terça-feira, 31 de dezembro de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS – PARTE IV


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Marcos. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.


16. JESUS CURA ATRAVÉS DE SEUS DISCÍPULOS: Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo (Mc 6, 12.13). – Jesus deu aos seus discípulos o poder de curar os doentes e expulsar os demônios. E isto, de fato, aconteceu! Que poder é este que uma pessoa (Jesus) pode passar para outras pessoas? Se isto é verdade – e nós acreditamos que sim! – também nós temos, em menor escala, a capacidade de passar para nossos irmãos, amigos e parentes algumas virtudes poderosas: o amor, a amizade, o consolo, o perdão, a alegria, etc. E veja-se, ainda, a importância de um sacramental: a unção com óleo! Unidos à fé e à oração, milagres podem ser feitos pela unção com óleo bento...

17. JESUS MULTIPLICA OS PÃES E OS PEIXES: Quando saiu da barca, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor. (...) Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. (...) Depois, Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. Todos comeram, ficaram satisfeitos, e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes (Mc 6, 34.39.41-43). – Como no Evangelho de Mateus (14, 17-20a), aqui, também, o Senhor multiplica pães e peixes. É um verdadeiro milagre! Não há como se interpretar que tenha sido apenas o efeito de uma partilha: os discípulos perceberam que não havia o que comer no meio da multidão. Tanto é que só encontraram cinco pães e dois peixes. Certamente buscaram entre as pessoas o que havia de disponível. Jesus, então, toma os alimentos, abençoa-os e os vai entregando aos discípulos, que os repassam aos grupos formados. E realiza-se o que o próprio Jesus dissera um pouco antes: “Vocês é que têm de lhes dar de comer” (Mc 6,37b).

18. JESUS ANDA SOBRE AS ÁGUAS: Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar, e Jesus sozinho em terra. (...) Então, entre as três e as seis horas da madrugada, Jesus foi até os discípulos andando sobre o mar, e queria passar na frente deles. (...) pensaram que fosse um fantasma. (...) Mas Jesus logo falou: “Coragem! Sou eu, não tenham medo!”. Então subiu com eles na barca. E o vento parou (Mc 6, 47.48b.49b.50b-51a). – Como em Mateus (14,25-27), aqui, igualmente, Jesus demonstra seu poder divino, andando sobre o mar da Galileia. E não há como negar que tenha sido um milagre! Jesus, diante de seus discípulos mais chegados (seus apóstolos) não se recusava a demonstrar-lhes sua divindade... pelos menos em seus atos. Na transfiguração, vai além: demonstra aos três discípulos, que tem, também, uma verdadeira aparência divina, luminosa, que, normalmente, mantinha escondida aos homens...

19. JESUS CURAVA A TODOS, EM GENESARÉ: Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. (...) E aonde ele chegava, tanto nos povoados como nas cidades ou nos campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar a barra da roupa de Jesus. E todos os que tocavam, ficavam curados (Mc 6, 54.56). – Como na passagem paralela de Mateus (14, 35b-36), Jesus se deixa tocar, enquanto os doentes passam diante dele, desejos de serem curados. Certamente, Jesus estava orando e intercedendo ao Pai por cada um desses doentes. É interessante notar que Jesus “curava a todos”, não exigindo, aqui, que manifestassem mais fé do que aquela revelada pelo simples buscar e tocar a barra da roupa do Senhor! Que também nós, aprendamos a buscar Jesus, com fé, para, ao menos, tocar em sua roupa. Hoje, podemos tocar na barra da roupa de Jesus ao tocarmos na Eucaristia! Quantos milagres de curas o Senhor não deseja fazer ainda hoje, por nós?

20. JESUS CURA UMA MULHER PAGÃ: Então Jesus saiu daí e foi para a região de Tiro e Sidônia. Uma mulher que tinha uma filha com um espírito mau, ouviu fala de Jesus. A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. Jesus disse: “Deixe que primeiro os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-los aos cachorrinhos.”. A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos ficam debaixo da mesa e comem as migalhas que as crianças deixam cair”. Então Jesus disse: “Por causa disso que você acaba de dizer, pode voltar para casa; o demônio já saiu da sua filha.”. Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já tinha saído dela (Mc 7, 24a.25a.26-30). – É um episódio semelhante ao do Evangelho de Mateus (15,21-28), em que uma criança – filha de uma mulher pagã (ou cananeia) – é beneficiada pela fé de sua mãe e tem o demônio expulso a distância por Jesus. Jesus atribui à fé da mãe, que se reconhece uma pessoa indigna (um “cachorrinho”), mas confia na misericórdia do Senhor, a cura de libertação realizada. Libertação, nos Evangelhos, tem, normalmente o significado de: libertação dos pecados ou da ação dos demônios.

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Uilso Aragono. (Dezembro, 2019)

sábado, 30 de novembro de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS – PARTE III


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Marcos. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.




11. JESUS ACALMA O MAR E O VENTO: Começou a soprar um vento muito forte, e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já estava se enchendo de água. Jesus estava na parte de trás da barca, dormindo com a cabeça num travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, não te importas que nós morramos?”. Então Jesus se levantou e ameaçou o vento e disse ao mar: “Cale-se! Acalme-se!”. O vento parou e tudo ficou calmo. Depois Jesus perguntou aos discípulos: “Por que vocês são tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?”. Os discípulos ficaram muito cheios de medo e diziam uns aos outros: “Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4, 37-40). – Diante de um tal portento, admiraram-se os discípulos diante de Jesus: “Quem é esse homem?”. No Evangelho de Mateus (14, 32-33), uma passagem correlata, os discípulos não somente se admiram, mas confessam: “De fato, tu és o Filho de Deus.”. Interessante observar como os evangelhos não são simplesmente cópias idênticas uns dos outros, mas revelam aspectos ligeiramente diferentes ou complementares, de acordo com aquilo que o escritor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, lembrava ou desejava ressaltar como verdade a ser testemunhada.

12. JESUS EXPULSA UMA LEGIÃO DE DEMÔNIOS: Vendo Jesus de longe, o endemoniado correu, caiu de joelhos diante dele e gritou bem alto: “Que há entre mim e ti, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te peço por Deus, não me atormentes!”. O homem falou assim, porque Jesus tinha dito: “Espírito mau, saia desse homem!”. Então Jesus perguntou: “Qual é o seu nome?”. O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. (...) Os espíritos maus suplicaram: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”.  Jesus deixou. (...) E a manada – mais ou menos dois mil porcos – atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou (Mc 5, 6-10.12.13ac). – Este episódio, semelhante ao de Mateus (8, 28-32), é interessantíssimo para nos mostrar alguns aspectos da ação demoníaca sobre os homens: os demônios conhecem Jesus (Filho do Deus altíssimo); são obrigados a adorá-lo (ajoelharam-se diante dele);  dependem da vontade de Deus (eu te peço, não me atormentes); são obrigados a responder, em verdade, à pergunta de Jesus; o possuído tem mais de um demônio em seu corpo (‘Legião’); têm prazer na morte, mesmo que seja de animais, e no prejuízo dos seres humanos (com a morte dos porcos). Constatamos, ainda, que quanto mais afastados de Deus, mais à mercê do demônio está a pessoa, pois estavam numa região pagã...

13. A MULHER QUE SOFRIA DE HEMORRAGIA: Aí chegou uma mulher que sofria de hemorragia já há doze anos (...). A mulher tinha ouvido falar de Jesus. Então ela foi no meio da multidão, aproximou-se de Jesus por trás e tocou na roupa dele, porque pensava: “Ainda que eu toque só na roupa dele, ficarei curada”. A hemorragia parou imediatamente. E a mulher sentiu no corpo que estava curada da doença (Mc 5, 25.27-29). – Esta passagem, semelhante à de Mateus (9, 20-22) nos mostra a importância da fé em Deus! Na sua humildade, a mulher nem ousava pedir sua cura ao Mestre, mas no seu íntimo tinha fé em que Ele fosse capaz de realizar sua cura mesmo sem vê-la ou ouvir seu pedido. Que tenhamos, com a graça de Deus, essa humilde e confiante atitude diante dele: Ele atende nossas mais íntimas orações, desde que feitas com fé.

14. JESUS CURA A FILHA DE JAIRO: Aproximou-se um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés e pediu com insistência: “Minha filinha está morrendo. Vem e põe as mãos sobre ela, para que sare e viva”. (...) Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e ouviu as pessoas chorando. (...) Mas Jesus mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois, entraram no quarto onde a menina estava. Jesus pegou a menina pela mão e disse: “Talita cúmi”, que quer dizer: “Menina, – eu lhe digo – levante-se!”. A menina levantou-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos (Mc 5,22-23.38.40b-42). – Episódio semelhante ao do Evangelho de Mateus (9,18-25) mostra-nos a importância da fé em Jesus. Mesmo sabendo que a filha estava morta, não tem dúvidas do poder de Jesus em fazê-la voltar à vida! Não há dúvidas: Jesus é Deus conosco! E Deus tem o poder de nos curar, nos dar vida, e vida plena!

15. JESUS CURA POUCOS DOENTES EM NAZARÉ: Jesus foi para Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga.   (...) E ficaram escandalizados por causa de Jesus. Então Jesus dizia para eles que um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família. E Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. Apenas curou alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E Jesus ficou admirado com a falta de fé deles (Mc 6, 1.2.3c-6). – Neste episódio, Jesus nos chama a atenção para não desvalorizarmos aqueles que, entre nós, possam estar manifestando algum dom de Deus para o serviço da comunidade. Não é porque alguém vem de fora que, por isso, terá mais poder ou sabedoria do que aqueles que convivem conosco. Deus não discrimina ninguém, negativamente! Qualquer pessoa, próxima, ou distante de nós, pode manifestar dons do Espírito Santo para o serviço da comunidade! Que sejam, sempre, bem-vindos!

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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS – PARTE II

Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Marcos. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.


6. JESUS CURA MUITOS DOENTES E ENDEMONIADOS:  À tarde depois do pôr-do-sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que estavam possuídos pelo demônio. A cidade inteira se reuniu na frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de vários tipos de doença e expulsou muitos demônios. Os demônios sabiam quem era Jesus e por isso Jesus não deixava que eles falassem (Mc 1, 32-34). – Como no Evangelho de Mateus (8,16), mas com a observação de que os demônios eram proibidos de falar sobre Jesus. Jesus, como Filho de Deus, se curava e expulsava os espíritos malignos a muitos, e não a todos, certamente era por conta da falta de fé daqueles que não foram curados.

7. JESUS RESGATA OS MARGINALIZADOS: Um leproso chegou perto de Jesus e pediu de joelhos: “Se queres, tu tens o poder de me purificar”. Jesus ficou cheio de ira, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fique purificado”. No mesmo instante a lepra desapareceu e o homem ficou purificado (Mc 1, 40-42). – Observa-se, aqui, a ira de Jesus como expressão de sua indignação diante da discriminação injusta a que eram submetidos os doentes de hanseníase (como é denominada a “lepra” hoje em dia). E Ele não tinha medo de “tocar” no doente, atitude comum para as pessoas da época.

8. A CURA DO PARALÍTICO DESCIDO PELO TELHADO: Levaram então um paralítico, carregado por quatro homens. Mas eles não conseguiam chegar até Jesus, por causa da multidão. Então fizeram um buraco no teto, bem acima do lugar onde Jesus estava e, pela abertura, desceram a cama em que o paralítico estava deitado. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os seus pecados estão perdoados” (Mc 2, 3-5). – Sabemos que Jesus, depois de perdoar os pecados do paralítico (porque assim pensavam os judeus na época: a doença era fruto do pecado), desafiou os doutores da Lei e curou o doente. E isto mostrou-lhes que o pecado – já perdoado ao paralítico – não curou sua doença, sendo esta, portanto, independente dos seus pecados. Para um bom entendedor... isto deveria estar claro na cabeça dos tais doutores da Lei.

9. JESUS CHAMA O PECADOR LEVI: Enquanto ia caminhando, Jesus viu Levi o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse para ele: “Siga-me”. Levi se levantou e o seguiu (Mc 2, 14). – Este convite de Jesus, feito a Levi, teve o efeito de uma ordem, dada a força moral da figura de Jesus diante das pessoas daquela época. É um verdadeiro milagre, porque a regra do comportamento das pessoas não inclui uma aceitação de tal convite como aconteceu com Levi: levantou-se e seguiu Jesus. É para provocar em nós, hoje em dia, uma reflexão: estamos deixando acontecer o milagre em nossa vida, diante do convite de Jesus? Ele não é uma pessoa qualquer... é o próprio Filho de Deus que nos chama! Como Levi, Pedro, André, etc., não deveríamos nós, também, levantarmo-nos e segui-lo sem pestanejar?

9. JESUS CURA A MÃO SECA: Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com a mão seca. (...) Jesus disse ao homem da mão seca: “Levante-se e fique no meio”. Depois perguntou aos outros: “O que é que a Lei permite no sábado: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matá-la?”. Mas eles não disseram nada. Jesus então olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eles eram duros de coração. Depois disse ao homem: “Estenda a mão”. O homem estendeu a mão e ela ficou boa (Mc 3, 1.3-5). – Outra vez Jesus fica indignado com as pessoas da época, porque não tinham compaixão dos doentes, dos fracos, dos pobres. Usavam a Lei do descanso sabático para, além de não trabalhar, nada fazerem pelos outros. Isto é: caridade zero no dia de sábado. O que, certamente, era muito conveniente para aqueles que tinham posses, pois viam-se dispensados de fazer qualquer coisa pelo necessitado.

10. JESUS CURA MUITOS DOENTES:  Então Jesus pediu aos discípulos que arrumassem uma barca, para ele não ficar espremido nomeio da multidão. Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal se jogavam sobre ele para tocá-lo. Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés gritando: “Tu és o Filho de Deus!”. Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era (Mc 3, 9-12). – Novamente, Jesus cura muitos doentes e liberta muitos endemoniados. Bastava aos doentes, pela fé, “tocar” em Jesus! E nós? Procuramos Jesus para tocá-lo e sermos curados? O exemplo está dado. Basta que nos disponhamos a segui-lo.

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Uilso Aragono (Outubro de 2019)

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS – PARTE I


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Marcos. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.



1. O BATISMO DE JESUS: Nesses dias, Jesus chegou de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão. Logo que Jesus saiu da água, viu o céu se rasgando e o Espírito, como pomba, desceu sobre ele. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado; em ti encontro o meu agrado” (Mc 1, 9-11). – É uma manifestação sobrenatural, na medida em que não há alguém que possa falar em voz tão alta a ponto de ser ouvido por todos os que testemunharam o batismo de Jesus. Sim, embora o texto diga que Jesus viu uma pomba e ouviu uma voz, outros também devem ter, pelo menos, ouvido a voz, para que o testemunho tenha sido registrado nos evangelhos de Marcos e de Mateus. Neste último Evangelho, o registro é, praticamente, igual.

2. JESUS É TENTADO NO DESERTO. Em seguida, o Espírito impeliu Jesus para o deserto. E Jesus ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Jesus vivia entre animais selvagens e os anjos o serviam (Mc 1, 12-13). – Neste texto não há detalhes sobre esse tempo que Jesus ficou no deserto. No texto correspondente de Mateus, Jesus jejua, sente fome e é tentado pelo “tentador” nos aspectos do prazer, do poder e da riqueza. Aqui, em Marcos, Jesus é, simplesmente, “tentado” por Satanás, e o “tentador” recebe um nome. Em ambos os textos, Jesus é servido pelos anjos.

3. JESUS CHAMA SIMÃO E ANDRÉ: Ao passar pela beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e seu irmão André; estavam jogando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse para eles: “Sigam-me, e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens”. Eles imediatamente deixaram as redes e seguiram a Jesus (Mc 1, 16-18). – O mesmo aconteceu, logo em seguida, com Tiago e João, filhos de Zebedeu. Impressiona a atração humana que Jesus exerceu sobre esses primeiros apóstolos: um encontro, um chamado... e uma decisão de seguimento imediato. Só pode ser um milagre! Este texto é idêntico ao que há no Evangelho de Mateus (4,19-20).

4. A CURA DE UM ENDEMONIADO: Nesse momento, estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau, que começou a gritar. “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” Jesus ameaçou o espírito mau: “Cale-se, e saia dele!”. Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu dele. Todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “Que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade... Ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!” (Mc 1, 23-27). – Este milagre não consta do Evangelho de Mateus, mas pode ser encontrado no de Lucas (4, 33-36). Interessante observar que o possesso não tem apenas um demônio, mas vários, já que diz: “Que queres de nós, Jesus Nazareno?”. E Jesus, com uma única palavra – “Saia dele!” – expulsa, definitivamente, o demônio. Ainda hoje, embora em número bem menor do que no passado, antes da vida de Cristo, existem casos de possessão, cujos exorcistas só às duras penas conseguem libertar o possesso da escravidão do demônio...

5. JESUS CURA A SOGRA DE SIMÃO:  Saíram da sinagoga e foram logo para a casa de Simão e André, junto com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo eles contaram isso a Jesus. Jesus foi aonde ela estava, segurou sua mão e ajudou-a a se levantar. Então a febre deixou a mulher, e ela começou a servi-los (Mc 1, 29-31). – Como no Evangelho de Mateus (8,14-15), bastou um toque de Jesus – tomando-a pela mão – para que a sogra de Simão Pedro levantasse, curada, e começasse a servi-los. O Senhor Jesus é o médico dos médicos, pois tem o poder, divino, de curar não só as doenças do corpo, mas, também, as do psiquismo (mente) e as da alma. Uma observação: as curas de Jesus são completas, perfeitas! Não são curas parciais! No Evangelho de Lucas (4,38-39), o texto narra o mesmo milagre.

– CONTINUA NA PARTE II, NO PRÓXIMO BLOGUE.
Uilso Aragono. (Setembro de 2019)

sábado, 31 de agosto de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS – PARTE IV


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição, inicialmente, em relação ao Evangelho de S. Mateus.

30. A MOEDA NA BOCA DO PEIXE: Quando chegaram a Cafarnaum, os fiscais do imposto do Templo foram a Pedro, e perguntaram: “O mestre de vocês não paga o imposto do Templo?”. Pedro respondeu: “Paga sim”. [...] “Mas, para não provocar escândalo, vá ao mar e jogue o anzol. Na boca do primeiro peixe que você pegar, vai encontrar o dinheiro para pagar o imposto. Pegue-o, e pague por mim e por você” (Mt 17,24.25a.27). – Este é um outro milagre que comprova que Jesus tem poder sobre a Natureza. Simplesmente ordenou que um peixe fosse pescado e lá estaria a moeda do imposto! Quem vai interpretar esse episódio tão claro e objetivo de outra forma? Ou se aceita tudo dos Evangelhos ou se rejeita tudo. Aceitar alguma coisa e rejeitar outras é ser herético. Este é, justamente, o sentido da palavra heresia: escolha, seleção...

31. OS DOIS CEGOS DE JERICÓ: Quando estavam saindo de Jericó, uma grande multidão seguiu Jesus. Dois cegos estavam sentados à beira do caminho. Ouvindo dizer que Jesus estava passando, começaram a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de nós!”. [...] Então Jesus parou, chamou os dois cegos, e disse: “O que vocês querem que eu faça por vocês?”. Eles responderam: “Senhor, queremos que nossos olhos se abram”. Cheios de compaixão, Jesus tocou os olhos deles, e eles imediatamente começaram a ver. E seguiram a Jesus (Mt 20, 29-30.32-34). – O Senhor sempre terá misericórdia de nós quando lhe pedirmos algo, com sinceridade e fé, que nos seja realmente importante. Este milagre mostra claramente isto! Os cegos passaram a enxergar! Novamente, quem interpretará de maneira diferente negando a objetividade da cura? Só quem não tiver fé...

32. A JUMENTA E O JUMENTINHO AMARRADOS: Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo: “Vão até o povoado que está na frente de vocês. E logo vão encontrar uma jumenta amarrada, e um jumentinho com ela. Desamarrem e tragam os dois para mim. Se alguém lhes falar alguma coisa, vocês dirão: ‘O Senhor precisa deles, mas logo os mandará de volta’”. Os discípulos foram e fizeram como Jesus tinha mandado (Mt 21, 1c-3.6.). – Mais uma vez, Jesus demonstra o seu poder divino de clarividência: vê com clareza as circunstâncias da vida que o cerca. Para Ele não existe nada oculto: nem as coisas da vida nem o que se passa na mente dos que o cercam, como já visto em outras partes do Evangelho.

33. CEGOS E ALEIJADOS CURADOS NO TEMPLO: Os cegos e aleijados chegaram perto de Jesus, no Templo, e Ele os curou. Os chefes dos sacerdotes e doutores da Lei ficaram indignados, quando viram as maravilhas que Jesus fazia, e as crianças gritando no Templo: “Hosana ao filho de Davi!” (Mt 21, 14.15). – Quantos cegos e aleijados eram? Ninguém sabe; não foi informado. Mas podemos supor que tenham sido muitos, já que era muito comum esses problemas de saúde naquela época, sem os recursos da ciência de hoje. E Jesus curou a todos! Não somente a alguns e não a outros. Mas a todos curou! Grande misericórdia e grande o poder de Jesus. Realmente, Homem-Deus!

34. A FIGUEIRA AMALDIÇOADA: Na manhã seguinte, voltando para a cidade, Jesus ficou com fome. Viu uma figueira perto do caminho, foi até lá, mas não achou nada, a não ser folhas. Então Jesus disse à figueira: “Que você nunca mais dê frutos”. E, no mesmo instante, a figueira secou. Vendo isso, os discípulos ficaram espantados e disseram: “Como é que secou tão depressa?” (Mt 21, 18-20). – Somente um poder divino pode explicar que uma árvore, por resultado de uma ordem (ou uma maldição) possa ter secada instantaneamente! Pois foi o que aconteceu, de fato, segundo o relato do Evangelho, e para espanto dos discípulos! É neste episódio que Jesus aproveita para falar da importância de se cultivar a fé: “E tudo o que vocês na oração pedirem com fé, vocês receberão” (Mt 21, 22).

35. A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA: “Onde queres que façamos os preparativos para comermos a Páscoa?” Jesus respondeu: “Vão á cidade, procurem certo homem e lhe digam: ‘O mestre manda dizer: O meu tempo está próximo, eu vou celebrar a Páscoa em sua casa, junto com meus discípulos’”. Os discípulos fizeram com Jesus mandou, e prepararam a Pascoa (Mt 26, 17b-19). – É um verdadeiro milagre, já que Jesus, por sua divina clarividência, antevê a casa do homem e manda dizer-lhe que celebrará em sua casa a Páscoa. E o homem aceitou sem qualquer contrariedade! Ele não pediu. Jesus simplesmente comunicou ao homem que iria celebrar a Páscoa na casa dele! Que maravilha de autoridade, de personalidade! Que respeito Ele provocava nas pessoas!

36. A PREVISÃO DA TRAIÇÃO: Enquanto comiam, Jesus disse: “Eu lhes garanto: um de vocês vai me trair”. [...] Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. O Filho do Homem vai morrer, conforme a Escritura fala a respeito dele. Porém, ai daquele que trair o Filho do Homem. Seria melhor que nunca tivesse nascido!”. Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, será que sou eu?”. Jesus lhe respondeu: “É como você acaba de dizer” (Mt 26, 21.23-25). – Jesus, por seu poder divino, demonstra que tem o dom da precognição, de conhecer o futuro! E diz, claramente, que sabe quem O trairá. E seja registrada, aqui, a situação de condenação eterna de Judas. Pois Jesus afirma que “seria melhor que nunca tivesse nascido”! Se ele tivesse sido salvo, Jesus não teria dito essas palavras tão fortes e verdadeiras!

37. MILAGRES LOGO APÓS A MORTE NA CRUZ: Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. Imediatamente a cortina do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu, e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos santos falecidos ressuscitaram. Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas (Mt 27, 50-53). – Que maravilha! Deus não deixou de, abundantemente, manifestar-se logo após a morte de Cristo. E os milagres foram estrondosos! A cortina dos Santos dos Santos, no Templo, que se rasga; os túmulos que se abrem; os falecidos – muitos! – que ressurgem para vida; e os que saíram do tumulo, logo depois do domingo da Ressurreição, e que apareceram na Cidade Santa! E que foram vistos por muitas pessoas! Como não acreditar que Jesus seja nosso Deus e Senhor?...

Aqui terminam os milagres de Jesus, segundo o Evangelho de S. Mateus. Veremos, a seguir, os milagres de Jesus segundo S. Marcos. E, então, faremos alguns comentários comparativos entre as narrativas dos dois evangelistas.

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Uilso Aragono. (Agosto de 2019)

terça-feira, 30 de julho de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS – PARTE III


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição, inicialmente, em relação ao Evangelho de S. Mateus.

25. JESUS CURA UMA MULHER CANANEIA: Nisso uma mulher cananeia, que morava nessa região (de Tiro e Sidônia), gritou para Jesus: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim. Minha filha está sendo cruelmente atormentada por um demônio” (Mt 15, 22). Continua o Evangelho dizendo que Jesus não deu ouvidos, inicialmente. Mas, tendo em vista a fé da mulher, Ele disse: “Seja feito como você quer” (Mt, 15, 21-28). – É um milagre de libertação, isto é, de exorcismo, pois era um demônio que estava atormentando a moça. E Jesus o realiza a distância, por uma simples manifestação de Sua vontade! Não temos por que duvidar de que tenha sido, de fato, um demônio, pois o povo daquela época sabia muito bem distinguir uma simples doença de uma manifestação demoníaca, e que era muito comum até os tempos de Jesus. Hoje, em dia, devido à cristianização do mundo, ao longo dos séculos, casos de possessão demoníaca têm-se reduzido significativamente, embora ainda existam.

26. JESUS CURA MUITOS DOENTES: Numerosas multidões se aproximaram de Jesus, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E Ele os curou (Mt 15, 30). – Nessa ocasião, em frente às colinas do Mar da Galileia (ou Lago de Tiberíades ou Lago de Genesaré) Jesus curou inúmeros doentes, de todo tipo de doença, e as multidões ficavam admiradas e glorificavam o Deus de Israel. Observe-se que os doentes eram, mais uma vez, levados até Jesus, para que Este os curasse. E era cura em massa! Somente um Homem-Deus pode realizar verdadeiros milagres. E é importante ressaltar que eram “verdadeiros”, pois havia, e ainda há, hoje em dia, muitas pessoas que curavam e faziam prodígios – às vezes com a ajuda do Diabo! Mas eram curas falsas e prodígios enganadores. Muitas dessas curas duravam pouco tempo. Ao contrário, as curas citadas no Evangelho são curas eficazes, profundas e completas!

27. A SEGUNDA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES: Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo, e não tem nada para comer. [...] Jesus perguntou: “Quantos pães vocês têm?”. Eles responderam: “Sete, e alguns peixinhos”. Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães e os peixes, agradeceu, partiu-os, e ia dando aos discípulos, e os discípulos para as multidões (Mt 15, 32.34-36). – Este milagre é interpretado, por alguns padres e teólogos como tendo sido um milagre da “partilha”, a partir do que cada um teria consigo. Ora, aquela multidão já fazia “três dias que está comigo, e não tem nada para comer”. Está claríssimo – a não ser para quem não quer enxergar! – que a multidão já não tinha mais o que comer, após três dias com Jesus. Portanto, foi um verdadeiro milagre de multiplicação de pães e peixes. E o que é isto para o Filho de Deus? Não querer reconhecer tal evento como verdadeiro milagre é confessar que não se acredita em milagres, que não se tem verdadeira Fé!...

28. A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR: Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz (Mt 17, 1-2).  É neste evento que se ouve, pela segunda vez, a voz do Pai celestial (a primeira foi no Batismo de Jesus). E Ele diz: “Este é meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que Ele diz” (Mt 17, 5b). Foi um momento de tal intensidade emocional e espiritual, que os discípulos foram proibidos de comentar com quem quer que fosse. Foi um momento em que Jesus quis mostrar o seu verdadeiro rosto – que por natureza é glorioso, já que Ele, sendo a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, sempre, está na glória de Deus – aos três mais íntimos discípulos, e isto muito os terá impressionado e, sem dúvidas, aumentado a fé no Filho do Homem.

29. A CURA DE UM MENINO ENDEMONIADO: Um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se e disse: “Senhor, tem piedade de meu filho” [...] Eu o levei aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo”. [...] Então Jesus ordenou, e o demônio saiu (Mt 17, 14b.15a.16.18). – É neste milagre que Jesus nos ensina uma importantíssima lição: somente com fé, oração e jejum certos tipos de demônios podem ser expulsos (Mt 17,21).

– CONTINUA NA PARTE IV, NO PRÓXIMO BLOGUE.

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Uilso Aragono. (Julho de 2019)

sábado, 29 de junho de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS – PARTE II


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição, inicialmente, em relação ao Evangelho de S. Mateus.


13. A MULHER QUE SOFRIA DE HEMORRAGIA: Nesse momento, chegou uma mulher que fazia doze anos vinha sofrendo de hemorragia. Ela foi por trás e tocou a barra da roupa de Jesus, porque pensava: “Ainda que eu toque só na roupa dele, ficarei curada.” Jesus virou-se e, ao vê-la, disse: “Coragem, filha! Sua fé curou você.” E, desde esse momento, a mulher ficou curada (Mt 9, 20-22). – Este milagre nos mostra que, mesmo sem o Mestre ter consciência do pedido da pessoa, a fé desta é suficiente para que o poder divino de Jesus se manifeste. Bem diferente de certos milagres que certos “milagreiros” (e embusteiros), ao longo da história, se propunham fazer.

14. A CURA DE DOIS CEGOS: (...) dois cegos o seguiram gritando: “Tende piedade de nós, filho de Davi”. (...) Então Jesus perguntou: “Vocês acreditam que eu possa fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor.” Então Jesus tocou os olhos deles dizendo: “Que aconteça conforme vocês acreditaram.” E os olhos deles se abriram (Mt 9, 27-29). – Jesus apenas pergunta se eles acreditam em Seu poder de curar. E, diante da resposta positiva, Ele os toca e cura. Um simples toque, sem muitas palavras, sem orações, sem qualquer ritual. É o poder divino em ação instantânea!

15. A CURA DE UM MUDO ENDEMONIADO: (...) levaram a Jesus um mudo que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo falou, e as multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu uma coisa assim em Israel.” (Mt 9, 32-33). – Neste episódio, o poder de expulsar demônios é patente: expulso o demônio, que impedia a vitima de falar, esta, uma vez liberta, volta a poder falar. O mutismo aqui, não era de fundo físico, mas espiritual: uma força espiritual imunda tornava a pessoa muda... Onde está Jesus, não pode estar o demônio.

16. JESUS RELATA SEUS MILAGRES: (...) Jesus respondeu: “Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Notícia. E feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” (Mt 11, 4-6). – O próprio Jesus resume, para João, os seus milagres, que inclui o anúncio da Boa Nova aos pobres, que não deveria ser motivo de escândalo para ninguém. Porque, para a mentalidade da época, o Messias não seria um taumaturgo nem um mensageiro de Boas Notícias, mas um líder guerreiro e poderoso e disposto a libertar Israel do domínio romano. 

17. CURA EM DIA DE SÁBADO: (...) os fariseus perguntaram: “É permitido fazer cura em dia de sábado?” Jesus respondeu: “Suponham que um de vocês tenha uma só ovelha, e ela caia num buraco em dia de sábado. Será que ele não a pegaria e não a tiraria de lá? Ora, um homem vale muito mais do que uma ovelha! Logo, é permitido fazer uma boa ação em dia de sábado.” Então Jesus disse ao homem: “Estenda sua mão.” O homem estendeu a mão, e ela ficou boa e sadia como a outra (Mt 12, 10c-13). – Jesus, mais uma vez, mesmo em dia de sábado, por um comando simples, curou uma mão paralisada. Só não fez o milagre de converter as mentes paralisadas pelo preconceito, pelo orgulho e pela vaidade dos fariseus.

18. CURA DE UM ENDEMONIADO CEGO E MUDO: Então levaram a Jesus um endemoniado cego e mudo. Jesus o curou, de modo que ele falava e enxergava. E todas as multidões ficaram admiradas e perguntavam: “Será que ele não é o filho de Davi?” (Mt 12, 22-23).– Mais uma vez, Jesus, instantaneamente, cura cegueira e mutismo de origem espiritual. Isto levou o povo a pensar na possibilidade de que Jesus fosse o filho de Davi, o Messias.

19. CURA DE VÁRIOS DOENTES: Ao sair da barca, Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles e curou os que estavam doentes (Mt 14, 14). – Naquela época, no meio de uma multidão, deveria haver muitos doentes. E Jesus curou a todos. Não se diz que tenha curado alguns; mas, sim, a todos! Que poder enorme manifestava Jesus! E mesmo assim, as autoridades não acreditavam nele. Por que razão?... Ciúmes, inveja, orgulho?...

20. A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES: Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes.” Jesus disse: “Tragam isso aqui.” Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Depois, pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães, e os deu aos discípulos; os discípulos os distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram satisfeitos (Mt  14, 17-20a). – Muitos querem interpretar esse milagre como se tivesse sido, apenas, o efeito de uma solidariedade e partilha de pães e peixes que já estariam nas bolsas de muitos dos presentes. Mas a verdade é que a situação descrita era de penúria e de falta de alimentos: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes.” Portanto, só nos resta aceitar que, mais uma vez, o Senhor demonstra, claramente, o seu poder divino por meio deste verdadeiro milagre.

21. JESUS ANDA SOBRE AS ÁGUAS: Entre as três e as seis da madrugada, Jesus foi até os discípulos, andando sobre o mar. Quando os discípulos o avistaram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma!” E gritaram de medo. Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo.” (Mt 14, 25-27). – Será que em relação a este fato miraculoso há os que queiram interpretar como sendo um “sonho”, uma “miragem”, um fenômeno de hipnose coletiva? A verdade é que, Jesus, para demonstrar o seu poder divino aos seus discípulos, que precisavam acreditar, realizava ações surpreendentes, como outras conhecidas: a transfiguração, a multiplicação de pães e peixes, a pesca milagrosa, o controle das tempestades (descrita a seguir).

22. PEDRO ANDA SOBRE AS ÁGUAS: Então Pedro disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre as águas.” Jesus respondeu: “Venha.” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas ficou com medo quando sentiu o vento e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?” (Mt 14, 28-31). – Observe-se que Jesus repreende a Pedro justamente sob o aspecto que ele queria aprimorar nos seus discípulos: a fé, a confiança no poder divino de Jesus.

23. JESUS CONTROLA A TEMPESTADE: Então eles subiram na barca. E o vento parou. O que estavam na barca se ajoelharam diante de Jesus, dizendo: “De fato, tu és o Filho de Deus.” (Mt 14, 32-33). – Quem pode controlar tempestades, senão Deus? Era este testemunho que Jesus esperava que pudessem dar, e conseguiu. Embora isto não tenha sido suficiente para que permanecessem com Ele quando foi preso no monte das Oliveiras...

24. A CURA DOS DOENTES DE GENESARÉ: Então levaram a Jesus todos os doentes e pediram para que pudessem, ao menos, tocar a barra da roupa dele. E todos os que tocaram, ficaram curados (Mt 14, 35b-36). – Podemos imaginar a fila de pessoas doentes passando em frente a Jesus e tocando sua roupa!... Jesus deve ter aceito essa “metodologia” sugerida pelo povo do local, pelo fato de haver um número muito grande de doentes, tendo sido mais fácil e simples que eles fossem até Jesus, que ficaria parado em um local conhecido enquanto a multidão de doentes era levada até ele.

– CONTINUA NA PARTE III, NO PRÓXIMO BLOGUE.

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Uilso Aragono. (Junho de 2019)

quinta-feira, 30 de maio de 2019

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS – PARTE I


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição, inicialmente, em relação ao Evangelho de S. Mateus.

1. A VOZ DO PAI É OUVIDA: Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então o céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre Ele. E do céu veio uma voz: “Este é meu Filho amado, que muito me agrada” (Mt 3, 16-17). – O milagre está em que Jesus vê e ouve a manifestação do Pai; não é algo natural, mas, sobrenatural.

2. JEJUN DE 40 DIAS: Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, sentiu fome (Mt 4, 2). – Não é natural, e é quase impossível que alguém possa jejuar por tanto tempo, mesmo que não se leve ao pé da letra os quarenta dias, mas se entenda um período muito longo. E só tenha sentido fome “depois disso”.

3. SEGUIMENTO IMEDIATO: Jesus disse para eles (Pedro e André): “Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de homens”. Eles deixaram imediatamente as redes e seguiram Jesus (Mt 4, 19-20). – O mesmo aconteceu, logo em seguida, com Tiago e João, filhos de Zebedeu. Impressiona a atração humana que Jesus exerceu sobre esses primeiros apóstolos: um encontro, um chamado... e uma decisão de seguimento imediato. Só pode ser um milagre!

4. A CURA DE UM LEPROSO: Eis que um leproso se aproximou e ajoelhou-se diante de Jesus, dizendo: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fique purificado” (Mt 8, 2-3a). – Jesus não teve medo de tocar no leproso e, além disso, curou-o! Uma lepra (ou hanseníase, como hoje se diz) não é facilmente curável, e, particularmente, de modo instantâneo!

5. O EMPREGADO DO OFICIAL ROMANO: Jesus estava entrando em Cafarnaum, quando um oficial romano se aproximou dele, suplicando: “Senhor, meu empregado está em casa, de cama, sofrendo muito com uma paralisia”. Jesus respondeu: “Eu vou curá-lo” (Mt 8, 5-7a). – É aquele oficial que dá um exemplo de fé: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa...”. E o empregado, naquela mesma hora, ficou curado, apenas com a palavra de Jesus.

6. A SOGRA DE PEDRO: Jesus foi para a casa de Pedro e viu a sogra de Pedro deitada, com febre. Então Jesus tocou a mão dela, e a febre a deixou. Ela se levantou e começou a servi-los (Mt 8, 14-15). – Um toque, somente, foi suficiente para que a febre deixasse a sogra de Pedro...

7. A CURA DE MUITOS POSSESSOS E DOENTES: À tarde, levaram a Jesus muitas pessoas que estavam possuídas pelo demônio. Jesus, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os doentes (Mt 8, 16). – Não somente um milagre, neste versículo, mas muitos: quantos doentes terão sido, instantaneamente, curados? Quantos possessos de espíritos imundos não terão sido libertados?

8. JESUS ACALMA OS VENTOS: Os discípulos se aproximaram e o acordaram, dizendo, “Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!”. Jesus respondeu: “Por que vocês têm medo, homens de pouca fé?”. E, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo (Mt 8 25-26). – Quem é capaz de fazer um milagre que altera os fenômenos da natureza? Só Deus!...

9. OS POSSESSOS E A MANADA DE PORCOS: Havia ao longe, uma grande manada de porcos que estava pastando. Os demônios suplicavam: “Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos”.  Jesus disse: “Podem ir” (Mt 8, 30-31a). – Bastou uma palavra para que o exorcismo se efetuasse, instantaneamente: e os porcos se afogaram.

10. JESUS PERDOA E CURA O PARALÍTICO: Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder, na Terra, para perdoar pecado – então disse Jesus ao paralítico: – levante-se, pegue a sua cama e vá para a sua casa. O paralítico, então, pegou a sua cama e foi para casa (Mt 9, 6-7). – Uma paralisia curada por meio de uma simples palavra!... Quem faz isso, senão Deus?

11. SEGUIMENTO IMEDIATO DE MATEUS: Saindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: “Siga-me!”. Ele se levantou e seguiu a Jesus (Mt 9,9). – Mais uma vez, um simples chamado após um encontro, e uma decisão irrevogável!... Não é um milagre?

12. A RESSUSCITAÇÃO DA FILHA DE UM CHEFE: Enquanto Jesus dizia essas coisas para eles, um chefe se aproximou, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: “Minha filha acaba de morrer; mas vem põe tua mão sobre ela e ela viverá. Jesus levantou-se e o seguiu, junto com seus discípulos. (...) Quando a multidão foi afastada, Jesus entrou e tomou a menina pela mão. Então a menina se levantou (Mt 9,18-19.25). – Este é um milagre, absolutamente, inacreditável! A primeira ressuscitação de uma pessoa no Evangelho de Mateus. A menina estava morta! E mesmo que não estivesse – naquela época, não havia como saber, com certeza! – bastou um toque de Jesus para que a menina se levantasse de seu estado de morte aparente.

– CONTINUA NA PARTE II, NO PRÓXIMO BLOGUE.

Uilso Aragono. (Maio de 2019)

terça-feira, 30 de abril de 2019

A CRIATURA MAIS MAGNÍFICA CRIADA POR DEUS


Lendo o livro “Summa Daemoniaca – Tratado de demonologia e manual de exorcistas”, do sacerdote e teólogo espanhol, José Antônio Fortea, pertencente ao presbitério da Diocese de Alcalá de Henares (Madri), deparei-me com um capítulo impressionante, cujo título é igual ao do presente artigo. O livro é de 2010 e altamente recomendável pela profundidade e clareza teológicas, mesmo para leitores leigos.

QUAL FOI A CRIATURA MAIS MAGNÍFICA CRIADA POR DEUS, A VIRGEM OU LÚCIFER?

Este é, na verdade, o título do capítulo 59, ou melhor, da Questão 59 colocada pelo Autor. Um católico responderia, sem titubear, que tal criatura magnífica seria a Virgem..., No entanto, a resposta é surpreendente: na verdade, a criatura mais magnífica criada por Deus, segundo o Teólogo e Autor, foi Lúcifer!

EXPLICAÇÃO DO AUTOR
“A palavra Lúcifer é originária do latim e significa “Estrela da manhã”. Ninguém deve estranhar que um ser maligno tenha um nome tão belo, pois este foi o nome que Pai dos anjos colocou na criatura ao criá-la. O certo é que este era seu nome antes de cair. (Anotação no pé da página do livro sobre este tópico: Eu, o autor, não intento julgar os valores sobre as questões que escrevi, mas esta é a minha favorita dentre todas as encontradas em Summa Daemoniaca.)
É preciso entender que a natureza mais magnífica criada por Deus foi a de Lúcifer. A Virgem se santificou dia a dia, com esforço. Ela, com seu sacrifício, seus atos e a Graça de Deus, conseguiu ser a criatura mais magnifica. Mas sua magnificência não foi um ato da criação de Deus, e, sim, de santificação. Tanto que a criatura mais magnífica que Deus criou foi a maior de todas as criaturas angélicas. Deus criou Lúcifer magnífico em sua natureza, e ele se corrompeu. Deus criou Maria humilde em sua natureza, uma simples mulher e, portanto, inferior aos anjos, mas foi ela que se santificou. Como se vê, há um grande paralelo entre ambas as figuras, mas um paralelo inverso:
  • Uma delas é a criatura mais perfeita por natureza, a outra pela graça;
  • Uma delas se corrompe; a outra se santifica;
  • Uma delas quer ser rei e não servir, e, ao final, não é nada; a outra quer ser nada e servir e, no final é rainha.

Além disso, inclusive com relação aos nomes, há um paralelo entre a estrela da manhã (Lúcifer) e a estrela da manhã da redenção (Maria):
  • A primeira estrela caiu do firmamento angélico; a segunda estrela se elevou;
  • A primeira estrela, que era espírito, caiu na Terra; a segunda estrela, que era corpo, ascendeu aos Céus;
  • Lúcifer não quis aceitar o Filho de Deus feito Homem; a Virgem não somente O aceitou como O acolheu em seu ventre;
  • Lúcifer era um ser espiritual que, finalmente, se tornou pior do que uma Besta (sem deixar de ser espiritual); ela era um ser material que, finalmente, se fez melhor do que um anjo (sem deixar de ser material);
  • Lúcifer se bestializou; ela, se espiritualizou;

Agora existe apenas uma estrela da manhã, que é a Virgem. Pois, embora a primeira estrela tenha caído, a segunda brilhou com a luz da graça, muito mais bela e intensamente que a primeira estrela, que brilhou somente com a luz de sua natureza.”
CONCLUSÃO
A luz da graça – e este termo poderia e deveria ser escrito com maiúscula!  (como o Autor faz, na primeira vez que o usa, acima) – é uma luz que vem da Graça de Deus, que é, constantemente, derramada sobre os corações abertos e desejosos de recebê-la. Maria, pelo fato mesmo de ter sido concebida sem pecado original, foi uma criatura de Deus cujo coração esteve totalmente aberto e desejoso de ser preenchido e iluminado pela Graça. Que sejamos, um pouquinho, como Maria: corações abertos e desejosos de receber a Graça e a luz que dela vem sobre nós, para nossa santificação e nosso crescimento espiritual. Para que, como Ela, nos espiritualizemos e, não, ao contrário, como Lúcifer, nos bestializemos.
Referência: FORTEA, J. A. Summa Daemoniaca – Tratado de demonologia e manual de exorcistas. Palavra & Prece, São Paulo, 2010. Tradução: Ana Paula Bertolini. (E-mail da editora: editora@palavraeprece.com.br. Site: www.palavraeprece.com.br.)
Uilso Aragono. (Abril de 2019.)

domingo, 31 de março de 2019

OS SACRAMENTAIS SÃO O ADUBO DA FÉ


Muitos católicos podem achar que só existam os sacramentos na vida da Igreja. No entanto, algo parecido com os Sacramentos são os Sacramentais. Este artigo visa a tentar esclarecer o que são os Sacramentais, não somente do ponto de vista do leigo – de uma forma bem popular, como se usa o termo “adubo” no título do artigo –, como, também, a partir do Catecismo da Igreja Católica (CIC).


O QUE DIZ O CIC

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que os sacramentais:
“são sinais sagrados pelos quais, à imitação dos sacramentos, são significados efeitos, principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias da vida”. (CIC, nº 1667)

Falando de outra forma, podemos interpretar os sacramentais como sendo algo parecido com os sacramentos (aqueles 7 conhecidos: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Matrimônio, Sacerdócio, Unção dos enfermos e Confissão), uma vez que eles (os sacramentais), também, têm efeitos espirituais, pelo poder e pela intercessão da Igreja. E, por meio deles, as pessoas se preparam para receber os Sacramentos, especialmente, vale dizer, a Eucaristia.

Os sacramentais são instituídos pela Igreja para a santificação das pessoas e da vida cristã. E “compreendem sempre uma oração, acompanhada de determinado sinal, como a imposição das mãos, o sinal-da-cruz ou a aspersão com água benta (que lembra o Batismo)”. (CIC, nº 1668)


TRÊS CARACTERÍSTICAS DO SACRAMENTAIS

Conforme o CIC, são 3 os traços, ou características, dos sacramentais:
– São instituídos pela Igreja;
– Dependem do sacerdócio batismal (do ser cristão);
– Não conferem a graça do Espírito Santo, como os Sacramentos (mas preparam para o seu recebimento). (CIC, nºs 1668–70)


QUAIS SÃO OS SACRAMENTAIS?

Em primeiro lugar, entre os sacramentais, estão as bênçãos: de pessoas, da mesa, de objetos e de lugares. (CIC, nº 1671)

A bênção é, sempre, um louvor a Deus e um pedido para a obtenção de Seus dons. (CIC, nº 1671)

Embora a maioria das bênçãos esteja associada ao ministério ordenado (bispos, padres e diáconos), muitas delas podem ser dadas, também, por qualquer leigo batizado, pois “todo batizado é chamado a ser uma ‘bênção’ e a abençoar”. (CIC, nº 1669)

Depois das bênçãos – e há várias gradações de importância das diversas bênçãos: do Papa, do bispo, dos padres, com a Bíblia, com o Santíssimo... – vêm os objetos e devoções da vida cristã associadas à religiosidade popular. Aqui podemos citar, dentre outros, a veneração de relíquias, as visitas a santuários, as peregrinações e procissões, a via-sacra, as danças religiosas, o rosário, as medalhas, os escapulários, os óleos bentos, os santos óleos, a água benta, o sinal da cruz,etc. (Conf. CIC, nº 1674)


SACRAMENTAIS: O ADUBO DA FÉ

Conforme este último traço dos sacramentais, e usando uma expressão bem popular, podemos dizer que os sacramentais são como que o “adubo” da nossa Fé. Isto acontece porque eles nos preparam para receber “a graça do Espírito Santo”; favorecem a abertura de nosso coração para, finalmente, receber a graça de Deus por meio dos sacramentos.

Podemos, então, imaginar a cena: os sacramentais, como um adubo, preparam o solo de nosso coração para que as sementes de graças, que Deus nos quer dar, possam brotar e produzir os seus frutos de santidade.

Por meio dos sacramentais, portanto, os cristãos preparam-se melhor, tornam-se mais dignos, dispõem-se melhor, para receberem as graças associadas aos sacramentos e, assim, “pavimentam” a estrada que nos conduz à santidade. Mas, para que o uso dos sacramentais seja conforme a orientação da Igreja, faça-se, sempre, uma oração prévia ao seu uso. Por exemplo, recomenda-se, para o uso diário do escapulário: o sinal da cruz e 3 Ave-Marias. Isto garante que o uso de tal sacramental não se constitua em uma superstição, mas alcance, de fato, o significado pleno de um sacramental: o adubo da fé!



FINALIZANDO

A frequência a e o uso de tais sacramentais, particularmente os objetos (água benta, escapulário, medalhas...), são, portanto, muito indicados aos cristãos batizados para que usufruam de uma melhor disposição interior para receber os Sacramentos. Que todos os cristãos possam conscientizar-se do papel e da importância complementares que os sacramentais possuem para a vida cristã. Que todos os cristãos possam adubar, com o uso dos sacramentais, o terreno da sua vida espiritual, para que as graças lá lançadas possam produzir abundantes frutos de santidade, para o bem da sua vida, da vida da Igreja e do mundo inteiro.

Uilso Aragono (março de 2019)


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

SOBRE O EVANGELHO DA TRANSFIGURAÇÃO

Muitos cristãos se perguntam sobre o significado da passagem bíblica sobre a Transfiguração de Jesus, no suposto monte Tabor, diante de Pedro, Tiago e João, quando estes viram as figuras de Moisés e Elias ao lado de Jesus transfigurado. A seguir apresento minha interpretação sobre esse belíssimo trecho do Evangelho.


Neste Evangelho da Transfiguração, o Evangelista quer dizer que:

1. Jesus sintetiza e realiza todo o Antigo Testamento, que é representado por Moisés (a Lei) e por Elias (os Profetas): a Lei e os Profetas são e eram considerados a essência das Sagradas Escrituras.

2. Jesus é verdadeiramente Deus, revelando aos apóstolos Pedro, Tiago e João, a sua verdadeira face luminosa (divina), que, normalmente, é apagada pela sua Encarnação, como verdadeiro homem que, também, era, exceto no pecado.

3. Deus-Pai deseja que todos “escutem o que Ele diz”. E isto vem confirmar as palavras que a Mãe Maria disse (no Ev. de Lucas) quando Jesus realizou o seu primeiro milagre, a pedido dela: “Façam tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

4. Jesus antecipava e preparava os três apóstolos para o seu destino doloroso e para a sua Ressurreição, que não era bem compreendida por eles. Pois nem todos os judeus aceitavam a ressurreição dos mortos: a corrente dos Saduceus, por exemplo.

5. Elias já veio, mas de forma metafórica. Pois na verdade, Elias (o grande Profeta) veio na pessoa de outro grande profeta, João Batista.

À nossa vida prática, do dia a dia, este Evangelho deseja que: 

a) aceitemos que Jesus seja, verdadeiramente Deus (glória) e Homem (sofrimento) e que devemos buscar a nossa salvação pelo “escutar” atentamente a Sua Palavra (ordem de Deus-Pai!); 

b) que tenhamos a nossa Fé aumentada, pelo testemunho de Moisés e de Elias e pelo Testemunho de Deus-Pai: Jesus, sendo Deus, não poderá morrer como todos os mortais, mas ressuscitará para a vida definitiva, pois, como dirá S. Paulo: “Se Jesus não ressuscitou, vã é a nossa fé” (I Cor 15,14).

Uilso Aragono. (Fev. de 2019)

domingo, 27 de janeiro de 2019

COMO DOMINAR SEU TEMPO


Todos nós temos a impressão de que o tempo ou passa rápido demais ou demora muito a passar. São, logicamente, percepções psicológicas que temos, diante de situações por que estamos passando. Mas, na verdade, todos sentimos que nos falta tempo para realizar as coisas a que nos propomos ou temos desejo de realizar. Em geral, portanto, as 24 horas não são suficientes para darmos conta de tudo o que queremos fazer. Como resolver tal problema? A seguir, apresento um resumo de dicas de especialistas para “evitar a procrastinação e aumentar a produtividade”, conforme pode ser lido, com detalhes, na revista Dossiê Superinteressante, de junho de 2018. (Ler este artigo vai lhe economizar muito tempo: a Revista tem 65 páginas!)


A PERCEPÇÃO DA VELOCIDADE DO TEMPO

Segundo alguns pesquisadores, a percepção da velocidade com que o tempo passou dependerá de situações rotineiras ou situações inovadoras que tenham sido vividas. Em retrospectiva, a sensação será:
               Uma semana de atividades rotineiras è o tempo passou muito rápido!

               Uma semana de atividades inovadoras è o tempo passou muito devagar!

Conclui-se que a rotina comprime o tempo passado: o tempo passou rápido, porque não se fez nada de diferente! Rompendo-se a rotina, com atividades variadas e diferentes (inovadoras), estende-se o tempo passado: o tempo passou lentamente, porque se fez muita coisa naquele período de tempo! A antirrotina estende o tempo passado.

Dois exemplos básicos:

          Para sobreviventes do Holocausto, o tempo lá vivido, ao olhar para trás, passou rapidamente (rotina: dias iguais...). Mas durante aquele tempo, a impressão é de que o tempo não passava...

           Para os que gozaram férias de uma semana, o tempo lá vivido, ao olhar para trás, passou muito lentamente (demorou a passar). Mas durante aquele tempo, a impressão é de que o tempo passou muito rápido...

São situações, exatamente, inversas! Portanto, pode-se concluir que o segredo para alongar o tempo é superar a rotina, procurando viver a antirrotina!

ALGUMAS DICAS, PARA COMEÇAR

Há várias dicas e sugestões que os especialistas dão para se dominar e controlar o tempo disponível. Qualquer uma delas pode ser adotada. Elas se complementam, se reforçam ou são independentes umas das outras. Ou, a partir delas, faça seu plano de domínio do tempo!

               (1) As tarefas são “importantes e urgentes” e “importantes e não urgentes”: listá-las de forma a que se encaixem, durante o dia, para que todas sejam feitas. “Bote as primeiras coisas primeiro”: acostumar-se a priorizar as atividades. Critério: o que é valioso e verdadeiramente importante na sua vida! Com base neste critério, são feitas as priorizações e as listas de tarefas. [SI: p.14-15]

               (2) Nosso cérebro costuma ficar atulhado de informações: liberar espaço torna-se muito importante! Anotar, analisar, organizar, refletir e fazer: sequência para liberar o espaço mental. Ao organizar, hierarquizar (ver Critério, acima) e decidir: fazer (se for rápida a tarefa), delegar, adiar ou jogar fora! Isto mesmo! Jogar fora tarefas não verdadeiramente importantes; – o que é valioso na sua vida?... [SI: p. 16]

               (3) Considere tarefas “circunstanciais”, além das “importantes e urgentes” e “importantes e não urgentes”: são aquelas que não são nem importantes nem urgentes. Para isto, sugere-se um software disponível em https://neotriad.com/planos (escolha o plano pessoal). Neste software, sugere-se: um planejamento “semanal” é mais eficaz que um planejamento “diário”; e começar pelas tarefas mais rápidas e fáceis é mais produtivo! [SI: p. 17]

               (4) Considere ainda a pergunta: “o que fazer hoje para tornar o dia de amanhã melhor e mais eficiente?”. A questão aqui é “criar” tempo, liberando tempo na agenda: automatizar algumas tarefas (por exemplo: contas no débito automático); delegar tarefas, se possível; avaliar se é realmente necessária ou se pode ser eliminada (jogada fora!); adiar alguma tarefa, se possível: uma procrastinação positiva – pois adiante, ela pode não mais ser necessária... [SI: p. 18]

               (5) Use marcadores para sinalizar as tarefas do dia, do mês e do semestre: uma bolinha, um ponto, um travessão. É a sugestão do site https://bulletjournal.com: usar um “Bullet Journal” ou “Quadro de Marcadores”, em tradução livre, para organizar tudo: metas, desejos, ideias, tarefas, eventos, notas, etc. É um método analógico: usa um caderno ou equivalente! Há um vídeo e muitas orientações no site indicado. [SI: p. 19]

               (6) Divida as tarefas, especialmente as mais longas, em pedaços: trabalhe em cada pedaço como um sprint (acelerada, disparada), focando no pedaço pelo período escolhido. Pode-se trabalhar, por exemplo, em sprints de uma semana. A cada pedaço pronto (mesmo se imperfeito) tem-se a impressão de progresso, de avanço, em menos tempo. Exemplo: para escrever um livro, faça sprints de capítulos; se for um idioma, faça sprints de uma lição ou um bloco. O período escolhido – diário, semanal, ou outro qualquer – deve ser avaliado após cada sprint, e modificado, se necessário. [SI: p. 21]

AUMENTANDO A EFICÁCIA DA APRENDIZAGEM

Normalmente, nossas tarefas passam por aprendizagem, particularmente por meio de leitura. Os especialistas indicam, então, em investir na leitura dinâmica: técnica que permite passar-se das 250-300 palavras por minuto (com compreensão de pelo menos 80%) para cerca de 450 palavras por minuto, o que economizaria ao leitor mais rápido cerca de 15 min a cada hora de estudo/leitura. O aplicativo SPRITZ (spritzinc.com), para smartphones, ajuda no exercício pelo método de apresentação na tela de uma palavra por vez, na velocidade escolhida pelo usuário. [SI: p. 22-27]

MAIS SAÚDE, MAIS PRODUTIVIDADE

Estresse e falta de sono são vilões da saúde e da produtividade. Superar a procrastinação – que é o adiamento de atividades chatas e banais para ficar com as que dão prazer no curto prazo (= dopamina na cabeça!)  – pode, também, muito contribuir para melhorar a produtividade. Para superar a procrastinação [SI: p. 30-33]:

(a)    Descubra a causa: pode ser TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) ou TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) – tratar!
(b)   Conte de 5 para 1: diante de uma tarefa difícil (ir para a academia): 5) pense na academia; (4) olhe em volta; (3) respire; (2) levante-se; (1) vá para a academia.
(c)    Divida uma tarefa em tarefinhas: leia duas páginas por dia, em vez de se obrigar a ler muito tempo; de grão em grão...
(d)   Crie recompensas significativas: se for cumprida uma tarefa, dê-se um presente – umas horas de filmes, por exemplo.

Superar os maus hábitos e adotar novos bons hábitos é mais um fator de aumento da saúde e da produtividade. Os maus hábitos nascem por uma noção negativa de que as pessoas têm de si mesmas. Mudar essa visão, por uma visão mais positiva ajudará na mudança de hábitos. Para esta acontecer, os entendidos sugerem, por exemplo, para reduzir as horas perdidas no smartphone [SI: p. 34-39]:

(i)    Identifique o loop (infinito) do mau hábito: o que o leva a tal perda de tempo?
(ii)  Descubra o gatilho (automatismo que dispara o mau hábito): o que despertou o desejo de abrir o WhatsApp?
(iii)  Teste uma nova recompensa: leia algo prazeroso; ligue para alguém que há muito deseja; ou resolva aquela pendência que não sai da cabeça;
(iv)  Faça um plano: o que funcionou mais (das novas recompensas acima)? Adote esse novo bom hábito; veja quanto já foi reduzido de seu tempo perdido.

ISTO NÃO É PERDA DE TEMPO

Algumas atividades humanas necessárias, no dia a dia, não são perda de tempo! Por isso, os especialistas alertam para não se querer economizar tempo em [SI: p. 40-45]:

           Sono: pelo menos 7 horas por dia são necessárias para um adulto! Menos que isto, cumulativamente, leva à perda de produtividade pela falta de atenção e problemas de saúde durante o dia, no trabalho. Para evitar a insônia pelo uso noturno do smartphone, recomenda-se um app: procure por “filtro de luz azul”.
                Atividade física: gera saúde e aumenta a disposição para encarar a rotina do trabalho, e para turbinar a agenda. Além disso, melhora o raciocínio, a aprendizagem e a capacidade de tomada de decisões. Os exercícios aeróbicos são os mais indicados.
             Meditação: chamado, aqui no Ocidente, de mindfulness (atenção plena), esta prática, consiste em redirecionar a atenção sempre que se esteja divagando, levando a mente para um foco de atenção: a respiração, um mantra, sons ao redor, ou o toque da pele na cadeira. Esse exercício ajuda a controlar a atenção e reduz a ansiedade.
               Ficar à toa: o devaneio ajuda no equilíbrio mental e estimula a criatividade, conforme testes psíquicos demonstraram. Portanto, ficar à toa, por alguns momentos, não deve ser fonte de ansiedade ou de sentimentos de culpa: faz parte da vida, é positivo!
                 Comer devagar: não se deve tentar economizar tempo na hora do almoço ou do lanche. Há formas de se gastar menos tempo – racionalmente –: preparar várias refeições para a semana ou usar receitas básicas que se possam metamorfosear em pratos diferentes. Um almoço lento, durante o expediente, ajuda descansar a cabeça – e contribui para a melhor produtividade.

MENOS É MAIS

Adotar a cultura minimalista que surgiu no final da Segunda Grande Guerra e visa a simplificar, desapegar-se, comprar menos, etc. Sugere-se o site theminimalists.com (em inglês). Para o aumento da produtividade, esses conceitos minimalistas são muito convenientes. Alguns exemplos [SI: p. 46-51]:

               Usar o mesmo tipo de roupa todo dia (supera a indecisão sobre o que vestir). Steve Jobs (fundador da Apple) costumava vestir-se, sempre, com blusa de gola preta combinada com jeans. Mark Zuckerberg (dono do Facebook) tem cerca de 20 camisetas de cor cinza.

               Esvaziar gavetas e armários, doar livros já lidos. Critério: identificar o que é importante; eliminar o resto...

               Fazer muitas coisas inclui, certamente, coisas desnecessárias: sobrecarga e estresse são o resultado.

               Simplifique a casa. Segundo Marie Kondo (a guru da arrumação radical), alguns passos para  simplificação e arrumação da casa:

(a)    Cerque-se de suas coisas favoritas: a vida flui melhor.
(b)   Presentes não precisam ser guardados: já cumpriram seu papel no momento em que foram dados. (Idem para: cartões, contas e papeis avulsos.)
(c)    Só duas categorias de papelada: urgente e arquivo (a ser usado no futuro).
(d)   Supérfluo vai para o lixo: o resto ganha vida nova!
(e)    Quando cada coisa tem seu lugar, nunca se perde mais nada.
(f)     Use apenas boas peças em casa: elimine a “roupa de casa”.

    Simplifique no trabalho. Segundo os especialistas:

(g)    Diminua o caminho da informação que chega: um único e-mail. E meia hora de atenção total por dia (incluindo as redes sociais: WhatsApp, etc.).
(h)   Faça uma única lista de tarefas e lembretes: defina quando realizar as mais importantes e tente diminui-la.
(i)     Foque apenas no que está à frente e ajuste um timer: o minimalismo não é multitarefa...
(j)     Adquira livros somente se for para lê-los, de fato! (Vale para a casa.)

11 APPs PARA GANHAR TEMPO

Usar a tecnologia a favor da produtividade é uma outra e última sugestão dos entendidos. Para tal, sugerem-se os seguintes aplicativos para smartphones: [SI: p. 60-61]:
(1)   Ubook (ubook.com): um Netflix sonoro.
(2)   Spritz (spritzinc.co): exercício de leitura dinâmica.
(3)   Pocket (getpocket.com): salva textos e links para ler depois.
(4)   Wally (wally.me): organiza as despesas de um jeito simples.
(5)   Zoom (zoom.com.br): economiza perda de tempo na pesquisa do melhor preço.
(6)   Asana (app.asana.com): organiza qualquer tarefa por meio de projetos.
(7)   Trello (trello.com): agenda virtual, compartilhável de forma rápida.
(8)   Google Keep (google.com.br/keep): bloco de notas digital (dá para gravar áudio).
(9)   Qualitytime (qualitytimeapp.com): para desligar o celular – mostra o tempo gasto com ele.
(10) Camscanner (en.ccint.compersonal-camscanner): celular vira scanner (com OCR).
(11) Pomodoro (Pomodoro Timer; Pomodrone [iOs]): divide a jornada em intervalos de 25 min.

POR MAIS ÓCIO NO SOFÁ

Para melhorar, ainda mais, a economia de tempo com as atividades domésticas – e sobrar mais tempo para o ócio (já visto como positivo!) – sugerem-se as várias dicas que podem ser encontradas com facilidade por pesquisa rápida na internet [SI: p. 62-65]:

(a)    Casa mais organizada: como dobrar camisas e lençol de elástico.
(b)   Cerveja gelada em 3 minutos.
(c)    Lavar a louça mais rápido.
(d)   Descongelar alimentos.
(e)    Procurar objetos pequenos.
(f)     Desentupir a pia.
(g)    Receitas de emergência.
(h)   Como dormir mais rápido e melhor.

CONCLUSÃO

Para controlar-se melhor o tempo disponível, tanto pessoalmente como na empresa, há muitas técnicas e dicas (nem todas com base cientifica) que podem ajudar muito no aumento da produtividade. Acima foram citadas, em resumo, as várias dicas e orientações publicadas na Revista Dossiê Superinteressante (junho/2018). Adotar umas ou outras das sugestões, certamente, haverá de contribuir para o aumento da produtividade. A escolha é pessoal e as sugestões podem ser combinadas, independentemente da fonte particular. Em geral, não se contrapõem nem se confrontam, mas têm muitas bases (empíricas) em comum.

Uilso Aragono (Jan. de 2019)

Quem sou eu

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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