quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

BRASIL – COMO VENCER A CORRUPÇÃO?

Embora a presidente Dilma tenha afirmado que não vivemos uma crise de corrupção, a verdade é, exatamente, o contrário! Vivemos, sim, uma grande crise de corrupção no País! Há anos o Brasil vem sendo vítima da corrupção exercida por nossos próprios cidadãos, por nós próprios brasileiros...

Há uma saída para tanta roubalheira? – para usar uma expressão bem mais popular que “corrupção”.
Sim, é roubalheira, mesmo! É desonestidade, mesmo! Mas, de onde vem tanta desonestidade? Porque é isto o que está por trás da corrupção de nossas “autoridades” e, como que, a “alimenta”. É a desonestidade! ...  

COMO VENCER A CORRUPÇÃO?

Para responder à pergunta do título deste artigo, talvez devamos, primeiramente, pensar na origem do conceito “honestidade”. Será este, verdadeiramente, um valor para nós, cidadãos brasileiros? Porque o que é valor é guardado; enquanto o que não tem valor se joga fora!

Onde está a origem da honestidade? Talvez esteja associada aos valores cristãos de nossa Sociedade, que tem vivido e pregado – através de seus líderes religiosos, e por já muito tempo – que nós, cristãos, busquemos a santidade e evitemos o pecado. E respeitar o outro e os seus bens, é ser honesto, e é um passo importante para a santidade do cristão. Retroagindo ainda mais no tempo, podemos encontrar a honestidade como um dos grandes valores morais vividos e propostos já por Sócrates e outros grandes nomes da História. O grande filósofo e orador romano, Marco Túlio Cícero, já escrevia: “Viver feliz não é mais do que viver com honestidade e retidão”.

Portanto, já podemos afirmar que a honestidade é um bem e um valor cristão e moral, e já antigo nas sociedades ocidentais. Mas, por que tem sido tão difícil viver-se, na prática, a honestidade? Por que, particularmente, no nosso Brasil, tem sido mais valorizado o questionável desvalor moral do querer dar-se bem em tudo, a famosa lei de Gerson? Será que o brasileiro é, geneticamente, egoísta, e tudo faz para se dar bem nos aspectos social e material? ...

VANTAGENS PRÁTICAS DA HONESTIDADE

Supondo-se aceitável que seja a honestidade, ou sua falta, o que está por trás da corrupção generalizada em nosso País, o que fazer para resgatar esse valor? Talvez uma reflexão prática sobre os ganhos, os benefícios e as vantagens de vivermos honestamente nos leve a uma tomada de decisão a favor do resgate desse grande valor.

No que tange à consciência, um efeito prático da vida em honestidade é o sono tranquilo e reparador. Pois quem assim vive, não terá dor na consciência e terá, por conseguinte, um “sono dos justos”. Aquele, portanto, que não vive a honestidade, não pode se queixar de insônia ou de dores mal dormidas... É a consequência natural de uma vida desonesta.

Em relação à vida em sociedade e às suas leis, uma consequência natural e prática da honestidade – que neste aspecto, se revela no respeito a essas leis – é o fato de que todos saem ganhando, se todos forem honestos. Explica-se: as leis são feitas para o bom convívio entre as pessoas, portanto, respeitar as leis é trabalhar para que o bom convívio exista, de fato, entre tais pessoas. Se cada pessoa respeitar, por exemplo, as leis de trânsito, isto é, se cada pessoa for honesta em relação a tais leis, todos saem ganhando, pois os acidentes serão, de fato, praticamente inexistentes. A velocidade máxima, por exemplo, sendo respeitada, por si só, já diminuirá em muito, se não os acidentes, pelo menos as suas consequências. Um mundo novo surgiria se todos decidissem viver a honestidade diante das leis de trânsito! Um mundo quase sem mortos e feridos no trânsito, a não ser por aquelas verdadeiras fatalidades, ou verdadeiros acidentes.

Em relação às demais leis, todos, igualmente, sairíamos ganhando, se diante delas todos fôssemos honestos. Pois as leis, a princípio, foram e são feitas para o benefício de todos os cidadãos, tendo em vista, inclusive, suas diferenças. E se uma lei, por acaso, não se revelar legítima, que seja expurgada pelos próprios legisladores, como ressonância da manifestação (honesta) da sociedade. Mas sendo lei legítima e boa, o seu respeito só trará benefícios. Este conceito, aliás, da utilidade da Lei, precisa ser objeto de mais debates e estudos na Escola, para que todo futuro cidadão possa entender, profundamente, que ser honesto diante da lei não é um fardo pesado, mas, ao contrário, é exatamente a certeza de que todos se sentirão livres e leves nas relações sociais, pois todos estarão protegidos pelas boas leis e pelo respeito que todos dedicam a elas.

NINGUÉM É FELIZ SOZINHO

Com relação à felicidade e à realização pessoal, familiar e profissional do indivíduo, pode-se afirmar que uma vida vivida na base da honestidade – de preferência sob todos os aspectos da vida – concorre diretamente para a felicidade da pessoa e, indiretamente, para a felicidade de todos aqueles que a rodeiam. De fato, se formos honestos, faremos tudo para que as coisas aconteçam da melhor forma possível, não só para nós, mas para os outros, também. Pois todos somos interdependentes na sociedade e ninguém consegue ser feliz sozinho... Este é outro aspecto que precisa ser mais bem debatido e estudado na Escola, de tal forma a levar o aprendiz a ter consciência de que ninguém será feliz sozinho. Talvez assim este se torne um cidadão honesto, realizado e realizador.

SER HONESTO É ...

Aceitar que todos têm direito à vida com qualidade;
Aceitar as consequências das próprias decisões;
Respeitar as leis da boa convivência (em todos os campos);
Respeitar os próprios limites e viver com o que se tem;
Reconhecer que tem demais, quando outros têm de menos;
Garantir uma vida feliz para si e para os outros.

CONCLUSÃO

Para vencermos esta atual crise de corrupção que assola o Brasil, temos de nos unir em torno da luta contra toda desonestidade. Melhor, temos de nos unir para resgatar a honestidade de vida como um grande bem para todos. E para começar isto, tendo em vista a força do exemplo (bom ou mau), que todos as nossas autoridades, políticas, civis, religiosas e militares se conscientizem de que têm de ser honestas e demonstrar honestidade em tudo o que falam e fazem. E que a Escola e a Família assumam, mais uma vez, a sua responsabilidade de formar mentes e corações honestos por meio da valorização das vantagens práticas da honestidade.

Uilso Aragono. (Dez, 2014)

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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