quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O QUE É O HUMANISMO SECULAR OU PAGÃO


Tendo em vista as inúmeras mensagens humanísticas, positivas e "politicamente corretas" que circulam pela Internet, vale a pena refletir sobre o Humanismo Pagão (ou Secular) que está por trás delas. Mensagens que não levam em conta a presença de Deus na vida humana e que fazem do Homem o seu deus. É o novo paganismo moderno. O texto abaixo foi retirado e adaptado do site https://www.gotquestions.org/Portugues/humanism-secular.html.


O ideal do humanismo secular  (ou pagão) é que a humanidade se reconheça como uma parte da natureza eterna e incriada; a sua meta é a autocorreção do homem sem a referência a Deus ou sua ajuda. O humanismo secular/pagão cresceu a partir do Iluminismo do século 18 e do pensamento livre do século 19. Alguns cristãos podem se surpreender ao perceberem que possuem alguns compromissos em comum com os humanistas seculares. Muitos humanistas cristãos e seculares compartilham um compromisso com a razão, com a investigação livre, com a separação entre Igreja e Estado e com os ideais de liberdade e de educação moral; no entanto, diferem em muitas áreas. Os humanistas seculares/pagãos baseiam a sua moralidade, e suas ideias sobre a justiça, na inteligência crítica, sem a ajuda das Escrituras, das quais os cristãos dependem para obter conhecimento sobre o certo e o errado, sobre o bem e o mal. Além disso, embora os humanistas seculares/pagãos e os humanistas cristãos desenvolvam e usem a ciência e a tecnologia, para os cristãos, essas ferramentas devem ser usadas no serviço do homem para a glória de Deus, ao passo que os humanistas seculares veem essas coisas como instrumentos destinados a servir fins humanos, sem referência a Deus. Em suas investigações sobre as origens da vida, os humanistas seculares não admitem que Deus tenha criado o homem do pó da terra, depois de ter criado primeiro o planeta e todos os seres vivos, a partir do nada. Para os humanistas seculares, a natureza é uma força de autoperpetuação eterna.

Os humanistas seculares podem se surpreender ao saber que muitos cristãos compartilham a mesma atitude de ceticismo religioso e estão comprometidos com o uso da razão crítica na educação. Seguindo o padrão dos nobres bereianos (At 17, 10.11: “os bereianos eram mais nobres que os tessalonissences”), os humanistas cristãos leem e ouvem a instrução e examinam todas as coisas à luz das Escrituras (At 17,11). Simplesmente não aceitamos toda declaração ou percepção mental que entra em nossas mentes, mas testamos todas as ideias e "conhecimentos" em relação com o padrão absoluto da Palavra de Deus, a fim de obedecer a Cristo, nosso Senhor (ver 2Cor 10,5.1; Tm 6,20). Os humanistas cristãos entendem que todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos em Cristo (Col 2,3) e procuram crescer com o pleno conhecimento de todas as coisas boas para o serviço de Cristo (Fil 1,9; 4,6; Col 1,9). Ao contrário dos humanistas seculares/pagãos, que rejeitam a noção de verdade revelada, aderimos à Palavra de Deus, que é o padrão que usamos para medir ou testar a qualidade de todas as coisas. Estes breves comentários não elucidam totalmente o humanismo cristão, mas acrescentam vida e relevância à definição clínica dada em dicionários (por exemplo, o Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster, que define o Humanismo Cristão como "uma filosofia que defende a autorrealização do homem no quadro dos princípios cristãos").

Antes de considerarmos uma resposta cristã ao humanismo secular, devemos estudar o próprio termo humanismo. O humanismo geralmente traz à mente a restauração do saber e da cultura antigas, o que ocorreu durante a Renascença. Durante esse tempo, os "humanistas" desenvolveram modos rigorosos de estudo baseados nos modelos gregos e romanos, e também tentaram construir um novo estilo latino (nas artes literárias e plásticas) e nas instituições políticas com base nele. No entanto, muito antes da Renascença, o "humanismo cristão" prosperou nas obras e no pensamento de Agostinho, Tomás de Aquino, Erasmus e outros. Alguns, até mesmo, veem em Platão, um filósofo pagão, um tipo de pensamento que é compatível com a doutrina cristã. Enquanto Platão oferece muito do que é rendável, suas pressuposições e conclusões certamente não eram bíblicas. Platão, como Nietzsche, acreditava no "eterno retorno" (reencarnação); ele (e os gregos em geral) dava um respeito superficial aos seus deuses, mas realmente acreditava que o homem fosse a medida de todas as coisas. As expressões contemporâneas do humanismo secular rejeitam tanto os elementos nominais cristãos dos seus precursores quanto as verdades bíblicas essenciais, tais como o fato de que os seres humanos têm a imagem de seu Criador, o Deus revelado na Bíblia e na vida e no ministério terreno do Senhor Jesus.

Durante a revolução científica, as investigações e descobertas de cientistas amplamente treinados, que podem ser considerados humanistas (homens como Copérnico e Galileu), desafiaram o dogma católico romano. Roma rejeitou as descobertas das novas ciências empíricas e emitiu pronunciamentos contraditórios sobre questões que não faziam parte do domínio da fé. O Vaticano defendia que, já que Deus criou os corpos celestes, eles devem refletir a "perfeição" do seu Criador; portanto, rejeitou as descobertas dos astrônomos de que as órbitas dos planetas eram elípticas e não esféricas, como se acreditava anteriormente, e que o sol tinha "pontos" ou áreas mais frias e mais escuras. Estes fatos empiricamente verificáveis, e os homens e mulheres que os descobriram, não contradizem os ensinamentos bíblicos; a viragem da verdade bíblica em direção ao humanismo naturalista - caracterizada pela rejeição da autoridade e da verdade bíblica e pela inclinação a uma forma declaradamente secular do humanismo – ocorreu durante o Iluminismo, movimento que atravessou os séculos 18 e 19 e criou raízes em toda a Europa, florescendo especialmente na Alemanha.

Numerosos panteístas, ateus, agnósticos, racionalistas e céticos investiram em vários projetos intelectuais sem levar em consideração a verdade revelada. Em seus caminhos separados e distintos, homens como Rousseau e Hobbes buscaram soluções amorais e racionais para o dilema humano. Além disso, obras como Fenomenologia do Espírito, de Hegel, Crítica da Razão Pura, de Kant, e A ciência da ética fundamentada nos princípios do conhecimento, de Fichte, lançaram as bases teóricas para os humanistas seculares posteriores. Consciente ou inconscientemente, os acadêmicos contemporâneos e humanistas seculares constroem sobre essa fundação quando promovem abordagens exclusivamente "racionais" às questões sociais e éticas e às formas antinomianas de autodeterminação em áreas como a autonomia individual e a liberdade de escolha nas relações sexuais, na reprodução e na eutanásia voluntária. No domínio cultural, os humanistas seculares confiam em métodos críticos ao interpretarem a Bíblia e rejeitam a possibilidade da intervenção divina na história humana; na melhor das hipóteses, eles veem a Bíblia como uma "história sagrada".


Não é necessário ser um cristão para perceber que o humanismo alimentado apenas pela razão não pode ter sucesso. Até mesmo Emmanuel Kant, escrevendo a sua Crítica da Razão Pura, durante o auge do Iluminismo alemão, entendeu isso. Nem devem os seguidores de Cristo ser vítimas da sedução da filosofia e da tradição humana ou serem aprisionados por formas de humanismo baseadas sobre a fé romântica na possibilidade da autorrealização humana (Col 2,8). Hegel baseou o progresso humano no ideal da razão como um espírito "fundamentando" a si mesmo através de estágios progressivos e dialéticos da história; mas se Hegel tivesse vivido para ver as duas guerras mundiais do século 20, é duvidoso que ele tivesse persistido em detectar o progresso humano nesses desastres da história. Os cristãos entendem que qualquer forma de humanismo, quando longe da redenção de autoria divina, está condenada ao fracasso e à falsa fé. Baseamos uma visão elevada do homem em uma visão elevada de Deus, já que a humanidade é feita à imagem de Deus, e nós concordamos com a Escritura quanto à situação desesperadora do homem e quanto ao plano de salvação de Deus.

Adaptado do site:  
https://www.gotquestions.org/Portugues/humanism-secular.html.

Uilso Aragono (out. 2018)

Quem sou eu

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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