sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

UMA HOMILIA DE NATAL - 2022

 

(Reflexão baseada nos textos da liturgia do dia: Is 52 7-10; Sl 96(97); Hb 1, 1-6; Jo 1, 1-18.)

A celebração do nascimento de Jesus é um momento marcado por fortíssimos significados e consequências nas dimensões religiosa, humana, social e política. 

Uma visita importantíssima

O Natal do Senhor Jesus é o momento em que se dá a “plenitude dos tempos”, em que os anjos descem do Céu para cantar glórias e louvores ao Senhor, pelo Seu nascimento, que nos causa, a todos, muita alegria. Devemos, sim, também nós, cantar ao Senhor por tão grande benefício concedido a nós, pobres mortais, humanos e tão inclinados ao pecado!

Para tornar mais concreta essa visita – que hoje tem somente a dimensão espiritual – os cristãos, em geral, preparam-se espiritualmente e preparam um local em sua casa, ou na igreja, onde seja representado o “Presépio” de Jesus. Essa representação artística – iniciada, conforme as informações históricas, pelo nosso querido S. Francisco de Assis – tem o objetivo de tornar mais palpável, mais sensível, mais próxima a realidade do nascimento de Jesus, que, embora tenha acontecido há mais de 2000 anos, continua a lançar seus reflexos até hoje nos corações e mentes cristãos.

Já a ceia natalina, realizada na noite da véspera do dia de Natal (que antigamente ocorria depois da meia-noite), é o momento em que os cristãos se encontram em família, para celebrar e comemorar, como irmãos de fé e de caminhada, aquele momento mágico, sublime e histórico em que Jesus, nascendo de forma milagrosa, da Virgem Maria, concretiza a promessa de Deus: faz-se menino, humanizando-se, para que nos sentíssemos mais amados por Ele, porque agora nossa humanidade era santificada e como que “divinizada”.

Uma visita que traz dons preciosos

Essa visita do Deus que se faz menino traz consigo o dom do consolo. Sim, por meio da vinda do Deus-feito-homem, a humanidade recebe o “consolo” diante de tantas barbaridades e injustiças comuns no meio dos povos. Por meio do povo de Deus do antigo Testamento – o povo judeu – o Senhor se aproxima de cada um de nós (e não somente de cada um daqueles do tempo histórico do nascimento de Jesus) e nos consola: uma nova era de amor, de verdadeiro relacionamento com Deus e entre os homens, está se avizinhando! É o Sol nascente que nos veio visitar!    

O “Principe da Paz”, Jesus, nosso Senhor, profetizado por Simeão na sua apresentação no Templo de Jerusalém, traz consigo o dom da verdadeira paz. Aquela paz que Ele explicará quando adulto: “Eu vos deixo a paz; Eu vos dou a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo”. Os cristãos irão aprender e vivenciar esse tipo de paz, que, de fato, não é a paz conhecida do mundo, mas uma paz completa, verdadeira e divina.

O Natal nos traz um bem que supera todos os bens do mundo! É o bem maior da presença real de Deus no meio dos homens. É o bem maior da fé no mundo celestial, no mundo dos reconciliados com Deus. É o bem maior do amor verdadeiro, agora sendo testemunhado por um menino que cresce entre nós; e já como adolescente encanta os doutores da Lei com sua sabedoria divina que os deixa embasbacados. É o bem maior da esperança renovada em um mundo, aqui e agora, que pode ser marcado pela bondade, pela simplicidade, pela verdade e, sobretudo, pela esperança de um mundo ainda melhor e mais pleno: a vida eterna em Deus!

 E o Natal nos traz, ainda, e, principalmente, o resgate de toda a humanidade, que estava escrava do pecado e do Tentador, e, agora, pode acreditar na certeza de que, livre das ameaças do pecado e da morte eterna, pode caminhar reconciliada com Deus, com a natureza e com consigo própria. O Natal é a celebração do Deus que se humaniza para que a humanidade como que se divinize. 

Não visita só nossa casa, mas toda a vizinhança

A Encarnação do Deus Filho em Jesus de Nazaré, não é uma visita apenas ao povo judeu – o Povo da Aliança –, mas a toda a humanidade! Ele não nos visita apenas a nós, em nossa casa, durante o Natal, mas visita também toda a vizinhança! Embora Deus-menino tenha nascido para todos nós, nem todos o aceitaram naquele momento histórico e nem todos o aceitam ainda hoje. “O Verbo estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dele – mas o mundo não quis conhecê-lo. Veio para o que era seu, e os seus não o acolheram. Mas a todos os que o receberam, deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 10-12a). A chave da felicidade está nisto: aceitar que Jesus seja o verdadeiro Filho de Deus que veio ao mundo para nos resgatar do pecado e da morte eterna. 

Deus mostra seu rosto humano: de paizinho, de mãe, de amigo

No Menino Jesus, Deus já nos mostra seu rosto humano. Um rosto que se revelará, na vida adulta, um rosto divino-humano cheio de carinho, um rosto de “paizinho”, um rosto de “mãe”, sempre preocupada com seus filhos, um rosto de amigo: “Já não voz chamo servos, mas meus amigos”. Mas já na infância, na adolescência e na juventude Jesus terá mostrado para José e Maria e para todos os que tiveram a graça de conviver com Ele, um rosto delicadamente e suavemente iluminado, a ponto, pelo menos, de que aqueles que tivessem um coração aberto a Deus perceberiam a manifestação divina no meio de deles, como fizeram os magos que O visitaram logo depois de seu nascimento na gruta de Belém. 

Jesus se mostra como a Palavra de Deus e a Luz do mundo

O Apóstolo João Evangelista declara em seu Evangelho: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). O Verbo também é traduzido como Palavra: A Palavra de Deus de fez carne... Jesus nascendo em Belém, o Natal do Senhor, é um grande mistério e um grande milagre que nos trazem a certeza de Deus nos ama e nos quer bem. Na vida adulta Jesus nos ensinará tantas verdades desconhecidas sobre Deus. E uma delas é que Ele quis fazer-se gente como nós, para nos ensinar a viver fraternalmente e para iluminar nossos caminhos a cada dia: “Eu sou a Luz do mundo” dirá mais tarde. Quem viver iluminado pela Luz que é Jesus, não andará nas trevas, mas “terá a luz da vida”. 

Quem aceita o Deus encarnado, aceita a vida plena.

Finalmente, quem aceita o Deus encarnado em Jesus, aceita a promessa da vida plena! Acolhe seus ensinamentos, sua pessoa, suas promessas, sua ressurreição. Passa a viver sob sua Luz e nos seus caminhos, cheio de esperança e animado pelos dons celestiais (graças) que dEle advêm, especialmente se se une a todos os que também o aceitam e querem viver em assembleia ou comunidade de cristãos (em Igreja), pois como Ele mesmo ensinou: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, lá estarei Eu no meio deles”.  

Conclusão:

A celebração do Natal nos faz relembrar e reviver uma visita única e maravilhosa: a visita de nosso Deus sob forma de um menino que, quando crescido, nos mostra a face do próprio Deus: uma face de paizinho de mãe e de amigo. Além de nos trazer muitos dons – consolo diante de tantos males, a paz verdadeira (que é Ele próprio), os bens espirituais do amor, da fé e da esperança, e o resgate de nossa escravidão do pecado – Ele se apresenta como a palavra definitiva do Pai, que nos orienta como verdadeira luz para a humanidade. Quem aceita acolher esse Deus humanado em sua vida, em seu coração, não tem como não se tornar uma pessoa iluminada, consolada e cheia de esperança numa vida plena, já aqui, em comunidade de fé, embora, sobretudo, na vida celestial, na vida que não tem fim, junto d’Ele, na casa do Pai.

Uilso Aragono. (dez. de 2022)

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

O PRIMEIRO PRESÉPIO: UM CONTO NATALINO*

A neve cobria com seu alvo manto a pequenina cidade de Greccio, no centro-sul da Itália. Os sinos repicavam festivamente, anunciando a noite de Natal. Todos os habitantes, camponeses em sua maioria, encontravam-se reunidos em torno de São Francisco de Assis, que procurava explicar-lhes o mistério do nascimento do Menino-Deus. Eles ouviam com respeito, mas... não davam mostras de terem realmente compreendido. 

Que fazer? São Francisco procurou um modo mais didático de explicar aos iletrados aldeões a história do Natal. Mandou trazerem-lhe uma imagem do Menino Jesus, uma manjedoura, palhas, um boi e um burro. Os campônios entreolharam-se, surpresos, mas providenciaram tudo sem demora. Em pouco tempo, o Santo compôs a cena: no centro, a manjedoura (ou cocho, um comedouro para animais) com as palhas; no fundo, os dois pacíficos animais. Faltava apenas a imagem do Menino Jesus. 

Com grande devoção, São Francisco tomou-a nos braços, para depositá-la na manjedoura. Dá-se então um grande prodígio! Ante os olhos maravilhados de todos, a imagem toma vida e o Menino sorri para São Francisco. Este abraça ternamente o Divino Infante e deita-O sobre as palhas da manjedoura, enquanto todos se ajoelham em atitude de enlevada adoração. O Menino-Deus sorri uma vez mais e abençoa aqueles camponeses ali prostrados a seus pés. Poucos instantes depois, havia sobre as palhas uma simples imagem inanimada... 

Mas na alma de todos permaneceu a recordação viva do Menino Jesus. Ele lhes havia sorrido! A partir de então, o povo de Greccio montava todos os anos o "presépio de São Francisco", na cândida esperança de que o milagre se renovasse. Não foram iludidos em sua esperança. Embora a imagem não mais tomasse vida, a Virgem Maria lhes falava especialmente à alma nessas ocasiões, com graças sensíveis. 

Só para os aldeões de Greccio? Não! Em todos os presépios do mundo está presente o Menino Jesus – com Maria, sua Mãe, e São José – à espera apenas de que nos acerquemos para, também nós, recebermos um sorriso e uma bênção. É justamente por esse motivo que se espalhou por todo o universo católico o costume de montar presépios por ocasião do Natal.

 *Extraído do folheto “É Natal” distribuído pela Associação Rainha dos corações (www.mariarainha.org.br).

Uilso Aragono (dez. 2022)

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A MÍSTICA DO NUMERO TRÊS

 O número três (03) é um número muito interessante e curioso! Em termos da produção de textos ou discursos, encontram-se muitos exemplos que mostram sua divisão em três partes.  E muitas áreas da vida social encontram-se divididas em três partes. Como católico que sou, inicio com o exemplo da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. E esse Deus trino ou trindade talvez seja a origem da mística do número três. É como uma marca de Deus, ou uma assinatura dEle, deixada na natureza.

Os exemplos abaixo estão divididos em três partes! Exemplos nos textos escritos, na sociedade humana e na natureza.

1. O número três nos textos

 Quando são preparados textos (redação, discursos, relatórios, homilias, etc.), ocorre muitas vezes que tais escritos podem ser divididos em três partes suficientes (e não mais). Algumas homilias do Papa Francisco, proferidas nas missas na Casa Santa Marta, no Vaticano, e recolhidas em cinco volumes, como pode-se conferir na referência abaixo (livro: A Felicidade se aprende em casa), encontram-se esquematizadas em três partes.

 Na homilia “Sem a Mãe Igreja, não podemos ir avante”, o Papa afirma: “Paulo sublinha três palavras fortes: diz que Jesus aprendeu, obedeceu e padeceu”.

 Em outra homilia, “Corrigir com amor”, o Papa orienta aqueles que queiram corrigir o irmão, que errou, por meio de três gestos: 1) “Tomá-lo à parte, com mansidão, com amor e falar com ele”; 2) “Em segundo lugar, é preciso falar a verdade”; 3) “O terceiro ponto é corrigir com humildade”.

 Em mais uma homilia, para fechar esses exemplos, intitulada “Jesus não fala da cátedra”, ensina o Papa que Jesus é “alguém que reza (1), que escolhe as pessoas (2) e que não se envergonha de estar perto das pessoas” (3). E há muitos outros textos, somente nesse primeiro volume, que contêm uma homilia tripartite. – É muito interessante! E isso sirva de exemplo para aqueles que se aventurem a escrever textos: procurem, antes de escrever propriamente o texto, esquematizá-lo buscando, inicialmente, se o tema pode ser dividido em três partes (ou três capítulos, ou três aspectos, ou três momentos, etc.). Se aparecerem mais do que três, tudo bem. O importante é que, na tentativa de esquematizar o texto, podem surgir três tópicos que sejam totalmente suficientes para a explanação do conteúdo.

 Enfim, esses primeiros exemplos são muito significativos

 2.  O número três na sociedade humana

Agora serão apresentadas várias situações na sociedade humana em que o número três esgota totalmente as possibilidades associadas a cada uma delas. Estarão listados abaixo, sucintamente, vários exemplos:

1)     Governo: instâncias Federal, Estadual e Municipal.

2)     Poderes da República: Legislativo, Executivo e Judiciário.

3)     Governantes: Presidente, Governador e Prefeito.

4)     Universidades: Departamentos, Centros e Reitoria.

5)     Corpos universitários: Docente, Discente e Administrativo.

6)     Família: pai, mãe e filhos.

7)     Ordens sacramentais da Igreja: Diácono, Padre e Bispo.

8)     Corpo humano: corpo, alma e espírito (ou mente).  

9)     Níveis de ensino: fundamental, médio e superior.

10)  Pós-graduação: especialização, mestrado e doutorado.

11)  Forças armadas: Exército, Marinha e Aeronáutica.

12)  Aviação: aviação geral (pequenos aviões), aviação comercial e aviação militar.

13)  Jesus: Caminho, Verdade e Vida.

  

           3.  O número três na natureza

Finalmente, em relação à natureza, podem ser identificadas as seguintes situações que também se dividem em três partes. Alguns exemplos, aos quais o leitor poderá adicionar outros tantos:

        1)   Corpo físico: cabeça, tronco e membros.

2)    Sistema solar: Sol, planetas e satélites (luas).

3)  Terra: continentes, países e Estados (ou províncias, condados, etc.)

4)     Espaço sideral: Galáxias, estrelas e sistemas solares.

5)     Reinos: mineral, animal e vegetal.

6)     Seres vivos: Ordem, Classe e Espécie.

7)     Animais de sangue frio: peixes, répteis e anfíbios.

8)     Mamíferos: Monotremados, Placentários e Marsupiais.

 

Conclusão:

A mística do número três é realmente interessante, curiosa e fascinante! É como que uma assinatura do Deus criador deixada na natureza, na sociedade humana e nos textos. Várias situações, sistemas, organismos, etc., podem ser divididos em três partes. Os exemplos acima não esgotam as possibilidades, que são muitas. O leitor poderá identificar vários outros exemplos mediante uma pequena reflexão.

Referência: BERGOGLIO, Jorge Mário (Papa Francisco). A felicidade se aprende a cada dia: homilias proferidas na Casa Santa Marta. Paulinas, 1ed. São Paulo, 2017.

Uilso Aragono (out. de 2022)

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

ESQUEMATIZAÇÃO DE UMA HOMILIA DO PAPA FRANCISCO: (Para conhecer Jesus é preciso rezá-lo, celebrá-lo e imitá-lo)

 O texto de hoje refere-se a uma esquematização (ou plano de redação, ou estrutura textual) feita a partir de uma homilia do Papa Francisco (referência abaixo). O esquema ajuda a esclarecer o leitor sobre a interpretação do texto (homilia) em foco. E ajuda àqueles que se interessem por redação a entender como um texto, bem escrito, bem elaborado (mesmo que tenha sido originalmente produzido de forma oral e não lido, como é o caso) sempre terá um esquema associado, que pode ser extraído por quem o lê. Abaixo pode-se ler o texto completo associado ao possível esquema ou plano da redação.


TEMA: JESUS CRISTO

DELIMITAÇÃO DO TEMA: COMO CONHECER JESUS

TÍTULO: PARA CONHECER JESUS É PRECISO REZÁ-LO, CELEBRÁ-LO E IMITÁ-LO

OBJETIVO: Mostrar que para conhecer Jesus, não é suficiente (embora necessário) um estudo puramente intelectual sobre a figura de Jesus. Há que se recorrer ainda a três recursos: a oração, a celebração e a imitação. (Este objetivo deve ser entendido como aquilo que o produtor do texto tem em mente como um guia para o texto a ser escrito. Não necessariamente entrará no texto final.)

INTRODUÇÃO:

Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Conhecer Jesus é o trabalho mais importante da nossa vida. Mas como podemos conhecer Jesus? Alguém dirá: Estudando, padre. Deve-se estudar muito! É verdade! Devemos estudar o catecismo, é verdade. Mas o estudo sozinho não basta para conhecer Jesus.

(DESENVOLVIMENTO:)

1. Estudar sobre Jesus não é suficiente

         1.1 É uma fantasia

            Alguns têm esta fantasia de que as ideias, só as ideias, nos              levarão ao conhecimento de Jesus. Também entre os primeiros         cristãos alguns pensavam assim. E no fim ficaram presos nos             seus pensamentos.

 1.2 Pode ser um labirinto

As ideias sozinhas não dão vida, e quem vai por esse caminho só de ideias acaba num labirinto e não sai mais!

 1.3 É a base das heresias

           É por isso que desde o início da Igreja há heresias. As heresias            são isto: procurar compreender só com a nossa mente e com a           luz da razão quem é Jesus Um grande escritor inglês (Gilbert            Keith Chesterton, 1874-1936) dizia que a heresia é uma ideia             que ficou louca. É assim! Quando as ideias estão sozinhas,                   ficam loucas... Esse não é o caminho.

     2. Para conhecer Jesus é preciso abrir três portas:

2.1 A oração

Primeira porta: rezar Jesus. Sabei que o estudo sem oração não serve. Rezar Jesus para melhor conhecê-lo. Os grandes teólogos fazem teologia de joelhos. Rezar Jesus! E com o estudo, com a oração aproximamo-nos um pouco... Mas sem oração nunca conheceremos Jesus. Nunca, nunca!

 2.2 A celebração

Segunda porta: celebrar Jesus. Não basta a nos oração, é necessária a alegria da celebração. Celebrar Jesus nos seus Sacramentos, porque ali nos dá a vida, nos dá a força, nos dá o ali mento, nos dá o conforto, nos dá a aliança, nos dá a missão. Sem a celebração dos Sacramentos não chegamos a conhecer Jesus. Isto é próprio da Igreja: a celebração.

 2.3 A imitação

          Terceira porta: imitar Jesus. Tomar o Evangelho: o que ele fez,           como era a sua vida, o que nos disse, o que nos ensinou, e                  procurar imitá-lo.

 2.4 Significado dessas três portas

          Entrar por essas três portas significa entrar no mistério de                 Jesus. Só se somos capazes de entrar no seu mistério podemos          conhecer Jesus. Mas é preciso não ter medo de entrar no                     mistério de Jesus. Isso significa rezar, celebrar e imitar. E assim          encontraremos o caminho para ir à verdade e à vida.

CONCLUSÃO:

Podemos hoje, durante o dia, pensar em como vai a porta da oração na minha vida: mas a oração do coração, não é aquela do papagaio! A do coração, como vai? Como vai a celebração cristã na minha vida? E como vai a imitação de Jesus na minha vida? Como devo imitá-lo? Verdadeiramente não te recordas? Porque o Livro do Evangelho está cheio de pó, porque nunca é aberto! Pega o Livro do Evangelho, abre-o e acharás como imitar Jesus! Pensemos nessas três portas, como estão na nossa vida, e nos fará bem a todos.

Referências:

     a) Liturgia do dia: Atos dos Apóstolos 13,26-33; Salmo 2; Evangelho de São João 14,1-6.

               b) Livro: BERGOGLIO, Jorge Mário (Papa Francisco). A felicidade se aprende a cada dia – homilias proferidas na Casa Santa Marta: março 2014 a junho 2015. Paulinas, S. Paulo, 2017, pp. 86-7. (Para conhecer Jesus é preciso rezá-lo, celebrá-lo e imitá-lo, 16 de maio de 2014)

Uilso Aragono (set. 2022)

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

10 PENSAMENTOS ILUMINANTES PARA O MÊS II

 1) Os elos de afinidade e amor precisam ser construídos e cultivados diariamente. O amor não se apaga, mas pode esfriar (Pe. Luis Erlin).

2) "Não se preocupe tanto em dizer 'eu te amo'. Procure viver o 'eu te amo'" (Uilso Aragono).

3) "Antes de apontar os defeitos dos outros, olhe-se no espelho e veja a própria alma. Será que somos tão essenciais quanto imaginamos?" (Pe. Luís Erlin, cmf).

4) "Tudo que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os Profetas" (Jesus em Mt 7,12).

5) "Trabalhai como se tudo dependesse de vós. Confiai como se tudo dependesse de Deus" (Santo Inácio de Loiola). 

6) "Coração alegre, bom remédio; um espírito abatido seca os ossos" (Provérbios 17,22).

7) "Obrigado, Senhor, por todas as graças e bênçãos que recebemos a cada dia, pois sem elas nada somos, nada podemos!" (Uilso Aragono).

8) "Quando as coisas parecerem fora do eixo, concentre-se em oração e repita sem cessar o nome de Jesus, pois este nome tem o poder de acalmar a nossa alma" (Pe. Luís Erlin, cmf). 

9) "Paciência... Ah, santa Paciência!... Se todos a possuirmos tudo irá bem! Amém!" (Uilso Aragono).

10) "Não tenha medo ou vergonha de admitir ao outro que você precisa dele. O orgulho muitas vezes nos impede de nos sentirmos amados" (Pe. Luís Erlin, cmf). 

domingo, 31 de julho de 2022

O PLANO DE DEUS PARA NÓS

Este texto visa a mostrar que Deus tem um plano coletivo, para toda a humanidade, mas também um plano individual, para cada um dos que aceitam tornar-se filhos de Deus. E que é através da realização do plano individual que o grande plano universal toma forma.

 1. INTRODUÇÃO.

Todos temos planos na vida: de viagens, de estudos, profissionais, familiares, políticos, etc. E valorizamos muito esses planos de tal forma que eles venham a realizar-se. Essa valorização se expressa pela preparação: economias feitas, planejamento detalhado, busca das informações necessárias, etc.

Mas Deus também tem seus planos: para o mundo e para cada um de nós! Conhecer o plano de Deus para nossa vida pode ser uma boa orientação. Quem mais sabe sobre nós do que Aquele que nos criou e que nos sustenta na vida?

No entanto, alguém pode questionar-se: será que Deus tem realmente um plano para a minha vida? A resposta parece óbvia. – Se nós nos preocupamos com a vida futura de nossos filhos, por que Deus não o faria em relação a nós, que somos verdadeiramente seus filhos?

Para que conheçamos o plano de Deus para nossa vida, deveremos prestar atenção às manifestações dEle – na Palavra Sagrada, na Igreja, nos amigos, no sopro do Espírito...

 

2. OS PLANOS DA HUMANIDADE AO LONGO DA HISTÓRIA.

Os homens sempre buscaram conforto, poder, felicidade. São objetivos bons, em tese. No entanto, sabe-se que um plano é constituído não só por objetivos, mas também por meios para alcançá-los. E, normalmente, fazem-se as seguintes perguntas, com relação aos meios: Como fazer? Quando fazer? Com quem fazer?

E é justamente na tentativa de responder a essas perguntas que podem esconder-se as causas das desgraças humanas: uso de drogas (e são tantas, hoje me dia!), consumismo (compra-se porque está na promoção, não porque seja necessário), pornografia (busca neurótica do prazer e descontrole da própria sexualidade), status (o importante é parecer ser alguém e não ser de fato), para não falar no matar para abrir caminhos para a realização dos seus planos...

Infelizmente, alcança-se o contrário: drogas amargas; consumismo frustrante; pornografia degradante; status aparente; processo criminal... E nossos planos vão por água abaixo!

Por que acontece isso? Porque esses meios utilizados estão baseados no egoísmo, na falta de amor, na ausência de Deus. E só Deus pode saciar plenamente o homem. Sto. Agostinho já escrevia: Minha alma não descansa enquanto não encontrar meu Senhor.

 

3. O PLANO DE DEUS EM FAVOR DOS HOMENS.

 Deus não estava satisfeito com a confusão que os homens criaram: objetivos bons; meios ruins. O meio por excelência para atingir os bons objetivos deveria ser o amor a Deus, ou o “temor de Deus”, nas palavras bíblicas, que deve ser entendido como um grande horror em não agradar ou em ofender a Deus!

Chamou Abrão e fez um trato com ele – daí novo nome do Pai da fé:  Abraão! Dar o nome a alguém (como os pais assim fazem com seu filho) tem duplo significado no entendimento bíblico-judaico: a autoridade sobre o nomeado e a missão a ele consignada. E Abraão cumpriu sua missão e obedeceu fielmente a Deus, como por Este esperado.

E Deus prometeu e fez dos filhos e descendentes de Abraão o seu Povo, como uma bênção, um presente divino, a Abraão. E em continuidade, na história, enviou profetas para educar esse Povo, ensinando-o a escutar e a prestar atenção à vontade de Deus.

Como os profetas não eram muito bem acolhidos e até mesmo rejeitados, enviou Deus o seu Filho único – como numa cartada decisiva! E constituiu a Igreja, para fazer da humanidade inteira o seu novo Povo.

 

4. ALGUMAS REFLEXÕES.

É Deus quem toma a iniciativa: Ele chama, Ele vem em socorro, Ele tem um plano. Um plano de amor, de felicidade, de realização pessoal para seus filhos. Deus quer o bem de todos, embora saiba que, com a liberdade concedida a cada um desses seus filhos, muitos poderiam lhe dizer um sonoro não, pelo pecado.

Por isso, o plano de Deus para nós não é um destino. Não! Por nossa liberdade, nós podemos, de fato, decidir nossos rumos: sim ou não, ao próprio Deus; que, no entanto, espera que cada um possa ser agradecido e tenha fé, como Abraão, para contribuir efetivamente para um mundo conforme o plano de Deus.

Como descobrir o plano de Deus para a minha vida? – abrir o coração, a mente; escutar, prestar atenção a 'Jesus': "Não se faça a minha, mas a vossa vontade (...)".

É importante o plano de Deus para nossa vida. Através dele se concretiza o plano para a humanidade. Como um grande exemplo temos São Paulo, que caiu do cavalo... o que significou para o mundo?... Para o Cristianismo? Para a Igreja de Cristo?

 

5. CONCLUSÃO

Que o plano de Deus para a humanidade – criada por Ele por amor e para o amor – possa realizar-se efetivamente por meio da vida de cada de nós. E que, particularmente, pela realização do Plano Salvífico em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, por meio do novo Povo de Deus, que é a Igreja, Deus revele de forma definitiva, o seu belíssimo plano de Amor para todos os homens e mulheres.

Uilso Aragono. (julho de 2022)


quarta-feira, 29 de junho de 2022

A EUCARISTIA: SACRAMENTO DO AMOR

Eucaristia tem o significado de “ação de graças”. É, portanto, um sacramento em que o fiel cristão, ao vivenciá-lo, dá graças a Deus por todos os Seus benefícios, especialmente pela entrega de Seu Filho Jesus Cristo ao sacrifício da cruz por nossa salvação, pela vida nova que nos proporcionou e nos proporciona.

Teologicamente

               É o maior sacramento dos sete existentes na Igreja Católica Apostólica Romana. É o sacramento do Amor, da entrega, do serviço, da vida plena. É a maior união mística e corpórea possível entre o fiel cristão e nosso Senhor Jesus Cristo. É o Cristo que se entrega a nós, num pedaço de pão – que é Ele mesmo! –, para nossa salvação, nossa santificação e para a salvação e santificação do mundo, por meio de nós, cristãos. Sim, a Igreja é, também, sacramento de salvação para o mundo, por meio da Eucaristia!

               A Eucaristia é o pão vivo descido do Céu (Jo 6, 48-51). É o sacrifício definitivo oferecido a Deus em nome da Nova Aliança com Seu Povo – o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

               É a presença real e verdadeira de Jesus nas espécies de pão e de vinho, através da denominada “transubstanciação”: as aparências de pão e de vinho permanecem, mas sua substância, após a consagração pelo sacerdote, passa a ser a de Jesus Cristo. E isto se tem verificado – por bondade do Senhor – ao longo dos séculos da vida da Igreja, por meio dos chamados milagres eucarísticos, dos quais o de Lanciano, na Itália, desde o século VIII, é dos mais conhecidos e admiráveis.

           Finalmente, a Eucaristia é a essência da Missa: a manifestação gloriosa da morte e da ressurreição do Senhor Jesus. É a quintessência do Cristianismo, o centro da vida cristã. É um grande milagre em cada Missa!

Vivencialmente

        A Eucaristia, do ponto de vista da vivência cristã, é a comunhão com Cristo e com os irmãos. É alimento para o corpo e a para a alma. Há muitos relatos de cristãos – nem todos declarados santos da Igreja – que viveram anos sem outro alimento senão a Hóstia (que quer dizer “a vítima”), senão a Eucaristia. E é a alma, isto é, a vontade, a coragem, a força e o testemunho, que mais se beneficiam, normalmente, da comunhão eucarística.

        A Eucaristia sacia nossas mais profundas carências humanas e espirituais. Tornamo-nos sacrários vivos e ambulantes, após recebermos a comunhão. Não seria necessário, a rigor, ajoelharmo-nos após a comunhão, pois o Cristo vivo está dentro de nós, cristificando-nos, santificando-nos...

               A Eucaristia é a própria Missa, também chamada de Santa Eucaristia, que nos renova e nos envia, como missionários, a cumprir a vontade de Deus na vida cotidiana: a sermos “sal e luz do mundo”, como o próprio Cristo!

 

Condições para se receber a Eucaristia

Uma condição fundamental para que recebamos a Comunhão (ou a Eucaristia) com eficácia espiritual é termos fé na presença real e verdadeira do Cristo Jesus nesse sacramento. E ter fé, em qualquer amplitude, é fruto da busca pessoal de Deus e, ao mesmo tempo, é dom gratuito desse mesmo Deus que nos ama e que nos quer atrair a Ele.

Para bem recebermos a Eucaristia, devemos também estar buscando a conversão a cada dia, pela oração, pela busca da santidade e pelo exercício da confissão auricular (confissão sacramental) frequente (o que depende da consciência e da prática religiosa de cada um), o que nos ajudará, por sua vez, no aperfeiçoamento dessa conversão diária.

É também estarmos desejosos de louvar e agradecer a Deus (Eucaristia é “ação de graças”) por todos os Seus benefícios: nossa própria vida – sustentada pelo Seu “sopro” –, nossa saúde física e espiritual, nossa paz interior e nossos bons relacionamentos familiares e sociais.

É estar na amizade com Deus, isto é, em “estado de graça”, o que só é possível, verdadeiramente, após uma boa confissão sacramental, onde se busque, sinceramente, o perdão e a penitência correspondente: “Vá primeiro reconciliar-se com seu irmão (...)”. Mas é bom e reconfortável recordarmo-nos de que a Eucaristia perdoa os pecados leves que talvez, desde a última Confissão, possamos ter cometido.

É querer ouvir e acolher a Palavra de Deus: Cristo é a Palavra definitiva pronunciada pelo Pai para cada um de nós. E é na Missa, de forma particular e magnífica, na mesa da Palavra, que se pode mais bem acolher a Palavra de Deus, recebendo-a como verdadeira “comunhão”, pois Cristo é, também, o Verbo, a Palavra de Deus!

Finalmente, uma última condição, é o desejo sincero de comunhão fraternal com os irmãos em Cristo. É o desejo de reconciliação com aqueles com os quais ainda tenhamos quaisquer rusgas e desentendimentos.

Conclusões

               Viver a Eucaristia, o Sacramento do Amor, é, portanto:

·        Viver a fé no Cristo Vivo;

·        Alimentar-se do corpo e do sangue de Cristo, tornando-se um com Ele;

·        Curar-se física e espiritualmente;

·        Obter e vivenciar verdadeiras paz e felicidade;

·        Ter a garantia da viva eterna em Cristo, nosso Senhor!

               Que busquemos, a cada dia, com sinceridade e fé, nossa santidade pessoal por meio da vivência do belíssimo e maravilhoso Sacramento da Eucaristia!

Uilso Aragono (jun. de 2022).

segunda-feira, 30 de maio de 2022

PATERNIDADE RESPONSÁVEL

 Todo filho é adotivo! E todo pai só se faz pai de verdade à medida que adota seu filho. Adotar significa: acolher como filho; reconhecer que ele merece uma boa parte do nosso tempo pare ele; dedicar a ele uma relação de amor, isto é, compreensão, respeito às suas fases de vida, carinho e atenção.

Ninguém aprende a ser pai ou mãe

Devemos reconhecer, enquanto pais, que não aprendemos, não fomos “ensinados” e nem “treinados” para ser pais; não existem cursos para pais. Isto nos deve levar a ter muita humildade na vivência da paternidade, já que não temos “diploma de pai”.

Nossa experiência de pais nos deve levar a buscar a aprendizagem, a cada dia, como quem aprende uma coisa nova! Para isso, devemos manifestar interesse! Interesse pelo assunto “ser pai”. Buscar boas leituras, palestras, e bons vídeos, hoje facilmente encontráveis nos canais do Youtube, por exemplo.

E na prática – como um autodidata –, procurar desenvolver o espírito de observação crítica, perguntando-se sempre:  o que é melhor para meu filho?

Estar preparado e ter disposição para recomeçar a qualquer tempo. Experimentar técnicas e sugestões aprendidas nos vídeos, leituras e palestras vivenciados.

E, como Salomão, pedir o dom da sabedoria divina nessa árdua e desafiante missão de ser pai. Para isso, não podemos esquecer e, menos ainda, negligenciar a oração diária, a vivência dos sacramentos da Igreja, tanto na dimensão pessoal quanto nas dimensões conjugal e familiar.

Coisas importantes

Sobre a educação sexual, tema candente e complicado, há que se perguntar: em que ambiente, preferencialmente, devem os filhos aprender? Por ser um assunto da intimidade da vida das pessoas, não há dúvidas de que o melhor ambiente é a casa, é na família, e não na escola, e muito menos na rua.

Quanto à educação religiosa, igualmente é na família que deve acontecer. E nesse caso, o exemplo dos pais é fundamental para a boa educação religiosa dos filhos. Se os pais vivenciarem a vida religiosa, a participação na igreja, na comunidade eclesial, os filhos naturalmente terão a oportunidade de muito aprender e se interessar por esse aspecto tão importante na vida das pessoas.

O falecido padre, médico, psicólogo e escritor João Mohana, grande personagem brasileiro nascido em 1925, em Bacabal, no Maranhão, ensinava que os pais, para bem educarem os filhos, devem, sobretudo, “amarem-se profundamente”.  Pois este amor conjugal passa segurança aos filhos; estes sentem-se, igualmente, amados pelos pais. E a educação moral, espiritual e social dos filhos ocorre com naturalidade, na base do amor. E esta é a maior herança que os pais podem deixar para os filhos: a herança moral.

Em termos de estudos e sociabilização dos filhos, há que se procurar colocar os filhos em boas escolas e acompanhar o seu desenvolvimento escolar. Os pais devem participar da escola dos filhos, dando todo o apoio ao filho nos estudos domiciliares e devem participar dos encontros de pais e professores, se houver. E, não havendo, que os pais procurem conhecer a escola do filho, através do contato com professores e diretores. Só pelo acompanhamento dos passos do filho na escola pode-se ter certeza de que sua educação social e sua escolaridade estejam de acordo com o que esperam os pais.

Mas os pais devem preocupar-se, também, com a questão – fundamental! – da afetividade dos filhos. O afeto é a maior das carências do ser humano! Os filhos precisam receber carinho e afeto dos pais e responsáveis, através de beijos, abraços, elogios e incentivos adequados. É claro que os castigos podem e devem acontecer, mas sempre envoltos pela aura do amor: castigos proporcionais ao delito e claramente aplicados para o bem do filho, que deve assim perceber.

Paternidade responsável

Algumas dicas podem ser deixadas aqui a título de orientações para um bom e eficaz exercício de paternidade responsável:

     Dialogar sempre! – mas diálogo não é falar todas as verdades (isso é coisa de bêbados);

    Reconhecer os próprios erros – aplica-se aos pais, para demonstrar humildade e mostrar que os adultos, os pais, os professores também erram, e precisam desculpar-se;

     Dar chance ao filho para decidir algumas questões;

     Entender que há fases na vida do filho, e que essas passam, uma após a outra;

     Marcar passeios com os filhos: pai com o filho, mãe com a filha e todos juntos;

     Segurar os filhos pelas mãos: contato afetivo, demonstrando amor, carinho, proteção;

    Dar castigo (como já dito acima) proporcional ao erro do filho: nem muito longo, nem muito severo e, sempre, justificado.

Conclusão

Todo pai quer ser o melhor pai do mundo! Toda mãe quer ser a melhor mãe do mundo! Que bom! Mas, para isso, é preciso estar atentos e dispostos a buscar a sabedoria divino-humana, através da oração, dos estudos e da observação crítica da experiência diária. É necessário assumir a paternidade, a maternidade, a responsabilidade de pais; é necessária a participação ativa na vida dos filhos; é preciso, finalmente, muito amor conjugal e familiar para a boa e eficaz educação dos filhos.

Uilso Aragono. (maio de 2022)

quinta-feira, 28 de abril de 2022

10 PENSAMENTOS ILUMINANTES PARA A VIDA

Abaixo, uma sequência de 10 pensamentos que têm o poder de iluminar nossa vida. Reflitamos sobre eles, vagarosamente, sem pressa, e teremos a iluminação que desejamos e precisamos.

1) Eu encontro o meu prazer em fazer tua vontade, meu Deus, e tua lei habita profundamente dentro do meu coração. (S. José Maria Escrivá)

2) Todas as nossas boas obras reunidas não valem o Santo Sacrifício da Missa, porque elas são obras dos homens e a Missa é obra de Deus. É o sacrifício que Deus faz ao homem de seu Corpo e de seu Sangue. (S. João Maria Vianney, o Cura d'Ars)

3) Mesmo que você cometesse todos os pecados do mundo, Jesus repetiria para você: “Muitos de seus pecados são perdoados porque você amou muito". (S. Pio de Pietrelcina)

4) Como os bons filhos de Noé, cubra as fraquezas que você pode ver em seu pai, o padre, com um manto de caridade. (S. José Maria Escrivá)

5) O Rosário (ou o Terço) é "a 'arma' para esses nossos tempos". (S. Pio de Pietrelcina)

6) Pare para pensar sobre a ira sagrada do Mestre quando Ele vê que, no Templo de Jerusalém, as coisas de seu Pai são maltratadas. Que lição... para que você nunca seja indiferente, nem seja covarde, quando não tratam respeitosamente o que é de Deus! (S. José Maria Escrivá)

7) Humildade e caridade são os acordes mestres de que todas as outras virtudes dependem. São as mães das virtudes; as outras as seguem, como os filhotes fazem com sua mãe. (S. Padre Pio de Pietrelcina)

8) Quando tomares consciência de tuas misérias não queiras entristecer-te. – Gloria-te em tuas enfermidades, como São Paulo, porque às crianças é permitido, sem medo do ridículo, imitar os grandes. (S. José Maria Escrivá)

9) Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas. (Santo Ambrósio –um dos responsáveis pela conversão de S. Agostinho – a Santa Mônica, sua mãe.)

10) Nos livros, procuramos Deus; na oração, O encontramos. A oração é a chave que abre o coração de Deus. (S. Padre Pio de Pietrelcina)

Uilso Aragono. (abril de 2022)

quinta-feira, 31 de março de 2022

A IMPORTÂNCIA DE MARIA NA VIDA DO CRISTÃO

 

Muitos podem achar que Maria, a Mãe de Jesus, não tenha tanta importância na vida do cristão. No entanto, um olhar mais aprofundado nos revela o quão relevante é, para um cristão, imitar Maria, aquela que disse sim ao Anjo do Senhor e tornou-se a Mãe do nosso Salvador, Jesus Cristo. Além disso, tornou-se sua primeira discípula, nossa Mãe aos pés da cruz, nossa mediadora entre Cristo e o Pai e a Esposa castíssima do Espírito Santo.

QUEM É MARIA?

Maria é uma criatura de Deus, como nós o somos. No entanto, como diferencial, foi ela predestinada a ser a Mãe do Salvador e, por isso, teve de ser preservada da mancha do pecado original, que a todos nos atinge. E o foi em “atenção antecipada aos méritos de Cristo”, como nos ensina um santo da Igreja. Foi uma mulher humilíssima: humilde e silenciosa, ensinando e aprendendo na convivência com Jesus e José. Sendo Mãe de Jesus, tornou-se, também, a Mãe de Deus, visto que Jesus é o Deus-Filho.

POR QUE SERMOS DEVOTOS DE MARIA? *

Maria está mais perto de nós do que Jesus... afinal, este é o Homem-Deus, e nós somos simples criaturas humanas, como Maria. Jesus, embora mediador entre Deus e os homens, ainda é Deus e Senhor! E nós, muito indignos, pequenos, pecadores, para nos aproximarmos da grandeza de Jesus.

Como ninguém se aproxima de um rei, neste mundo, senão após falar com um dos seus ministros, assim, também, para falarmos com Jesus – em respeito à sua altíssima dignidade divina – devemos buscar um dos seus ministros (representantes dEle): e eis que Maria é essa ministra de Jesus, que nos recebe e nos conduz a Ele; é nossa advogada diante dEle, numa linguagem mais moderna.

Devemos ser devotos, dedicados a Maria, seus imitadores, porque queremos fazer a vontade de Deus; porque queremos realizar em nossa vida Palavra de Deus: a Bíblia Sagrada! Portanto, se lá está escrito que Maria é “bendita entre todas as mulheres” (Lc 1,42-43) e “(...) doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (palavras do canto do Magnificat, entoado por Maria sob inspiração do Espírito Santo; Lc 1,48) – não deveríamos nós, cristãos, buscar realizar, vivenciar essas palavras bíblicas e proféticas?

Maria realiza plenamente a vontade de Deus: “Bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a observam” (Lc 11, 27-28). Não devemos também nós, buscando imitá-la, realizar plenamente a vontade divina? A devoção a Maria é um compromisso de imitação, nas dimensões interior e exterior, das virtudes de nossa Senhora.  E por ela ser Mãe de Jesus, consegue-nos tudo diante dEle!

Recorrendo a Maria, agradamos a Jesus, que a ama muitíssimo – com amor perfeito! – e deseja vê-la amada por aqueles que O amam.

Maria gerou Jesus para o mundo e deseja gerá-lo novamente no nosso coração.

Maria é parte essencial da Redenção: Deus planejou assim; Sua obra continua.

Maria deseja ser nossa intercessora (ou medianeira), nossa advogada junto à Trindade Santa.

Maria, “cheia de graça”, quer partilhar o Espírito Santo com seus filhos.

Maria, por amor a Jesus, quer assumir sua maternidade espiritual em relação a nós. Ela nos ama como Jesus!

O próprio Jesus se submeteu a Maria durante 30 anos de Sua vida: por que nós não deveríamos fazer igualmente? (* Texto inspirado no livro de S. Luís Maria Grignion de Monfort: Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem.)

INTERCESSORA JUNTO A JESUS

Jesus é a ponte (o pontífice) entre Deus e os homens. E Maria quer ser a guia dos peregrinos que desejam chegar a essa ponte! Ela pode ser comparada a uma lanterna que ilumina o caminho daqueles que desejam chegar perto de Jesus. Pode ser comparada a uma estrada bem pavimentada, bem iluminada, e bem sinalizada, por onde o carro de nossa vida pode rodar sem problemas para chegar em segurança à Ponte.

Ao contrário, sem Maria, esse carro de nossa vida estará rodando sobre uma estrada esburacada, mal iluminada e mal sinalizada, oferecendo-nos todas as dificuldades de chegarmos em segurança à Ponte, que é o Cristo!

COMO RESPONDERMOS AOS IRMÃOS EVANGÉLICOS?

Nós, católicos, honramos e veneramos (venerar = respeito elevado) nossa Senhora, Maria, a Mãe de Jesus, como este espera que o façamos. Nenhum amigo pode dizer que nos ama se não respeitar e não tiver consideração por nossa própria mãe. Desrespeitar nossa mãe é como nos desrespeitar a nós próprios. Esse raciocínio se aplica igualmente a Jesus e à sua Mãe Maria.

Quanto às imagens que representam Maria, a Mãe de Jesus, não estão proibidas pelo capítulo 20 do livro do Êxodo, como querem fazer crer alguns irmãos crentes! Pois nesse texto (Ex 20, 4-5), Deus proíbe a adoração de ídolos por meio de imagens. Ora, a imagem de Maria não é um ídolo, mas uma lembrança visual – como bem necessita a experiência humana! – que nos ajuda a contemplar, a ver com os olhos carnais aquilo que nossa fé enxerga pelo espírito. É um consolo humano muito aceitável. Orar diante de imagens (estatuetas) de Maria, de Jesus, ou dos santos é uma prática muito humana, pois não somos anjos. Precisamos ver, tocar e até beijar, para termos uma experiência – mesmo religiosa! – mais profunda e verdadeira. E se o católico se ajoelha diante de uma imagem da Santíssima Virgem (ou de qualquer outro santo) não é porque ela seja Deus, mas porque representa Deus diante de nossos olhos, nos aproxima de Deus, e porque ela está tão próxima dEle que não há como não se ajoelhar diante dEle!

Uma igreja sem imagens não nos estimula (humanamente falando) ao ato de oração, de contemplação de Deus: é um ambiente frio, sem o calor humano tão necessário às pessoas. O espírito humano necessita desse consolo. E Deus nunca proibiu – de forma absoluta! – a construção de imagens (estatuetas). Ao contrário, Ele até mandou construir imagens sagradas (os querubins) para aumentar a fé do povo: pois Ele não quer um culto espiritualizado e dirigido diretamente ao invisível. Ele conhece nossa psicologia! (Ex 25, 17-22; 1Rs 6,23-29; Nm 21, 4-9, etc.).

COMO SERMOS DEVOTOS DE MARIA

Reconhecendo-a como nossa Mãe; rezando o Terço ou o Rosário (que é igual a três Terços) frequentemente, repetindo jaculatórias e orações marianas como a Ave-Maria (Lc 1, 28.42), a Salve Rainha, o Angelus, o Magnificat, etc. Buscar conhecer, com boa profundidade, alguma invocação de nossa Senhora: Nossa Senhora da Penha; devoção ao Imaculado Coração de Maria; devoção à Medalha Milagrosa (N. Senhora da Graças); Nossa Senhora Aparecida; etc.

Buscar praticar na vida o teor de algumas “mensagens” marianas transmitidas por videntes como em Fátima (Portugal), Lourdes (França), Medjugorje (Croácia), etc.: rezar o Terço diariamente, fazer penitências, jejuns e praticar a caridade ao próximo, especialmente aos mais necessitados.

Viver os sacramentos, especialmente a Eucaristia – o Corpo e o Sangue de Cristo, nosso Senhor! E Maria é como que um Sacrário vivo, pois sempre nos dá Jesus!

CONCLUSÃO

Aprofundar o significado de Maria na nossa vida nos levará a compreender – iluminados pelo Espírito Santo – que tanto mais e melhor estaremos amando a Jesus, quanto mais e melhor venerarmos e amarmos sua Mãe santíssima. O amor a Jesus não pode ser completo se não incluir o carinhoso e filial amor àquela que foi serva fiel e silenciosa no cumprimento dos desígnios de Deus para a encarnação do Verbo de Deus, seu Filho Amado.

Ter em conta a presença equilibrada de Maria na nossa espiritualidade é algo que só tem a contribuir para nossa mais perfeita santificação e nossa verdadeira felicidade já aqui na Terra e, depois, lá no Céu.

Uilso Aragono. (Março de 2022)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA E DA RECONCILIAÇÃO

 O sacramento da Confissão é hoje mais bem denominado sacramento da Penitência (ou da Conversão ou da Reconciliação). Neste texto vamos refletir um pouco sobre esse importantíssimo sacramento da Igreja Católica.

1. INTRODUÇÃO

O sacramento da Penitência (ou da Reconciliação) é um dos sete sacramentos da Igreja Católica. Os demais são: Batismo, Confirmação (ou Crisma), Eucaristia, Ordem, Matrimônio e Unção dos enfermos. É um sacramento de cura, como também o é o da Unção dos enfermos. Veremos que o sacramento da Penitência perdoa, reconcilia e santifica aquele que se converte do pecado à vida da graça. E quem precisa de perdão, de reconciliação? – Aquele que é inclinado ao pecado, como todos nós, que nos reconhecemos ‘pecadores’... mas que podemos nos tornar ‘santos’ depois de uma boa experiência de conversão e de penitência através do sacramento da Penitência.

2. O QUE É O PECADO?

O pecado é tudo o que provoca ruptura no relacionamento entre o homem e Deus e com os irmãos. Opõe-se à virtude, que nos leva à santidade, enquanto aquele nos afasta de Deus... Mas, ensina-nos a Igreja que há três condições para que alguém, verdadeiramente, cometa um pecado: a matéria (do pecado), a consciência (de que é pecado) e a liberdade (para cometê-lo). Portanto, não é tão fácil que se cometa um pecado, não? Esta é uma boa notícia!

O cristão tem sua vida de graça (vida em Cristo) como que num vaso de argila. A quebra desse vaso se compara ao cometimento de um pecado, que destrói a vida da graça pelo derramamento de seu conteúdo (a graça). O vaso é de argila, porque somos inclinados, pelas nossas fraqueza e natureza humanas, ao pecado. Tendo sido quebrado o vaso de nossa vida de graça, há que se buscar consertá-lo, reconstruí-lo: é o sacramento da Reconciliação, da Penitência!

Uma oração poderosa e que sempre é rezada na Missa vale a pena ser lembrada aqui. É o “confiteor” (do latim: eu confesso...): Confesso a Deus, todo poderoso, e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos, e a vós irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.

3. CLASSIFICAÇÃO E EXEMPLO DE PECADO

Os pecados podem ser graves (ou mortais) e leves (ou veniais). Nosso vaso se quebra nos pecados mortais e se racha nos pecados veniais. Um pecado mortal é aquele que nos priva totalmente da graça de Deus (que foi derramada na quebra do vaso e se perdeu). E é muito perigoso estarmos privados da graça de Deus, pois sem ela nada podemos, nada somos; estaremos à mercê de novos pecados graves. Essa situação exige do cristão a busca imediata da reconciliação com Deus. E isto só é possível pelo sacramento da Reconciliação, da Penitência, da Conversão.

Um exemplo fácil de pecado mortal é quando alguém tem a consciência de que matar um irmão (matéria grave pois está proibido pela Lei de Deus) é pecado e ele, com toda a liberdade, sem qualquer coação, decide eliminar o outro em seu próprio benefício. Como houve matéria grave, consciência do pecado e liberdade, houve um verdadeiro pecado mortal! Em geral, os dez mandamentos contêm matéria de pecado grave (mortal) se forem praticados com consciência e liberdade.

Os pecados veniais (leves) já são comparados ao vaso que se racha, pois é mais facilmente recomposto: basta, talvez, uma cola, um remendo. E o conteúdo (a graça) não se perde totalmente. Nesses casos, de pecados leves, o cristão pode mais facilmente encontrar o perdão de Deus e a sua reconciliação com Ele e com os irmãos. Isto pode acontecer, com verdadeiro arrependimento e contrição (dor por tê-lo cometido), em um momento de oração diante de Deus. E a Igreja ensina que o sacramento da Eucaristia (não havendo pecado mortal) nos perdoa desses pecados veniais já previamente identificados, com contrição e arrependimento.

4. CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

O pecado cria o estado de desgraça para o cristão. Palavra considerada por muitos como muito feia, é de fato assim: porque o cristão fica privado, total ou parcialmente, da graça de Deus, o que pode levá-lo a uma situação de cometimento de novos pecados, já que a graça deixa de protegê-lo contra as tentações do Maligno. O desgraçado é aquele cristão que está em situação de pecado e não totalmente favorecido pela graça divina. Por isso é um termo feio e indesejado por nós, cristãos.

Sabemos que Deus tem um plano de amor para cada um de nós, embora nem sempre tenhamos consciência disso. E, às vezes, por conta de muitos problemas e situações negativas da vida, alguns não acreditam nesse plano de Deus para nós. Mas, como afirma nosso Salvador, Jesus: “Eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente”, e é esse o plano de Amor de Deus por nós – ter uma vida plena... no entanto, não necessariamente das coisas desta vida humana, terrena, mas, sim, plena da graça de Deus!

Sem a graça divina, o pecador fica doente espiritual, física e mentalmente, cheio de dores estranhas, infeliz, e, lá no fundo, com dor na consciência pesada. Diante de tal quadro, é conveniente que o pecador sinta contrição, tristeza, arrependimento dos pecados cometidos e busque a reconciliação pelo sacramento da Penitência. Que é, aliás, essencial para que o fiel possa estar em condições de receber o Cristo eucarístico!

5. O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA

O sacramento da Penitência é a aplicação da misericórdia de Deus em relação àquele que pecou e que está arrependido, contrito e deseja voltar à graça divina. A Igreja, sob a palavra de Cristo, tem a chave da absolvição dos pecados: “A quem perdoardes os pecados, esses lhe serão perdoados; a quem não os perdoar, esses lhes serão retidos”. E a fórmula que o sacerdote utiliza na expressão do perdão dos pecados do pecador arrependido é esta: “Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

O sacramento da Penitência (ou da Reconciliação) perdoa os pecados do cristão arrependido e lhe propõe uma penitência: a reparação dos efeitos negativos dos pecados perdoados. Porque embora perdoados, há que se fazer a reparação desses efeitos negativos, que se espalham em torno daquele que pecou. É como, simbolicamente, aquele vidro de janela quebrado pela criança, que o pai pede desculpas e é desculpado; mas que  deverá assumir a responsabilidade por reparar, consertar o vidro quebrado. É essa reparação que a Igreja denomina “pena temporal” (ou penalidade temporal), isto é, a penitência que o padre aplica ao penitente para que, além de estar perdoado, esteja livre de toda a culpa. Sem a penitência, o sacramento não estará completo. Portanto, não basta o perdão durante o sacramento da Reconciliação, mas é importante a prática da penitência recomendada pelo confessor.

A penitência pode se apresentar – como no tempo da Quaresma – sob três formas básicas: o jejum (ou abstinência), a oração e a esmola, correspondendo às três dimensões das relações humanas, respectivamente, dimensões interior (conversão), vertical (relação com Deus) e horizontal (reconciliação com os outros).

7. A BUSCA DA SANTIDADE

Embora a sacramento da Reconciliação (diante do sacerdote, confissão auricular) seja recomendado para os pecados mortais, pode-se indicá-lo também para os veniais. Para essa situação, o confessante buscará o perdão de seus pecados como exercício de humildade – de quem se reconhece inclinado ao pecado e necessitado da graça divina – e como expressão de fé nAquele que nos quer perdoar sempre e nos dar a Sua graça. E a confissão regular (semanal, mensal ou com alguma frequência) nos ajuda a formar a reta consciência, a lutar contra nossas más tendências e inclinações, a ver-nos curados por Cristo, a progredir na vida do Espírito e a nos aproximarmos mais do objetivo maior de sermos santos e misericordiosos como Ele é.

Como diz S. Agostinho, “Ama e faze o que quiseres”. Essa observação nos orienta a amarmos sempre, no verdadeiro amor cristão. Se assim agirmos, buscando “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, como ensina Jesus, poderemos fazer qualquer coisa, pois nada de mal faremos já que o amor só faz o bem! Enquanto estivermos numa vida de amor, teremos dificuldade de pecar! É o amor a Deus e o amor que vem de Deus (Sua graça) que têm o poder de nos proteger contra os pecados graves. E quem ama exerce as virtudes cristãs e atende à vocação (ao chamado) de Deus.

8. CONCLUSÃO

O sacramento da Penitência ou da Reconciliação é um sacramento que não deve ser esquecido pelo cristão, ao contrário, deve ser buscado com certa regularidade ao longo do ano para que a pessoa se sinta feliz, abençoada, mais protegida contra os ataques malignos, e mais capaz de amar, porque cheia da graça de Deus. E se é, sobretudo, indicado para os fiéis que tenham cometido pecados mortais, é, também, muito recomendado para os que queiram trilhar o caminho da busca contínua da santidade, pois nos garante a graça divina e nos fortalece contra nossas más inclinações.

Uilso Aragono. (fev. de 2022.)

Quem sou eu

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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