quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

OS MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS – PARTE VI


Os milagres de Jesus, descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente, arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Marcos. Algum comentário comparativo entre os Evangelhos é feito.

27. JESUS PREVÊ O ENCONTRO DO JUMENTINHO: Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo: “Vão até o povoado que está na frente de vocês e logo que vocês entrarem aí, vão encontrar amarrado um jumentinho que nunca foi montado; desamarrem o animal  e tragam aqui.” (...) Então eles foram e encontraram um jumentinho amarrado, do lado de fora, na rua, junto de uma porta, e o desamarraram. Algumas pessoas que aí estavam disseram: “O que vocês estão fazendo, desamarrando o jumentinho?”. Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e então permitiram que fizessem isso (Mc 11, 1c-2.4-6). –  Este episódio não chega a ser um milagre de caráter sobrenatural, mas não deixa de ser um milagre, só que de caráter preternatural, isto é: algum ser humano, em certas condições, pode fazê-lo. Mas não deixa de ser mais uma prova de que Jesus seja verdadeiramente homem e Deus! Com toda a facilidade e naturalidade Ele afirma algo sobre o futuro próximo, que ocorre exatamente como predito! Isto nos mostra, também, que confiantes em Deus, e por meio da oração, podemos acreditar que muitas coisas haverão de acontecer de tal ou qual maneira, especialmente se for para o bem das pessoas envolvidas.

28. A FIGUEIRA ESTÉRIL: No dia seguinte, quando voltavam de Betânia, Jesus sentiu fome. Viu de longe uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de seus figos”. E os discípulos escutaram o que ele disse.  (...) Na manhã seguinte, Jesus e os discípulos, passando, viram a figueira que tinha secado até a raiz. Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoastes secou”. Jesus disse para eles: “Tenham fé em Deus. Eu garanto a vocês: se alguém disser a esta montanha: ‘Levante-se e jogue-se no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá’” (Mc 11, 12-14.20-23). – Neste episódio, tudo indica que Jesus tenha desejado criar as condições para o ensino sobre a fé. Ao amaldiçoar a figueira que tinha folhas, mas não frutos (uma alusão à sociedade da época, tão cheia de aparente esplendor, mas sem os frutos da solidariedade?), ela acaba por, de fato, secar “até a raiz”, como é encontrada na manhã seguinte. E Jesus lhes ensina: “Tenham fé em Deus”. A fé, então, confiança sem qualquer dúvida, mas baseada – como diz mais à frente – na prática do perdão.

29. JESUS PREVÊ O ENCONTRO DO CENÁCULO: No primeiro dia dos Ázimos, quando matavam os cordeiros para a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que vamos preparar para que comas a Páscoa?”. Jesus mandou então dois de seus discípulos, dizendo: “Vão à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no e digam ao dono da casa onde ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: Onde é a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer a Páscoa?’. Então ele mostrará para vocês, no andar de cima, uma sala grande, arrumada com almofadas. Preparem aí tudo para nós.”. Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito. E prepararam a Páscoa (Mc 14, 12-16). – Este texto narra algo parecido com o que aconteceu no item 27, acima: Jesus prevê o encontro do jumentinho. É também um milagre preternatural: uma pessoa bem dotada mentalmente, poderia prever esse futuro próximo – é o que se denomina, hoje, na área da Parapsicologia, um evento de precognição. Mas, como aquele, este episódio mostra, mais uma vez, a natureza humano-divina perfeita de Nosso Senhor. Ele tão bem lê os acontecimentos futuros, quando lê os corações humanos! Que aprendamos a pedir ao Senhor que seja nossa luz na caminhada desta vida!

30. A CORTINA DO SANTUÁRIO SE RASGA: Alguém, correndo, encheu de vinagre uma esponja, colocou-a na ponta de uma vara e deu para Jesus beber, dizendo: “Deixem, vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz!”. Então Jesus lançou um forte grito e expirou. Nesse momento a cortina do santuário se rasgou de alto a baixo, em duas partes. O oficial do exército, que estava bem na frente da cruz, viu como Jesus havia expirado e disse: “De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus!” (Mc 15, 36-39). – A cortina do Santuário ficava dentro do grandioso Templo de Salomão e isolava o local chamado Santo do Santos, onde somente entrava um sacerdote escolhido, por vez. Essa cortina ou véu tinha a função de separar o lugar sagrado, em que o Senhor Deus se manifesta para receber as oferendas sacrificais, do mundo exterior. O significado de sua ruptura, no momento exato em que Jesus dá seu último suspiro, pode ser o de que, com a morte redentora de Cristo, do Messias Salvador, tudo o que separava o homem de Deus – o pecado! – agora estava superado! Deus não é mais aquele Deus vingativo e distante da mentalidade judaica, mas torna-se um Deus-Pai, amoroso e cheio de misericórdia! Nada mais nos separa de Deus! Jesus é a nova ponte que nos liga ao Pai!

31. JESUS APARECE RESSUSCITADO: Depois de ressuscitar na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando. Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar. Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam a caminho do campo. Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros, que não acreditaram nem mesmo nesses. Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo. Jesus os repreendeu por causa da falta de fé e pela dureza de coração, poque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado (Mc 16, 9-14). – Neste episódio da ressurreição de Jesus, o que fica marcante é a descrença dos discípulos, que são repreendidos severamente pelo Senhor, quando resolve lhes aparecer face a face. Impressiona-nos a repreensão de Jesus aos discípulos: Ele dá muito valor à crença baseada em um coração puro, como o de uma criança. Não é à toa que Jesus nos disse: “Quem não tiver um coração como o dessas crianças, não entrará no Reino de Deus!”.

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Uilso Aragono (Fev. 2020)

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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