9, 2-10). Moisés e Elias podem estar representando a Lei e os Profetas (isto, é, toda a Bíblia), respectivamente, para mostrar, como Jesus lembra algumas vezes, que toda a Escritura fala dele. Maria, a Mãe de Jesus, já lembrava aos discípulos que fizessem o que Ele dissesse; agora, é o Pai que lembra aos discípulos (e a nós, portanto), que escutem o que Ele diz. Duas coisas importantíssimas: escutar e fazer o que Jesus nos diz; eis a essência do ser cristão!

 

21. JESUS CURA UM MENINO ENDEMONINHADO: Um homem gritou do meio da multidão: “Mestre, eu te peço, vem ver o meu filho, pois é o meu único filho. Um espírito o ataca e, de repente, solta gritos e o sacode e o faz espumar. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espirito, mas eles não conseguiram”. Jesus disse: “Ó geração sem fé e pervertida! Até quando deverei ficar com vocês e ter que suportá-los? Traga o menino aqui”. Quando o menino estava se aproximando, o demônio o jogou no chão e o sacudiu. Então Jesus ordenou ao espírito mau e curou o menino. Depois o entregou a seu pai. Todos ficaram admirados com a grandeza de Deus (Lc 9, 38-43).

É um episódio também relatado por Mateus (17, 14-18) e Marcos (9, 14-27) e nos mostra a importância da fé. Mais uma vez, Jesus se lamenta de que aquela geração (incluindo os discípulos) não tivesse fé! Ordenou ao espírito mau e este deixou o menino, causando admiração a todo o povo. Alguns cristãos querem justificar esse milagre como sendo apenas uma cura de um estado epilético, e não de uma possessão demoníaca. Há que se lembrar aqui, como explicam alguns teólogos exorcistas*, que o demônio também atua sobre pessoas com doenças mentais! Aliás, ele se aproveita de nossas fraquezas, quaisquer que sejam, para nos atormentar! Mais uma vez: se a crença na atuação do demônio fosse uma falsidade, Jesus não a teria confirmado, mas, ao contrário, teria esclarecido a verdade. No entanto, Jesus sempre expulsa os demônios, inclusive, às vezes, perguntando-lhe o nome!...

*Amorth, Gabriel. Mais fortes que o mal – O Demónio: reconhecê-lo, vencê-lo, evitá-lo. Paulus, Lisboa, 2012. p. 20.

 

22. JESUS EXPULSA UM DEMÔNIO MUDO: Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. Mas alguns disseram: “É por meio de Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios” (Lc 11, 14-15).

Que observação mais absurda e preconceituosa e invejosa é essa que acusa Jesus de estar expulsando os demônios em nome de Belzebu! Pois aqueles que assim falaram poderiam ter, igualmente, reconhecido que havia sido pelo Poder de Deus que Ele expulsava os demônios. O fato de atribuir ao príncipe dos demônios o exorcismo realizado por Jesus mostra a inveja, a rejeição e a má vontade para aceitar o novo Profeta e suas curas. Que pecado horroroso esse de um coração fechado! É este pecado que Jesus, em outra parte do Evangelho, vai classificar como o pecado contra o Espírito Santo (um coração fechado a Ele).

//Desejando ler a parte anterior (Ev. de Lucas) é só clicar no link abaixo:

https://www.blogger.com/blog/post/edit/2713838414460109863/3927493599694123111?hl=pt-BR

Uilso Aragono.  (Agosto de 2020)

quinta-feira, 30 de julho de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS – PARTE IV

Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

15. VÁRIAS MULHERES CURADAS DE ESPÍRITOS MAUS: Depois disso, Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Notícia do Reino de Deus. Os Doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos maus e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual haviam saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Suzana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam (Lc 8, 1-3). –  Esta citação mostra como Jesus se importava com as mulheres (que eram muito pouco valorizadas naquele tempo e naquela cultura), curando-as de doenças e dos espíritos maus, como fazia em relação aos homens: tratava-as, portanto, como iguais aos homens, no que toca aos direitos de serem curadas e de serem ouvidas.

16. JESUS EXPULSA UMA LEGIÃO DE DEMÔNIOS: Jesus e os discípulos desembarcaram na região dos gerasenos, que está diante da Galileia. Ao descer à terra, um homem da cidade foi ao encontro de Jesus. Ele era possuído por demônios, e há muito tempo não se vestia, nem morava em casa, mas nos túmulos. Vendo Jesus, o homem começou a gritar, caiu aos pés dele, e falou com voz forte: “Que há entre mim e ti, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Eu te peço, não me atormentes!”. (...) Então Jesus lhe perguntou: “Qual é o seu nome?”. Ele respondeu; “Meu nome é Legião”. Pois muitos demônios tinham entrado nele. (...) Havia aí perto uma numerosa manada de porcos, pastando na montanha. Os demônios pediram a Jesus que os deixasse entrar nos porcos. Jesus deixou. Os demônios saíram do homem e entraram nos porcos. E a manada atirou-se monte abaixo, para dentro do lago, onde afogou-se (Lc 8, 26-28.30.32-33). – 0 relato, semelhante aos que se encontram em Mateus (8,28-32) e em Marcos (5,6-13), mostra algumas verdades cristãs e evangélicas: 1) Jesus é reconhecido pelos demônios, aos gritos, como sendo o Filho do Deus Altíssimo; 2) os demônios existem, de fato, caso contrário Jesus estaria confirmando uma crença inverídica, mas, ao contrário, a confirma ao não negá-la; 3) os demônios podem entrar, vários ao mesmo tempo, em uma pessoa; 4) eles são ávidos pela morte das criaturas de Deus, pois somente desejaram entrar na manada para, imediatamente, matá-la; 5) Jesus é tão bondoso que, mesmo aos demônios, não lhes negou seu pedido...

17. A MULHER QUE SOFRIA DE HEMORRAGIA: Em certo momento chegou uma mulher sofrendo de hemorragia há doze anos, e ninguém tinha conseguido curá-la. Ela foi por trás e tocou na barra da roupa de Jesus. No mesmo instante a hemorragia parou. Então Jesus perguntou: “Quem foi que tocou em mim?”. Todos negaram, e Pedro disse: “Mestre, as multidões te cercam e te apertam!”. Então Jesus disse: “Alguém me tocou, pois senti que uma força saiu de mim”. A mulher, vendo que tinha sido descoberta, foi tremendo e caiu aos pés de Jesus. Contou diante de todos o motivo por que ela havia tocado em Jesus e como tinha sido curada no mesmo instante. Jesus disse à mulher: “Minha filha, sua fé curou você. Vá em paz” (Lc 8,43-48). – Esta passagem, que também ocorre em Mateus (9,20-22) e em Marcos (5,25-29), mostra-nos a importância da fé na misericórdia de Deus: Ele não exige que façamos orações das mais belas, ou grandes sacrifícios ou, ainda, grandes ofertas no templo, mas acolhe toda e qualquer manifestação de fé humilde e confiante. A mulher, na sua humildade social, em sua vergonhosa doença, não se quis expor e confiou que, apenas tocando a roupa de Jesus, seria curada. E tal aconteceu... Que também nós possamos confiar que nossas pequenas manifestações de fé (beijar um crucifixo, usar a água benta, persignar-se, etc.) possam render-nos grandes graças do Céu!

18. JESUS CURA A FILHA DE JAIRO: Nesse momento, chegou um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga do lugar. Caiu aos pés de Jesus e pediu com insistência que Jesus fosse à sua casa porque ele tinha uma filha única, de doze anos, que estava morrendo. (...) Um mensageiro da casa do chefe da sinagoga chegou dizendo: “Sua filha morreu; não incomode mais o Metre”. Jesus ouviu a notícia e disse a Jairo: “Não tenha medo; apenas tenha fé, e ela será salva”. Quando chegou à casa, Jesus não deixou ninguém entrar com ele, a não ser Pedro, João e Tiago, juntos com o pai e a mãe da menina. (...) Jesus tomou a menina pela mão e a chamou, dizendo: “Menina, levante-se”. A menina voltou a respirar, levantou-se no mesmo instante, e Jesus mandou que lhe dessem de comer (Lc 41.42a. 49b-51.54.55). – Como nos evangelhos de Mateus (9,18-25) e de Marcos (5,22-42), neste episódio, Jesus cura a menina e somente exige do pai que tenha fé! Isto é: que ele acreditasse em Deus, que tudo pode. No entanto, Jairo caiu aos pés de Jesus e pedia a ele que curasse sua filha. Ele demonstra, assim, ter consciência de que Deus estava com Jesus. E nós, temos esta consciência? E sabemos que não somente Deus estava com Jesus, mas que Ele é o próprio Filho de Deus e, portanto, Deus, também, Ele próprio (a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade). 


//Desejando ler a parte anterior (Ev. de Lucas) é só clicar no link abaixo:

https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2020/06/os-milagres-de-jesus-no-evangelho-de.html

Uilso Aragono. (Julho de 2020)


domingo, 28 de junho de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS – PARTE III

Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.


10. A CURA DO PARALÍTICO DESCIDO PELO TELHADO: Certo dia, Jesus estava ensinando. Estavam aí, sentados, fariseus e doutores da Lei, vindos de todos os povoados da Galileia, da Judeia e até de Jerusalém. Chegaram, então, algumas pessoas levando, numa cama, um homem que estava paralítico. Subiram, então, ao terraço e, através das telhas, desceram o homem com a cama, no meio, diante de Jesus. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: “Homem, seus pecados estão perdoados”. Os doutores da Lei e os fariseus começaram a pensar: “Quem é esse que está falando blasfêmias?”.  Mas Jesus percebeu o que eles estavam pensando. Tomou então a palavra e disse: “Por que vocês pensam assim? O que é mais fácil? Dizer: ‘Seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se e ande’? Pois bem: para vocês saberem que o Filho do Homem tem poder para perdoar pecados, – disse Jesus ao paralítico – eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama, e volte para casa”. No mesmo instante, o homem se levantou diante deles, pegou a cama onde estava deitado, e foi para casa, louvando a Deus” (Lc 5, 17ab.18a.19b.20-21b.22-25). – Nesta passagem, similar a Mateus (9, 2-7) e a Marcos (2, 3-12), Jesus nos mostra que mais importante que a cura física é a cura espiritual. Aliás, muitas vezes, a cura física é decorrência das dimensões mental ou espiritual da pessoa: doenças mentais ou espirituais costumam ter consequências (chamadas psicossomáticas ou pneumossomáticas) no corpo físico. No entanto, como sinal de sua messianidade, e para espanto dos fariseus, Jesus resolve curar fisicamente o paralítico, e de forma instantânea. Quem, se não Deus para fazer isto?

11. JESUS CURA UM HOMEM COM A MÃO SECA: Em outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Aí havia um homem com a mão direita seca. Os doutores e os fariseus espiavam para ver se Jesus iria curá-lo durante o sábado e, assim, encontrarem motivo para acusá-lo. Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse ao homem da mão seca: “Levante-se e fique no meio”. Ele se levantou e ficou de pé. Jesus disse aos outros: “Eu pergunto a vocês: a Lei permite no sábado fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?”. Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor e disse ao homem: “Estenda a mão”. O homem assim o fez, e sua mão ficou boa (Lc 6, 6-10). – Neste episódio, similar ao que se relata em Mateus (12, 9-13) e em Marcos (3, 1-6), Jesus nos ensina que a Lei deve ser interpretada em vista do bem do ser humano e que guardar o dia de descanso do Senhor, deixando-se de fazer as atividades rotineiras para o sustento da vida, é bem diferente de se deixar de fazer o bem: este se impõe em qualquer dia ou qualquer situação.

12. JESUS CURA A TODOS: Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidônia. Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus foram curados. Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele e curava a todos (Lc 6, 17-19). – Como em Mateus (4, 24-25) e Marcos (3, 7-12) aqui também Jesus cura a todos os que buscam ouvir seus ensinamentos e serem curados. E, mais uma vez, Jesus cura doentes e endemoniados (atormentados por espíritos maus), o que mostra que o povo de então sabia bem diferenciar um doente de uma pessoa atacada por espíritos maus! Isto é, se não soubessem, o autor teria dito simplesmente: todos eram doentes ou todos eram endemoniados...

13. JESUS CURA O EMPREGADO DO OFICIAL ROMANO: Jesus entrou na cidade de Cafarnaum. Havia ali um oficial romano que tinha um empregado, a quem estimava muito. O empregado estava doente, a ponto de morrer. O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus para pedir a Jesus que fosse salvar o empregado. Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizer a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois eu não sou digno de que entres em minha casa; nem sequer me atrevi a ir pessoalmente ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu empregado ficará curado”. Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Voltou-se para a multidão que o seguia e disse: “Eu declaro a vocês que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde (Lc 7, 1b-3.6-7.9-10). – É um episódio semelhante ao que relatam tanto Mateus (8,5-10.13) como João (4,46-54). Impressiona a fé do oficial romano (ou centurião) que, mesmo não sendo judeu, demonstrou enorme fé na pessoa de Jesus, a ponto de fazê-lo declarar à multidão nunca ter encontrado tamanha fé em Israel! E a Igreja Católica utiliza a expressão do oficial romano na sua Missa, ao final da Oração Eucarística, em que a assembleia diz, exatamente: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Esta é uma entre muitas palavras evangélicas que a Igreja utiliza na Celebração Eucarística (ou Missa).

14. JESUS CURA O FILHO DA VIÚVA DE NAIM: Em seguida, Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho único e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela. Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela e lhe disse: “Não chore!”. Depois, aproximou-se, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Então Jesus disse: “Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!”. O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo!” (Lc 7, 11a-16). – É um relato próprio do evangelista Lucas, mostrando que Jesus é o Messias, pois logo à frente, em seu Evangelho, Lucas vai colocar na boca de Jesus a resposta a João Batista: “ Voltem e contem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa Notícia é anunciada aos pobres. E feliz é aquele que não se escandaliza de mim!” (Lc, 7,22-23).


(CONTINUA EM UM PRÓXIMO BLOGUE)

//Desejando ler a parte anterior (Ev. de Lucas) é só clicar no link abaixo:

https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2020/05/sobre-o-uso-do-whatsapp.html

Uilso Aragono (Junho, 2020)

domingo, 31 de maio de 2020

QUE USO DAMOS PARA O WHATSAPP


Permitam-me fazer uma avaliação do uso que têm feito do WhatsApp os participantes dos meus vários grupos. Infelizmente, já adianto que minha avaliação – de acordo com meus critérios e gostos pessoais – não é muito positiva!...

O QUE É O WHATSAPP

O WhatsApp, dentre outras redes sociais, é um meio de comunicação interativo, instantâneo e assíncrono, portanto, muito oportuno para a comunicação rápida e efetiva que todos buscam hoje em dia. Mas será que ele está cumprindo o papel que dele esperaria uma sociedade racional, inteligente e civilizada?

Gastei um tempo contabilizando as postagens que me tenham trazido alguma contribuição ou tenham sido, pelo menos, positivas, e aquelas que eu poderia considerar descartável e, portanto, uma total perda de tempo (se for gasto tempo com elas!).

Concluí que, na maioria absoluta, as mensagens/postagens, constituídas por vídeos, fotos, notícias e assemelhados têm, de fato, o poder de atrair a atenção de quem as aprecia em sua “fachada”: são curiosidades potencialmente interessantes. Mas são, todas elas, postagens que foram ou recebidas de terceiros ou vistas nas redes sociais (em especial o YouTube) e repassadas por terem atraído a atenção de alguém. Ou seja, a pessoa que achou o vídeo ou o texto interessante, no YouTube ou em outra rede social qualquer, não fez buscas de acordo com seu interesse temático? Ao enviar para outros, quem garante que o interesse desses seja o mesmo que o dele?

O CONTEÚDO DAS POSTAGENS

Hoje, quando alguém quer saber alguma coisa é só perguntar ao Dr. Google – todos os alfabetizados ciberneticamente sabemos disto! Portanto, se alguém quiser buscar alguma coisa que lhe interesse, sabe onde pode procurar, para divertir-se ou para se alimentar culturalmente.

Vejamos quais são os tipos de postagem comumente feitos nos variados grupos de WhatsApp.

  • Vídeos: com os temas de política/política partidária, música, teatro, humor, religião, filosofias de vida, curiosidades, pegadinhas, notícias, opiniões (normalmente não assinadas), alardes, etc.;
  • Fotos: com os mesmos temas acima;
  • Áudios: igualmente com os temas mais variados, raramente sendo feitos por membros do grupo, e normalmente sendo trocados entre grupos;
  • Stickers (figurinhas): com temas muito variados;
  • Textos: normalmente escritos pelos membros do grupo, mas com uma grande quantidade de repasses (de particulares ou de outros grupos).


Verifica-se, por esses tipos de postagem, que há material farto para o costume já comum de repasse de mensagens/postagens com base nos tipos 1 até 4. Somente o quinto tipo (Textos) é que daria margem para a produção original do participante de um grupo. E isto, raramente acontece...

Observe-se que as postagens com conteúdo de política partidária têm provocado, entre aqueles inicialmente considerados amigos, muitos atritos e inimizades, com saídas inesperadas de membros de grupos por conta disso. E a amizade? Como fica depois de discussões, atritos e saídas surgidos no grupo?

AS FAKE NEWS (POSTAGENS FALSAS) E OS FACTOIDES

O que existe em grande número nas redes sociais da Internet e, particularmente, no WhatsApp são as postagens tipo Fake News (com conteúdo falso) e tipo factoides (com algum fato verdadeiro, mas distorcido). É o que hoje denominam “pós verdade”. A gente séria perde tempo dobrado: ao apreciar a postagem suspeita e ao tentar identificar se é verdadeira. Para os que não se preocupam com a seriedade das coisas, repassar conteúdos fake é a coisa mais fácil do mundo. Resultado: grupos de redes sociais cheios de postagens de conteúdos falsos, muitos deles visando, quase que intencionalmente, a provocar confusão, desinformação e prejuízos às pessoas de bem e ingênuas, que acabam acreditando nessas postagens.

O interessante é que o tempo que se perde nas redes sociais com os tipos de postagem listados poderia ser mais bem empregado ao se consultar diretamente as variadas fontes de boas notícias e curiosidades que se podem encontrar no YouTube e nos buscadores Google e Chrome (ou nos equivalentes da Apple) e em vários aplicativos de notícias disponíveis nas plataformas Android e Apple (muitas delas com filtros anti-fake, especialmente ligadas aos grandes meios de comunicação convencionais).

O MELHOR PAPEL DO WHATSAPP

E qual seria o papel que uma sociedade madura e responsável esperaria de um serviço de rede social virtual como o WhatsApp?  Sendo um meio de comunicação interativo e quase instantâneo, embora assíncrono (cada um pode apreciar a postagem no momento mais apropriado), presta-se muito bem para a comunicação efetiva (telefone, áudio, vídeo, fotos) entre os membros de um grupo ou entre indivíduos, dois a dois.

E essa comunicação efetiva poderia acontecer se os tipos de postagem acima listados fossem utilizados, também, de forma original (não só como repasse de outros): vídeos, áudios, etc., produzidos pelos membros do grupo, pelos utilizadores do Aplicativo. Alguém postaria, então:

  • Vídeo ou álbum de fotos da família (supondo grupo familiar);
  • Notícias da família (supondo grupo familiar);
  • Convite para algum evento artístico-cultural de interesse do grupo ou do outro contato.


Ou utilizaria o versátil WhatsApp para:

  • Comunicação ao vivo via áudio (chamada por áudio) ou por vídeo (chamada por vídeo);
  • Conversa ao vivo com múltiplos participantes (tipo net meeting);
  • Transmissão instantânea de fotos ou de pequenos vídeos sobre acontecimentos ou assuntos de interesse do grupo;
  • Transferência de arquivos diversos (pdf, vídeo, foto, etc.) de real interesse dos participantes do grupo.


CONCLUINDO...

Embora o WhatsApp (ou outras redes sociais equivalentes menos famosas) possa ser um recurso tecnológico atual muito utilizado e muito útil para a sociedade atual, não faltam aqueles que reclamam do excesso de postagens, sendo muitas delas totalmente “sem noção”. Parece que o recurso se tornou um meio de repassar vídeos, fotos, etc. Será que não está faltando alguém lançar um curso sobre o uso mais eficaz e criativo do WhatsApp? Será que não está na hora de passarmos de meros repassadores de conteúdo para produtores, nós também?

UILSO ARAGONO (MAIO, 2020)


quinta-feira, 30 de abril de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS – PARTE II


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.


6. JESUS CURA A SOGRA DE PEDRO:  Jesus saiu da sinagoga e foi para a casa de Simão. A Sogra de Simão estava com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. Inclinando-se para ela, Jesus ameaçou a febre, e esta deixou a mulher. Então, no mesmo instante, ela se levantou e começou a servi-los (Lc 4, 38-39). – Este milagre é relatado no Evangelho de Mateus (8, 14-15) e também no de Marcos (1, 29-31). A diferença aqui, em relação aos demais, é que Jesus “ameaça” a febre, e ela se vai. Nos outros, Jesus toca a mão da sogra de Pedro (ou Simão) ou a segura pela mão. Em comum: a febre desaparece instantaneamente e a senhora se levanta e começa a servi-los. Sabe-se que uma dona de casa não se deixa abater por uma febre qualquer. Se ela estava com febre “alta” e deitada, é porque a situação era grave. Um toque na mão dela e Jesus a cura totalmente!

7. JESUS CURA MUITOS DOENTES: Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males, os levavam a Jesus. Jesus colocava as mãos em cada um deles e os curava. De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava e não os deixava falar, porque os demônios sabiam que ele era o Messias (Lc 4, 40-41). – Em Marcos (Mc 1, 32-34; 3, 9-12) e em Mateus (8,16; 14,14) episódios semelhantes foram relatados. O fato comum é que eram muitos doentes e, também, possessos do demônio, e todos eram curados e os demônios expulsos. Dos Evangelhos fica a impressão de que Jesus curava multidões, e no meio dessas, muitos demônios eram expulsos! Quem, senão o verdadeiro Deus Filho – a quem os demônios reconheciam e gritavam o Nome – para fazer tais curas?

8. A PESCA MILAGROSA: Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré. [...] Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avance para águas mais profundas e lancem as redes para a pesca.”. Simão respondeu: “Mestre, tentamos a noite inteira e não pescamos nada. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes.”. Assim fizeram e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se arrebentavam. [...] Ao ver isso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” (Lc 5, 1.4-6.8).  Este episódio é narrado apenas por Lucas. Sabe-se que o apóstolo Lucas, que foi discípulo, amigo e companheiro de Paulo, era médico e, portanto, uma pessoa muito dada aos estudos. Tudo indica que ele tenha pesquisado e entrevistado muitas pessoas e, inclusive, Maria, a Mãe de Jesus. Esse milagre nos mostra, mais uma vez, que Jesus quando intervém para realizar algo portentoso, o faz sem economias: “... as redes se arrebentavam.”. A reação de Pedro mostra a mentalidade dos judeus diante de Deus: os pecadores que somos devemos nos afastar de Deus, que é três vezes Santo. É mais um testemunho da crença de Pedro de que estava diante de um Homem-Deus!

9. JESUS CURA UM HOMEM COM LEPRA: Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, caiu a seus pés e pediu: “Senhor, se quiseres, tens o poder de me purificar.”. Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fique purificado.”. No mesmo instante a lepra o deixou. Jesus ordenou que não dissesse nada a ninguém (Lc 5, 12-14a). – Episódio semelhante ao que narram Mateus (8,2-3a) e, também, Marcos (1, 40-42). Este milagre mostra, mais uma vez, que Jesus não tem medo de tocar no doente com hanseníase (como hoje se refere à lepra), como tinham todos as pessoas daquela época. Toca-o e o cura instantaneamente! E cura completa, como costumam ser todas as intervenções de Jesus: ele restaura completamente a pessoa doente e não pelas metades. Que nós tenhamos esta fé do doente que pediu a Jesus: “Se quiseres, tu tens o poder de me curar”. E Jesus, sem sombra de dúvidas tem o poder. E quem duvida que Ele queira nos curar, proteger, amar e nos dar a vida plena?


(CONTINUA EM UM PRÓXIMO BLOGUE)

//Desejando ler a parte anterior (Ev. de Lucas) é só clicar no link abaixo:
https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2020/03/os-milagres-de-jesus-no-evangelho-de.html

Uilso Aragono (Abril de 2020)

sexta-feira, 27 de março de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS – PARTE I


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.



1. O ESPÍRITO SANTO DESCE SOBRE JESUS: Todo o povo foi batizado. Jesus, depois de batizado estava rezando. Então o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado! Em ti encontro o meu agrado.” (Lc 3, 21-22). – A diferença deste episódio em relação aos evangelhos de Mateus e Marcos (com o de Lucas, eles são chamados evangelhos sinóticos = semelhantes), é que Jesus estava rezando... No mais, é igual a descrição. Interessante perceber que é bom que os relatos não sejam, exatamente, iguais. Até porque, se o fossem, eles se reduziriam a um único Evangelho, e teríamos, então, apenas dois relatos sobre a Vida de Jesus. As pequenas, e às vezes grandes, diferenças entre os relatos dos evangelhos sinóticos nos evidencia o respeito que Deus manifesta em relação à humanidade do autor sagrado. Porque ele não escreve como quem ouve um ditado. Mas escreve como qualquer pessoa faria, com base no conhecimento já adquirido pela tradição oral, e com base em informações disponíveis em escritos (fragmentados?) que já existiam. A diferença, então, deve estar mais associada à memória da tradição oral, que acabou mesclada com informações escritas, comuns aos três autores dos evangelhos sinóticos.

2. JESUS É TENTADO NO DESERTO: Repleto do Espírito Santo, Jesus voltou do rio Jordão e era conduzido pelo Espírito através do deserto. Aí ele foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada nesses dias e, depois, sentiu fome. Então o diabo disse a Jesus: “Se tu és o Filho de Deus, manda que essa pedra se torne pão”. Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’.” (Lc 4, 1-4). – Outras duas tentações são descritas: a relativa à riqueza e a relativa ao poder (político e religioso). Mais uma vez, notam-se as diferenças entre os três relatos sinóticos. Aqui (Lucas), “Jesus foi tentado pelo diabo durante quarenta dias”! Em Mateus, Jesus “jejua” por quarenta dias e quarenta noites, e o tentador é um diabo de nome Satanás. E em Marcos, é Satanás quem tenta Jesus durante quarenta dias. E Jesus vivia entre os animais selvagens e os anjos o serviam. Estes anjos, em Mateus, só aparecem depois das tentações. Essas diferenças servem para manifestar a verdade da mensagem evangélica, com as variações dos detalhes, mas, na essência, uma única mensagem: Jesus afastou-se no deserto, deve ter jejuado bastante e foi tentado pelos maus espíritos. E com a fé firme em Deus, rejeita todas as tentações. Que imitemos nosso Senhor na firmeza da fé!

3. JESUS LÊ AS ESCRITURAS SOBRE O MESSIAS: Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se havia criado. (...) Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: “O Espirito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos, e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor”. (...) Então Jesus começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura que vocês acabam de ouvir.” (Lc 4, 16a.17-19.21). – Não deixa de ser um milagre o fato de que Jesus recebe o livro de Isaías (na verdade, um rolo de pergaminho) das mãos de um ajudante do Templo. Ele apenas busca a passagem (como a encontrou?) e a lê. E essa passagem fala, justamente, da manifestação do Messias, do Ungido do Senhor. O texto lido fala também das obras que já estavam sendo realizadas por Jesus: curas e libertações espirituais. Mas os seus não o receberam e até o rejeitaram...

4.  JESUS LIVRA-SE DO PRECIPÍCIO: Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e expulsaram Jesus da cidade. E o levaram até o alto do monte, sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Mas Jesus, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho (Lc 428-30). – Esta passagem mostra como Jesus, sendo verdadeiro homem, era, igualmente, verdadeiro Deus! Pois estando para ser empurrado precipício abaixo por uma multidão enfurecida, em dado momento, ele simplesmente como que hipnotiza a turba e passa pelo meio dela, deixando todos para trás e seguindo seu caminho. Quem conseguiria fazer isto? Não há quem!... Mas Jesus é o Filho do Homem, é o Filho de Deus! E o mundo espiritual é mais forte do que o mundo material! Observe-se que, na passagem paralela do evangelho de Marcos, só se fala na rejeição dos seus concidadãos. A referência ao precipício é omitida.

5. A CURA DE UM ENDEMONIADO: Na sinagoga havia um homem possuído pelo espírito de um demônio mau, que gritou em alta voz: “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!”. Jesus o ameaçou dizendo: “Cale-se, e sai dele!”. Então o demônio jogou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum (Lc 4, 33-35). – Este episódio também está registrado no evangelho de Marcos (1, 23-27), não, porém, no de Mateus. E são, essencialmente idênticos. É um milagre de libertação da possessão demoníaca. E neste caso, como o próprio endemoniado diz, eles são muitos: “O que queres de nós, Jesus de Nazaré?”. E Jesus, com uma simples palavra de poder, os manda sair. E, imediatamente, o homem é libertado das garras demoníacas. Ainda hoje há casos de possessão, de influência demoníaca, de vexação (violência física sobre uma pessoa), etc. Exorcistas ainda são bem-vindos ao mundo cristão!

(CONTINUA NO PRÓXIMO BLOGUE)

//Desejando ler a parte anterior (Ev. de Marcos) é só clicar no link abaixo:

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS – PARTE VI


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Marcos. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

27. JESUS PREVÊ O ENCONTRO DO JUMENTINHO: Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo: “Vão até o povoado que está na frente de vocês e logo que vocês entrarem aí, vão encontrar amarrado um jumentinho que nunca foi montado; desamarrem o animal  e tragam aqui.” (...) Então eles foram e encontraram um jumentinho amarrado, do lado de fora, na rua, junto de uma porta, e o desamarraram. Algumas pessoas que aí estavam disseram: “O que vocês estão fazendo, desamarrando o jumentinho?”. Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e então permitiram que fizessem isso (Mc 11, 1c-2.4-6). –  Este episódio não chega a ser um milagre de caráter sobrenatural, mas não deixa de ser um milagre, só que de caráter preternatural, isto é: algum ser humano, em certas condições, pode fazê-lo. Mas não deixa de ser mais uma prova de que Jesus seja verdadeiramente homem e Deus! Com toda a facilidade e naturalidade Ele afirma algo sobre o futuro próximo, que ocorre exatamente como predito! Isto nos mostra, também, que confiantes em Deus, e por meio da oração, podemos acreditar que muitas coisas haverão de acontecer de tal ou qual maneira, especialmente se for para o bem das pessoas envolvidas.

28. A FIGUEIRA ESTÉRIL: No dia seguinte, quando voltavam de Betânia, Jesus sentiu fome. Viu de longe uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de seus figos”. E os discípulos escutaram o que ele disse.  (...) Na manhã seguinte, Jesus e os discípulos, passando, viram a figueira que tinha secado até a raiz. Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoastes secou”. Jesus disse para eles: “Tenham fé em Deus. Eu garanto a vocês: se alguém disser a esta montanha: ‘Levante-se e jogue-se no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá’” (Mc 11, 12-14.20-23). – Neste episódio, tudo indica que Jesus tenha desejado criar as condições para o ensino sobre a fé. Ao amaldiçoar a figueira que tinha folhas, mas não frutos (uma alusão à sociedade da época, tão cheia de aparente esplendor, mas sem os frutos da solidariedade?), ela acaba por, de fato, secar “até a raiz”, como é encontrada na manhã seguinte. E Jesus lhes ensina: “Tenham fé em Deus”. A fé, então, confiança sem qualquer dúvida, mas baseada – como diz mais à frente – na prática do perdão.

29. JESUS PREVÊ O ENCONTRO DO CENÁCULO: No primeiro dia dos Ázimos, quando matavam os cordeiros para a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que vamos preparar para que comas a Páscoa?”. Jesus mandou então dois de seus discípulos, dizendo: “Vão à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no e digam ao dono da casa onde ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: Onde é a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer a Páscoa?’. Então ele mostrará para vocês, no andar de cima, uma sala grande, arrumada com almofadas. Preparem aí tudo para nós.”. Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito. E prepararam a Páscoa (Mc 14, 12-16). – Este texto narra algo parecido com o que aconteceu no item 27, acima: Jesus prevê o encontro do jumentinho. É também um milagre preternatural: uma pessoa bem dotada mentalmente, poderia prever esse futuro próximo – é o que se denomina, hoje, na área da Parapsicologia, um evento de precognição. Mas, como aquele, este episódio mostra, mais uma vez, a natureza humano-divina perfeita de Nosso Senhor. Ele tão bem lê os acontecimentos futuros, quando lê os corações humanos! Que aprendamos a pedir ao Senhor que seja nossa luz na caminhada desta vida!

30. A CORTINA DO SANTUÁRIO SE RASGA: Alguém, correndo, encheu de vinagre uma esponja, colocou-a na ponta de uma vara e deu para Jesus beber, dizendo: “Deixem, vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz!”. Então Jesus lançou um forte grito e expirou. Nesse momento a cortina do santuário se rasgou de alto a baixo, em duas partes. O oficial do exército, que estava bem na frente da cruz, viu como Jesus havia expirado e disse: “De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus!” (Mc 15, 36-39). – A cortina do Santuário ficava dentro do grandioso Templo de Salomão e isolava o local chamado Santo do Santos, onde somente entrava um sacerdote escolhido, por vez. Essa cortina ou véu tinha a função de separar o lugar sagrado, em que o Senhor Deus se manifesta para receber as oferendas sacrificais, do mundo exterior. O significado de sua ruptura, no momento exato em que Jesus dá seu último suspiro, pode ser o de que, com a morte redentora de Cristo, do Messias Salvador, tudo o que separava o homem de Deus – o pecado! – agora estava superado! Deus não é mais aquele Deus vingativo e distante da mentalidade judaica, mas torna-se um Deus-Pai, amoroso e cheio de misericórdia! Nada mais nos separa de Deus! Jesus é a nova ponte que nos liga ao Pai!

31. JESUS APARECE RESSUSCITADO: Depois de ressuscitar na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando. Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar. Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam a caminho do campo. Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros, que não acreditaram nem mesmo nesses. Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo. Jesus os repreendeu por causa da falta de fé e pela dureza de coração, poque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado (Mc 16, 9-14). – Neste episódio da ressurreição de Jesus, o que fica marcante é a descrença dos discípulos, que são repreendidos severamente pelo Senhor, quando resolve lhes aparecer face a face. Impressiona-nos a repreensão de Jesus aos discípulos: Ele dá muito valor à crença baseada em um coração puro, como o de uma criança. Não é à toa que Jesus nos disse: “Quem não tiver um coração como o dessas crianças, não entrará no Reino de Deus!”.

//Desejando ler a parte anterior, é só clicar no link abaixo:
https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2020/01/os-milagres-de-jesus-no-evangelho-de.html
  
Uilso Aragono (Fev. 2020)

Quem sou eu

Minha foto
Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

Seguidores