quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal Iluminante

Neste tempo natalino, somos envolvidos por uma vontade inexplicável, uma quase-necessidade, de sempre reinterpretar os múltiplos significados do Natal. Abaixo uma nova interpretação que partilho com os leitores: um Natal que nos ilumina e nos torna iluminantes!

Era uma vez um menino que nasceu numa gruta onde só ele era a luz. Mas seus pais refletiam essa luz como os espelhos mais polidos. E o ambiente, embora muito pobre, na verdade, miserável, transformava-se num aconchegante lar. Porque o que faz um lar não é a presença de coisas bonitas, mas a presença de pessoas capazes de ver beleza nas coisas mais simples; capazes de, mesmo sem entender, acolher os planos do Senhor da vida, como faziam os pais desse menino.

Essa Luz cresceu em potência e alcançou os lugares mais distantes, os corações mais tenebrosos, as vidas mais frias, dando-lhes luminosidade e calor.

E cada pessoa atingida por essa Luz do menino da gruta tornava-se, ela própria, também luz para iluminar o mundo. Assim as pessoas passaram a enxergar, nos ambientes agora mais claros, porque iluminados pela Luz do menino da gruta, rostos mais bonitos, ambientes mais acolhedores, e vida com mais esplendor. A felicidade, antes uma ideia distante, por poucos alcançada, agora tornava-se mais visível, pela Luz do menino da gruta, e já era alcançada por muito mais gente!

Muita coisa mudou ao receber a luz do menino-luz. Sob a luminosidade desse menino, que crescia em “estatura e sabedoria, diante de Deus e dos homens”, as pessoas também cresciam na compreensão da Fonte de toda Luz, de onde emanava a própria luz do menino. E essa nova compreensão transformava as relações: de ódio para perdão e acolhimento; de inveja para alegria pela felicidade do outro; de exploração para solidariedade e fraternidade.

As pessoas descobriram que eram como que cegas antes do aparecimento daquela luz na gruta de Belém. E que agora estavam enxergando um mundo mais bonito, mais gostoso de se viver, com valores renovados. Não que não existissem tais valores, mas estavam na escuridão da ignorância das realidades luminosas da vida plena. Com a luz do menino da gruta, tudo foi renovado. Uma nova criação surgiu, sem que nada, objetivamente mudasse. Mas mudavam os corações, agora iluminados, agora iluminantes, agora transformados em corações mais sensíveis, capazes de ver nos outros, verdadeiros irmãos, verdadeiros amigos, verdadeiros filhos de um mesmo Pai.

Feliz Natal!
(Uilso Aragono, dezembro de 2009)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

LUZ E FORÇA SÃO ESSENCIAIS

Escrevi o artigo abaixo a convite do Jornal A Gazeta, publicado em 17/nov/09.

Hoje, com a costumeira, contínua e confiável iluminação artificial das cidades, todo evento de falta de luz é apelidado de Apagão. Isto por si só já ressalta a importância de um sistema elétrico costumeiro e contínuo e justifica as expectativas de que tal sistema seja, de fato, permanentemente disponível e totalmente confiável. No entanto um sistema de energia elétrica destinado a iluminar e a ser o motor de um país é um gigante extremamente complexo, que deve ser caracterizado por equipamentos de alta tecnologia e alta robustez, supondo investimentos em massa para expansão e manutenção contínuas. E, como qualquer sistema tecnológico, também está sujeito a defeitos, falhas e acidentes. Por outro lado, quanto mais qualidade e eficácia de equipamentos e de manutenção, tanto mais afastados os citados problemas e os decorrentes riscos de apagões.

Fazendo uma comparação, a título de esclarecimento aos leigos, as linhas de transmissão (LTs) podem ser comparadas a rodovias para o tráfego de automóveis. Assim como existem autoestradas consideradas de grande fluxo, assim também existem as chamadas linhas-tronco em que o fluxo de energia é enorme. Da mesma maneira, portanto, que a interrupção do fluxo em uma autoestrada-chave provocará um grande transtorno ao país, a interrupção de uma linha-tronco (como são as que ligam Itaipu a São Paulo) também causará semelhante transtorno, em termos de falta de energia.

Alguns criticam o fato de o problema, neste último apagão, não ter sido “isolado”, de tal forma a não comprometer o resto do sistema. Ora, um tal isolamento do problema só é possível se ocorrer no “meio” do sistema; “isolar” uma linha-tronco, como a de Itaipu, situada numa extremidade do sistema, significa desligá-la e impedir, neste caso, a entrada de um grande bloco de energia no centro consumidor, com suas consequências inevitáveis.

Se foi raio seguido de curto-circuito em um isolador de uma LT de Itaipu, ou um curto-circuito de natureza acidental, por manutenção insuficiente, ou por falha humana, não se pode afirmar sem uma perícia técnica. Mas supondo o desligamento automático de uma das três LTs em corrente-alternada, as outras duas foram desligadas por consequência. Surge a suspeita de estarem em seus limites, o que deve ser bem avaliado pelos técnicos, sob pena de tal episódio poder repetir-se.

Pode-se concluir por uma posição de respeito e consideração aos órgãos técnicos responsáveis pela situação de continuidade desse complexo e desafiador sistema elétrico brasileiro, bem como por uma posição de cobrança de contínuos e maiores investimentos em tecnologia de inteligência de rede associada a equipamentos de ponta, e em manutenção séria e contínua sobre tais equipamentos, pois luz e força são essenciais. Somente assim as expectativas de todos estarão sendo satisfeitas em termos de serviços de energia elétrica confiáveis e sempre disponíveis.

Prof. Wilson Aragão Filho; Depto Eng.Elétrica da UFES.

domingo, 18 de outubro de 2009

Oração do Médico

No dia do Médico faço uma homenagem a este tão importante e fundamental profissional, através de uma oração que fiz há algum tempo (2007).

Senhor, sou médico!...

Que grande responsabilidade colocaste sobre mim!

Como o sacerdote tem a missão de cuidar das almas, foi-me dada a espinhosa missão de cuidar dos corpos de meus irmãos e irmãs.

Dá-me, Senhor, uma migalha da tua sabedoria, para que eu possa bem desempenhar esta minha vocação.

Que mais do que competência médica, eu tenha sensibilidade humana para ouvir, olhar nos olhos, e amar meu paciente como tu mesmo o farías.

Que mais do que um doutor, eu consiga ser um curador de corpos e almas, já que, hoje sabemos, que somos uma totalidade corpo-espírito, e que não podemos apenas tratar um, sem prestar atenção no outro.

Faze crescer, Senhor, em meu interior o teu Amor, para que eu nunca me canse de curar, cuidar, orientar, mesmo nos momentos de maior cansaço.

Que, como teu Filho Jesus, eu possa ser um instrumento eficaz, para meus pacientes, de tua presença libertadora de todos os males.

E sobretudo, Senhor, dá-me a graça de jamais prejudicar qualquer um dos meus pacientes, mas, ao contrário, guiado sempre por tua Luz Divina, ser alguém a reanimar, a revitalizar e um caminho de vida plena para todos.

Amém

Uilso Aragono (out/2009)


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Semana Nacional do Trânsito

Aproveitando a oportunidade da ocorrência da Semana Nacional de Trânsito, na semana passada (20-26/set/09), publico uma reflexão sobre a Segurança no trânsito.


“Pedestre, ao dirigir, respeite o pedestre!” Um chamado como este talvez seja muito mais efetivo do que lembrar ao motorista ou motociclista que ele deve “respeitar as leis de trânsito”. Lembrar ao pedestre - que somos todos nós! - que ele deve respeitar o outro pedestre quando estiver dirigindo, passa uma mensagem verdadeira, mas que muitas pessoas não a têm claramente e vivencialmente: a mensagem de que todos são pedestres, em primeiro lugar e naturalmente. Ora, parece-me que uma das razões de as campanhas de trânsito não surtirem os efeitos esperados esteja nos seus slogans pouco dramáticos. Pois divulgar uma mensagem como “Motociclista, coloque em prática as leis de trânsito” é cair num vazio; é dizer o óbvio... Não há qualquer dramaticidade em frases como essa. É preciso desafiar a criatividade das pessoas em busca de frases mais inteligentes, criativas, inventivas, dramáticas, que venham, efetivamente, a despertar nas pessoas, em geral, maior consciência de segurança - não apenas em motoristas e motociclistas - mas em toda a população, já que todos, indistintamente, participam do trânsito, mais ou menos intensamente. Concursos de frases por um trânsito mais humano e seguro deveriam ser mais frequentes, nesse sentido.

Será que um slogan como “motociclista, não use o corredor da morte!”?, não seria um grau mais dramático do que sugerir que ele respeite as leis de trânsito? Sem a pretensão de apresentar os melhores e mais criativos slogans, mas apenas como um exercício de que é possível, sem grande esforço, chegar-se a frases mais impactantes, outros exemplos podem ser citados: “Ciclista, não pedale para a morte!”; “Motorista, use farois acesos e aumente sua segurança”; “Pedestre, não feche os olhos no trânsito!”; “Segurança no trânsito? - depende de você!”; “Ciclista sem capacete? - tô fora!”; “Ciclista, seja um iluminado: use faixas fosforescentes!”...

Mas outro aspecto importante, no âmbito da segurança no trânsito, é a absoluta situação de insegurança a que estão expostos nossos ciclistas. E não por falta de ciclovias, como alguém poderia argumentar, mas por absoluta falta de iniciativa de nossas autoridades que, aparentemente, não estão nem um pouco (pre)ocupadas com a questão. Os ciclistas estão circulando no trânsito nas piores condições: sem qualquer regra de circulação (na calçada, na contra-mão, na praça, em alta velocidade), sem capacete, sem os luminosos “olhos de gato”, sem retrovisor, sem buzina, e ainda, alguns, falando ao celular, o que os deixa numa situação de perigo iminente se tiverem de frear repentinamente: com u'a mão só, a frenagem ou não acontecerá ou provocará queda, na certa. É urgente que nossas autoridades municipais se ocupem com a situação de real perigo a que estamos, todos, sujeitos, não apenas os ciclistas. E as estatísticas, já não são suficientes? Será que teremos de esperar esses números crescerem para, somente então, tomarmos providências?

E o que dizer dos carroceiros? Estes também não fazem parte do trânsito? Até quando serão, absolutamente ignorados por nossas autoridades municipais? Como elementos do trânsito, também eles devem ser objeto de preocupação quanto à segurança: podem ser agentes ou vítimas de acidentes graves. Por que não têm eles, também, faixas fosforescentes, para serem mais visíveis à noite? Que preparação têm eles para circular no trânsito? já que também utilizam um veículo, seja de tração animal, seja de tração humana. Outro dia um animal morreu na avenida, atrapalhando o trânsito... Quem cuida das boas condições da carroça e do animal? Não será possível cadastrá-los e dar a eles mínimas condições de circulação mais segura para todos no trânsito? Respostas que as autoridades municipais, especialmente, estão convocadas a dar.
Quanto aos motoqueiros, contumazes infratores da legislação, que proíbe a circulação no “corredor da morte”, até quando serão, também, ignorados? As estatísticas apontam para um motoqueiro morto a cada mês, em São Paulo. E em Vitória? A falta de estatísticas é justificativa para a apatia de nossas autoridades em relação aos motoqueiros? Sobre esta questão, sugiro: Lei específica para motociclistas, obrigando-os, dada a periculosidade da condução de uma moto, a fazerem cursos presenciais a cada renovação de carteira! E, logo após a publicação da Lei, todos deveriam ser obrigados, sob pena prescrita, a terem um certificado de conclusão de curso de segurança no trânsito! Tais cursos, além de obrigatórios, precisam ser bem feitos, dramáticos, tratando de acidentes e seus riscos com fotos, filmagens, simulações, etc.

Somente levando mais a sério essas questões ligadas ao trânsito, e que passam pela necessidade imperiosa de uma educação de trânsito desde o ensino fundamental, é que poderemos, todos nós, vivenciar um trânsito mais humano, mais efetivo e mais seguro. Nossas autoridades municipais, em especial, têm uma grande responsabilidade legal em relação ao trânsito, e devem exercitá-la, sob pena de serem os maiores culpados pelos acidentes com mortes e feridos graves gerados nas ruas e avenidas de nossa Cidade, de nosso Brasil.

Uilso Aragono (set/2009)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Assédio Moral nas Escolas

Um tipo de violência contra o trabalhador, atualmente denominado assédio moral, com várias sentenças condenatórias expedidas pela Justiça(1) está, também, sendo identificado em escolas e faculdades. Este assédio moral nas escolas caracteriza-se pelo abuso de poder ou terrorismo psicológico exercido por professores contra seus alunos. Com dureza e coragem afirma o Prof. Paulo Ayres em seu artigo “Professores agem de forma criminosa: assédio moral nas escolas e faculdades”(2): "Alunos e alunas estão sendo desrespeitados, agredidos, coagidos, sofrem sistematicamente assédio moral, infelizmente praticados por picaretas infiltrados no sistema. Obviamente que este quadro não é regra geral, existem as exceções".

O problema existe, de fato, e quem, como eu, professor há cerca de 30 anos, atua no ensino, seja no fundamental, no médio ou no superior, em escolas públicas ou particulares, pode identificar e confirmar situações graves de assédio moral na escola, se analisar as relações entre professores e alunos.

É necessário que todos, professores e alunos, dirigentes e pais de alunos, tomem consciência do problema para enfrentá-lo com coragem e competência. Os professores, de qualquer nível de ensino, devem atentar para seu próprio comportamento, buscando identificar possíveis situações, às vezes não percebidas como violência, mas que possam caracterizar-se por assédio moral (ou terrorismo psicológico). Tais situações, para citar alguns exemplos, são aquelas em que "alunos e alunas são ridicularizados perante a turma com piadinhas e apelidos” (Prof. Paulo Ayres); em que o professor humilha publicamente o aluno; em que o professor desrespeita costumeiramente os direitos dos alunos, previstos claramente no regimento das escola; em que o professor aplica provas exageradamente longas e estressantes ou muito mais difíceis do que o razoável; em que o professor, numa universidade federal, por exemplo, marca aula-extra, num horário não previsto na grade de horários, e de maneira totalmente impositiva e antidemocrática; enfim, situações em que aquele que deveria ser um exemplo de mestre e de cidadão para seus alunos, faz exatamente o contrário, exercendo abuso de poder sobre crianças e jovens que estão sob sua responsabilidade moral e profissional, afetando negativamente a formação da sua personalidade, com consequências igualmente negativas para o presente e o futuro desses nossos cidadãos em formação.

Como nos lembra a orientadora educacional e graduanda em Direito, Helena Cristina Posener, “nos dias atuais, quem humilha ou xinga, constrange, difama, calunia e injuria não fica impune, pois será enquadrado na prática de crime de calúnia e difamação, nos artigos 138 e 139 do Código Penal, além de que também poderá sofrer uma ação indenizatória por dano material, moral e à imagem"(3).

Os alunos devem conscientizar-se, também, de que têm direitos garantidos nos regimentos de suas escolas. Para a defesa de tais direitos, não devem abrir mão de unir-se em seus diretórios acadêmicos. A partir da força que têm, por lei, tais entidades estudantis, os alunos poderão divulgar melhor os seus direitos – muitas vezes solapados, de forma consciente ou inconsciente, pelas próprias instituições de ensino! – e exercer a denúncia quando identificarem abusos, como os apontados acima.

Lembrando, finalmente, que o verdadeiro assédio moral na escola não se associa a qualquer atitude isolada, mesmo que violenta, contra o aluno, mas está associado a toda violência que se pratica de forma repetitiva, sistemática, ferindo a dignidade ou a integridade física ou mental dos alunos.

O futuro do Brasil, e do mundo, depende, dentre outras ações igualmente importantes, da luta dos verdadeiros mestres e educadores contra todo e qualquer abuso de poder do professor contra o aluno, nosso futuro cidadão. A campanha está (re)lançada!

Referências:

1. Veja-se um exemplo em: ' http://www.sindifiscomg.com.br/link143.pdf '.

2. Ver artigo completo em: ' http://www.extrarondonia.com.br/ler_noticia.php?cod=2435 '.

3. Ver artigo completo em: ' http://www.webartigos.com/articles/15345 '.

Prof. Wilson Aragão Filho

Univ. Fed. do Espírito Santo

E-mail: w.aragao@ele.ufes.br

Vitória - ES, Brasil.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Dia dos Pais - uma poesia

Em agosto de 2005 escrevi esta poesia em homenagem aos pais. Partilho com vocês esta minha reflexão sobre a relação pai-filho, em forma de poesia amadora.

Ser Pai

O Pai gera o filho, o filho gera o pai.
A relação é de ida e volta no amor.
A educação é prática que se faz
Com presença mais do que com labor.

Só se é Pai quando o filho se adota.
Só se é filho quando se adota o pai.
A adoção é uma relação que se nota
Quando lado a lado e com amor se vai.

Todo filho pelo pai e pela mãe é gerado
Todo amor é vivido na luta pelo pão.
É preciso estar atento que o filho seja amado,
Com carinho, presença, e oração.

Quando para as palavras não há clima,
Quando conselhos não mais se podem dar,
Importa mais o gesto que anima,
Importa mais o exemplo de sempre se doar.

Que pai e filho mais se amem,
Para a felicidade dos corações,
Que o pai e os filhos se somem,
Na luta pelo bem das gerações.

Nem sempre há mútuo entendimento
Na relação entre distintas gerações.
Mas sempre pode haver aquele momento,
Em que no amor se unem os corações.

(Wilson Aragão Filho - 14/08/2005)

domingo, 31 de maio de 2009

Dirija sem acidentes (2)

Dando continuidade às regras para uma direção segura, apresento mais 10 novas regras, além daquelas já citadas no meu post de 02/nov/2008. São regrinhas que poderão, se seguidas com boa vontade e desejo de aumentar a própria segurança, efetivamente contribuir com um trânsito mais seguro para todos!

  • Conscientizar-se, por meio de profunda reflexão, que o carro é, em primeiro lugar, um meio de transporte, de deslocamento, e nunca um meio de diversão ou lazer, e muito menos uma arma a ser apontada para nossos concidadãos.
  • Olhar sempre para trás, ao frear, e pisar no freio de forma pulsada, para chamar a atenção do motorista que vem atrás. Sempre manter suficiente distância do veículo à frente e estar sempre atento ao fato de que ele poderá frear repentinamente! – neste caso, a distância suficiente e a reação rápida garantirão a segurança.
  • Confiar apenas em carro parado no outro lado de um semáforo. Não confiar cegamente em sinal verde! Colisões acontecem porque um motorista aproximando-se de um sinal que se torna verde, acelera o veículo... ou quando o motorista procura “aproveitar” o sinal amarelo, e também acelera... São situações com grande potencial de acidentes.
  • Não se permitir distrair-se enquanto dirige. E fontes perigosas de distração são o uso do telefone celular, alguma TV portátil, comer dirigindo, ouvir rádio ou qualquer fonte sonora em alto volume, conversar sobre assuntos sérios, etc... Permitir que o “piloto automático” (o automatismo do ato de dirigir) tome conta do volante, é abrir mão da segurança, pois tal automatismo somente funciona bem para situações normais. Se houver necessidade de uma freada abrupta, de uma reação rápida, esta não acontecerá..
  • Buscar, sempre, identificar outros “veículos”, durante a direção, especialmente as bicicletas. Estas normalmente circulam sem respeitar qualquer regra (o que precisa urgentemente ser mudado!): nas calçadas, na contra-mão, no canteiro central, além de atravessar semáforos fechados e em velocidades relativamente altas.
  • Imaginar previamente o percurso, ao sair para algum lugar, para evitar mudanças abruptas de direção. Não fazer isto é sujeitar-se ao aumento da chance de acidentes.
  • Manter-se, sempre que possível, na faixa do meio, se esta existir. Passar para a direita ou para a esquerda quando já souber que deverá tomar uma direção correspondente. E não esquecer de sempre sinalizar com a seta a intenção de mudança de faixa!
  • Atentar sempre para o chamado “ângulo morto”, que dificulta ou impede a visão de um outro carro que esteja com seu paralama dianteiro alinhado com a linha do para-brisa traseiro do próprio carro. Esta falta de visão obriga o motorista a verificar, com cuidado!, a presença de tais carros antes de mudar de faixa. Fazer isto usando apenas o retrovisor externo é candidatar-se, fortemente, a um acidente. Especialmente com motoqueiros!
  • Aprender a usar o sistema de “retrovisor a 90º”! Este sistema é tão importante para a eliminação do “ângulo morto” que sua explicação está aqui abaixo. Sugere-se consultar blog a seguir, para melhor conhecimento do assunto, no sítio da internet: http://blogcarburado.blogspot.com/2008/09/como-ajustaros-espelhos-retrovisores.html. A única ressalva que faço, é que o estacionamento do carro lateralmente resulta um pouco dificultado, justamente pela falta de visão da sua lateral: mas nada que um olhar pela janela não possa resolver, se necessário.
Maneira correta de ajustar o espelho retrovisor

Segundo Felício Schilingovski Félix, analista técnico do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), o importante no momento de se ajustar os espelhos é obter melhor visão periférica, aumentando o ângulo de visão. "Os espelhos retrovisores externos tanto direito quanto esquerdo devem ser ajustados de modo a se enxergar o mínimo possível das partes laterais do carro. Olhando de cima, os retrovisores estão em ângulo de 90 graus. À medida em que fecha este ângulo, diminui a visão lateral e se enxerga mais o carro e menos o lado externo. O certo para se ajustar corretamente o retrovisor é, partindo de um ângulo mais aberto, onde não se veja nada do automóvel, fechar gradativamente. Quando se começa a enxergar um pouquinho do veículo, é preciso voltar e a partir daí enxerga-se o ambiente externo. Tem que enxergar o mínimo possível da lateral e o máximo possível da área refletora do meio externo. Uma boa relação de visão com o retrovisor significa que tem uma área cega, sempre vai ter, mas se consegue ter bom alcance visual, um bom campo de visão para conduzir o carro", explica.

  • Nunca sair antes de um ônibus (ou veículo igualmente grande), estando um ao lado do outro em um semáforo fechado! Se a luz vai a verde, algum carro ainda poderá estar passando e o ônibus não permitirá sua visão!... A figura abaixo esclarece esta situação perigosa.
Espero que com estas regrinhas, criadas a partir de observações e ponderações críticas de uma experiência de trânsito de 33 anos, possa estar sendo útil àqueles motoristas, novatos ou até experientes, que desejam, realmente, aumentar a segurança no trânsito de todos os envolvidos.







quinta-feira, 30 de abril de 2009

Frei Beto: Do Mundo Virtual ao Espiritual

Neste final de mês, um texto muito interessante - e verdadeiro! - é este de Frei Beto. Fala da busca pelo prazer a todo custo (como se este fosse a própria felicidade...) e da falta de valorização de nossa espiritualidade (meditação, oração, fé...)

Eis o texto:


Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia,
do Japão e da China.

Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam.

Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.

Aquilo me fez refletir:'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?'
Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.

Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'.
'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'

'Que tanta coisa?', perguntei.
'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!

Estamos construindo super-homens e super mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!

Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.

Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'.
'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!'

Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual.

Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!
Tudo é virtual.

Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais.
E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva.
Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!'

O problema é que, em geral, não se chega!

Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.

Assim, pode-se viver melhor.

Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.

Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center.

É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas;neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo.
E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista.

Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas.

Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus.

Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório.

Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...

Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa,com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.'

Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas.

Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"
(Texto de Frei Beto publicado em 23/03/2009)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sobre o aborto dos gêmeos

Apenas gostaria de destacar os seguintes pontos.

1. Os médicos e a família foram, no mínimo, precipitados e imprudentes; pois, no momento em que praticaram o aborto, não havia de fato qualquer risco de vida imediato para a criança-gestante; eram riscos "em potencial"...

2. Diante de tais potenciais riscos, deveriam declarar a gravidez de "alto risco" e providenciar um acompanhamento mais rigoroso à gestação; em caso de riscos reais, a Medicina está aí com mil recursos. E a gravidez por estupro não é uma uma sentença de morte inevitável, para a gestante.

3. Poderia ocorrer um aborto "natural", em que não haveria qualquer problema ético, já que é a própria Natureza que se encarrega de eliminar "fetos" inviáveis... E isto acontece muitas vezes... 4. A Lei prevê a não imputabilidade de pena, no caso de aborto realizado após estupro: não se verá "crime" em tal caso; mas a Lei não "obriga" nem incentiva o aborto automático nesse caso.

5. A "pressa" na realização do aborto é muito mais fruto de "preconceito" do que de real risco de vida da gestante: é como se pensassem: "Quem é o pai dos gêmeos? um estuprador "safado"!...Isto não é possível: façamos o aborto tão logo quanto possível!..."

6. Será que as crianças que viessem a nascer, se fossem consultadas, abririam mão de sua vida pelo fato de o pai ser um estuprador-safado?

Finalmente, imaginemos que existisse um aparelho super-confiável que pudesse mostrar o futuro próximo e fosse verificado que os dois gêmeos seriam dados à luz e seriam dois bebezinhos lindos!... Será que a família da mãezinha e os médicos seriam tão implacáveis em abortar os fetos? isto é, "matar" friamente os futuros seres humanos? as futuras crianças? o futuro de nosso Brasil?...

A vida é dom de Deus, e Ele nos manda: "Não matarás!".

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Abaixo um texto do Prof. Dr. Eng. Felipe Aquino, sobre o assunto:

A Imprensa tem divulgado que o Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho excomungou as pessoas que praticaram o aborto na menina de 9 anos de idade estuprada pelo padrasto. Na verdade, o Sr. Arcebispo não aplicou a pena de excomunhão aos que praticaram o aborto, ele apenas avisou que essas pessoas estavam excomungadas pelo “Código de Direito Canônico”, que prevê a excomunhão "latae sententiciae" (cânon 1398), ou seja, automática, para quem pratica o aborto ou colabora com a sua execução. Portanto, não se ponha o peso da decisão no Sr. Arcebispo, mas sim no Código de Direito Canônico aprovado pelo Papa João Paulo II, em 1983.

A Igreja não aceita o aborto em caso algum, nem mesmo em caso de estupro ou má formação congênita, porque o dom da vida só pode ser tirado por Deus. Apenas no caso de legitima defesa da vida, quando não há outra alternativa, pode-se tirar a vida do agressor injusto; nem de longe é o caso ocorrido com a menina. Jamais um feto pode ser taxado de agressor.Os médicos poderiam ter tratado da menina com tudo o que a medicina tem de recursos, mas jamais matar as crianças. Se a criança no ventre da mãe vier a morrer por efeito secundário devido a um tratamento aplicado à mãe, nesse caso não há pecado, pois não se quis voluntariamente matar a criança.Será que os médicos avaliaram se a menina poderia gerar os filhos e dá-los à luz, mesmo com o auxílio da cesariana? Sabemos que um feto pode sobreviver hoje fora do útero até com cerca de 400 gramas.

O aborto é uma violência inaudita que a Igreja considera um pecado gravíssimo, a ser punido com a pena máxima de excomunhão; brada justiça ao céu.Um erro não justifica cometer outro; quem deveria ser punido é o estuprador e não as crianças gêmeas; o juiz deve punir o réu culpado e não as vitimas; dessa forma a Justiça age às avessas.

(Prof. Felipe Aquino)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Oração do Aluno

Se rezamos pelo professor, não podemos deixar de também orar pelo aluno. Antecipando o dia do estudante, aqui vai...

Senhor Jesus, meu Deus querido e amado!

Venho pedir-te, hoje, no dia do estudante, que eu seja cheio do espírito da santa e inocente curiosidade, que me leve sempre adiante nessa espinhosa, cansativa e, às vezes, tão frustrante missão de auto-aperfeiçoamento.

Que eu veja meus professores como instrumento vosso para minha aprendizagem, e os respeite na sua missão igualmente difícil e tão pouco valorizada.

Suplico-lhe, meu Senhor e Deus, que eu possa, com a vossa graça, seguir com humildade, persistência e fé, este caminho que tenho à minha frente, e que parece nunca terminar!

Quero contar, a cada dia, com esta mesma graça, para que eu possa compreender que depende mais de mim, do que da Escola ou dos professores, a minha aprendizagem e o meu crescimento como pessoa e cidadão.

Mas sobretudo, Senhor, que eu jamais esqueça que sem a vossa graça e a Sabedoria que vem de Vós, nem a eventual conquista de toda a ciência humana será capaz de me guiar pelo caminho da Vida plena e do Amor verdadeiro. Pois somente Vós sois o Caminho, a Verdade e a Vida.
Amém.

(Uilso)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Oração do Professor

Para começar um novo ano, nada como fazer uma boa oração... Como sou professor, aqui vai uma oração que fiz, e que coloquei no papel, em outubro de 2006.

Ó Pai do Céu, que eu possa ser um professor que tem consciência desta missão!

Que eu seja estudioso e competente em minha matéria, mas também que eu seja humano, amigo e incentivador dos meus alunos.

Que eu compreenda que não tenho o poder de ensinar! Mas que eu tenha o poder de despertar no aluno o amor ao estudo, à ciência, à sabedoria e à responsabilidade diante dos outros e da sociedade.

Que eu saiba usar o poder que me foi dado, de aprovar ou reprovar o aluno, com muito espírito de justiça e visão de futuro.

Que eu não esteja aprovando ou reprovando um aluno, mas um ser humano, um irmão, um filho, por quem, também eu, devo orar a cada dia a Vós.

Que o aluno não me veja como alguém que lhe é superior, mas apenas como alguém mais velho, que aprendeu antes e que se coloca diante dele com espírito humilde e continuamente aberto ao ato de aprender.

Que eu seja, mais que um professor, um educador, um facilitador da aprendizagem, um exemplo de vida, um apoio para meu aluno, um sinal de dedicação e amor a esta tão importante arte de educar com amor!

Que eu não suba no tablado, senão para escrever no quadro, mas que, principalmente, eu saiba descer dele e abrir mão de meus títulos de mestre ou doutor para colocar-me no mesmo nível de igualdade de meus alunos, lembrando-me que seremos nós todos igualmente, e sempre, alunos da Escola da Vida.

Enfim, que eu seja, sobretudo, para meu aluno, como o pai ou a mãe que olha com amor para seu próprio filho. Amém.

Quem sou eu

Minha foto
Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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