sexta-feira, 30 de abril de 2021

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE JOÃO – PARTE IV

 Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. João. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

13. JESUS APARECE A MARIA MADALENA: Maria tinha ficado fora chorando junto ao túmulo. Enquanto ainda chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. Viu então dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus tinha sido colocado, um na cabeceira e outro nos pés. Então os anjos perguntaram: “Mulher, por que você está chorando?”. Ela respondeu: “Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”.  Depois de dizer isso, Maria virou-se e viu Jesus de pé; mas não sabia que era Jesus. E Jesus perguntou: “Mulher, por que você está chorando?” Quem é que você está procurando?”. Maria pensou que fosse o jardineiro e disse: “Se foi o senhor que levou Jesus, diga-me onde o colocou, e eu irei buscá-lo”. Então Jesus disse: “Maria”. Ela virou-se e exclamou em hebraico: “Rabuni!” (que quer dizer: Mestre). Jesus disse: “Não me segure, porque ainda não voltei para o Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: ‘Subo para junto do meu Pai, que é Pai de vocês, do meu Deus, que é o Deus de vocês’”. Então Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: “Eu vi o Senhor”. E contou o que Jesus tinha dito (Jo 20, 11 – 18) –   Este episódio é relatado também em Mateus (28, 9-10), com profusão de detalhes, e em Marcos (16, 9-11), embora, neste, de forma muito sucinta. Em Mateus, diferentemente de João e Marcos, Maria Madalena está acompanhada da “outra Maria”. É interessante notar que, antes de um grande acontecimento, os anjos costumam aparecer para prepará-lo. Aqui, os anjos aparecem a Maria Madalena antes que ela visse o Senhor, como que preparando-a para o grande encontro! Mas somente quando Jesus a chama por seu nome (“Maria”) é que ela é capaz de reconhecer o Senhor. No entanto, para que Jesus a chamasse pelo nome, ela teve a iniciativa de “procurar” o Senhor. Que nós tenhamos, também, esta iniciativa de procurar o Senhor e que possamos ouvir de sua boca o nosso nome... e, assim, possamos reconhecer claramente o Senhor Jesus!

 

14. JESUS ENTRA COM AS PORTAS TRANCADAS:  Era o primeiro dia da semana. Ao anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: “A paz esteja com vocês”. Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor (Jo 20, 19 – 20) – Este episódio, como o acima, é relatado também em Marcos (16, 14) e em Lucas (24, 36 – 43). A primeira palavra que Jesus dirige aos discípulos, depois de sua Ressurreição, é um desejo de que a “paz esteja” com eles. Por que esta preocupação de Jesus? Certamente porque todos os acontecimentos negativos vividos por eles lhes arrancaram a paz, que precisava ser restituída. Isto mostra como o Senhor sabe identificar nossas mais profundas necessidades. Eles precisavam de paz, para anular todas as angústias, os medos e as desilusões. A presença do Cristo Ressuscitado é a garantia de sua paz. Ao desejar aos discípulos a paz, Jesus, na verdade, deseja que eles (e nós, hoje) o acolham com fé e amor: Ele é a nossa Paz!

 

15. MUITOS ACREDITARAM ANTES DE TOMÉ: Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos disseram para ele: “Nós vimos o Senhor”. Tomé disse: “Se eu não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se eu não colocar o meu dedo na marca dos pregos, e se eu não colocar a minha mão no lado dele, eu não acreditarei”. Uma semana depois, os discípulos estavam reunidos de novo. Desta vez, Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: “A paz esteja com vocês”. Depois, disse a Tomé: “Estenda aqui o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda a sua mão e toque o meu lado. Não seja incrédulo, mas tenha fé”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”. Jesus disse: “Você acreditou porque viu? Felizes os que acreditaram sem terem visto” (Jo 20, 24 – 29) – Este episódio, somente narrado por João, é um testemunho magnífico de um discípulo que, como nós, talvez, teve dúvidas sobre a realidade da Ressurreição de Jesus. E ao ser confrontado com o Ressuscitado e ter visto e, provavelmente, colocado os dedos nas chagas de Jesus, cai de joelhos e reconhece sua incredulidade transformada em fé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Tomé duvidou por nós! Que nós creiamos com Tomé e testemunhemos como ele: “Meu Senhor e meu Deus!”. E as palavras de Jesus, citando aqueles que “acreditaram sem terem visto”, devem referir-se àqueles discípulos que acolheram Jesus no Domingo de Ramos, cheios de alegria e esperança, mas que foram surpreendidos pela prisão, pela flagelação e pela morte na cruz daquele que “vem em nome do Senhor”. Estes, também entristecidos, ao terem recebido dos apóstolos, durante uma semana, o testemunho de que Jesus estava vivo, certamente “acreditaram”, e mereceram ser lembrados por Jesus: “Felizes os que acreditaram sem terem visto”.

 

16. A PESCA MILAGROSA: Quando amanheceu, Jesus estava na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus disse: “Rapazes, vocês têm alguma coisa para comer?”. Eles responderam: “Não”. Então Jesus falou: “Joguem a rede do lado direito da barca, e vocês acharão peixe”. Eles jogaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, de tanto peixe que pegaram. Então o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor”. Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu a roupa, pois estava nu, e pulou dentro d’água. Os outros discípulos foram na barca que estava a uns cem metros da margem. Eles arrastavam a rede com os peixes. Logo que pisaram em terra firme, viram um peixe na brasa e pão. Jesus disse: “Tragam alguns peixes que vocês acabaram de pescar”. Então Simão Pedro subiu na barca e arrastou a rede para a praia. Estava cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de tantos peixes, a rede não se arrebentou. Jesus disse para eles: “Vamos, comam”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles. Fez a mesma coisa com o peixe (Jo 21, 4 – 13) – Este episódio, também exclusivo do evangelista João, mostra Jesus que, novamente sem a aparência conhecida pelos discípulos, procura desafiar a sua fé, desejando ser identificado apenas pelos “sinais” realizados no meio deles: a pesca milagrosa; a rede que não se arrebenta e a própria aparência diferente de Jesus. Esta, podendo significar que, depois da Ressurreição de Jesus, seu rosto não terá tanta importância quanto a fé na sua Ressurreição e na sua presença conosco “até o fim dos tempos”. Por isso, o rosto de Jesus, representado por tantas e variadas pinturas e obras de arte, ao longo da história, embora diferentes entre si, são imediatamente reconhecidas pelos crentes como o Cristo Ressuscitado!

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Uilso Aragono (Abr. 2021)

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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