sábado, 31 de maio de 2025

JESUS NO ANTIGO TESTAMENTO – Parte II

 O Antigo Testamento (AT) está repleto de passagens que prefiguram a pessoa, a missão e a obra de Jesus Cristo. Como o próprio Cristo já ensinou: “As escrituras falam de mim”. No AT, portanto, não explicitamente, claro, mas como uma prefiguração, Jesus Cristo é anunciado como aquele que “vem salvar seu povo”. Abaixo, alguns textos comentados do AT que apontam para o futuro Messias, o Cristo Senhor, o Salvador Jesus Cristo.

Ageu 2,6-9

Porque assim diz o Senhor Todo-Poderoso: ainda um pouco tempo e eu sacudirei o céu e a terra, o mar e o continente. Sacudirei todas as nações. Então afluirão as riquezas de todas as nações e eu encherei este tempo de glória.  – diz o Senhor Todo-Poderoso. A mim pertence a prata! A mim pertence o ouro! – oráculo do Senhor Todo-Poderoso. A glória futura deste templo será maior do que a passada, – diz o Senhor Todo-Poderoso. E neste lugar eu concederei a paz – oráculo do Senhor Todo-Poderoso.

Essa passagem traz a promessa da restauração do Templo e, simbolicamente, da linhagem do Rei Davi. A restauração do Templo pode ser vista como figura das palavras de Jesus: “Em três dias eu o reconstruirei”, referindo-se à sua poderosa ressurreição. Por isso o Profeta diz: “A glória futura deste templo será maior do que a passada”.

 Malaquias 3,1-4:5 

Eis que vou enviar o meu mensageiro para que prepare um caminho diante de mim. Então, de repente, entrará em seu templo o Senhor que vós procurais; o Anjo da aliança, que desejais, eis que ele vem Todo-poderoso. diz o Senhor. Quem poderá suportar o dia da sua chegada? Quem poderá ficar de pé, quando aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia das lavadeiras. E se assentará aquele que funde e que purifica; ele purificará os levitas e o acrisolará como ouro e prata, e eles se tornarão para o Senhor aqueles que apresentam uma oferenda conforme a justiça. A oferenda de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos passados. Eu me aproximarei de vós para o julgamento e serei uma testemunha rápida contra os adivinhos, contra os adúlteros, contra os perjuros, contra os que oprimem o assalariado, a viúva, o órfão e violam o direito do estrangeiro, sem me temer diz o Senhor Todo-poderoso.

 

Embora este texto também possa ser lido como um anúncio do mensageiro que prepararia o caminho do Senhor (João Batista), ele prefigura e preanuncia os dias de poder do Senhor Jesus sobre a Terra. Fala de suas ações e palavras de cura e de purificação; de uma oferenda que seja verdadeiramente agradável ao Senhor, porque Jesus, e somente Ele, fará, realmente, a vontade do Senhor: o “sacrifício” que lhe agrada de verdade!

 Is 9,1.2

O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz. Sobre os que habitavam a terra da sombra, brilhou um luz. Multiplicaste o seu júbilo, fizeste crescer a alegria. Eles se alegram diante de ti, como quem se alegra na colheita, como os que se regozijam na divisão da presa.

Que grande luz poderá ser essa, senão a luz de Jesus: “Quem ouve minhas palavras não anda nas trevas...”. O povo se alegrou com a aparição de Jesus, com seus milagres, com suas palavras autênticas, que eram como poderosa e verdadeira luz para o povo que “caminhava nas trevas”. Para quem poderiam estar dirigidas tais palavras do Profeta, senão a Jesus?

Is 9,5

Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado. Ele tem a soberania sobre seus ombros e será chamado: “Conselheiro admirável, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da paz”.

Essas palavras do Profeta Isaías são, claramente, uma profecia sobre o Messias, que será “um menino” nascido “para nós”. E tais títulos são, reconhecidamente aplicáveis a Jesus, o verdadeiro e único Príncipe da Paz: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não a vos dou como a dá o mundo”.

Sl 40,6-8

Grandes obras realizaste, Senhor meu Deus; em maravilhosos desígnios para conosco ninguém se compara contigo. Quisera eu proclamá-los e divulgá-los, mas são tão numerosos que não os posso contar. Não quiseste sacrifício nem oferenda, mas abriste-me os ouvidos; não exigiste holocausto nem vítima expiatória. Então eu disse: "Eis que venho; no rolo do livro me foi prescrito fazer tua vontade, como tanto desejo, meu Deus, e ter a tua lei em minhas entranhas”.

O Senhor Jesus nunca quis nem enfatizou que Deus, Seu Pai, quisesse sacrifícios... Mas Jesus quis “abrir os ouvidos” e os corações do povo a Deus. E dizia Ele: “O meu sacrifício é fazer a vontade de meu Pai que está nos Céus”.

Is 61, 1.2

0 espírito do Senhor Deus repousa sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me para levar uma boa-nova aos pobres, medicar os homens descoroçoados, proclamar aos cativos a libertação e aos prisioneiros a abertura do cárcere, para proclamar o ano da mercê do Senhor e o dia da vingança para nosso Deus: para dar conforto a todos os que estão de luto, para entregar aos enlutados de Sião um turbante festivo em lugar do pó, óleo de alegria em lugar de luto, vestido de festa em lugar de espírito deprimido, de modo que sejam chamados "carvalhos da justiça, plantados para a glória do Senhor".

Na Sinagoga de Nazaré Jesus lê esse texto de Isaías que diz que o Senhor proclamará um ano de graças ao povo e Ele mesmo confirma que “Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos” (Lc 4,21). Esse acontecimento pode ser entendido como marcando o início do ministério público de Jesus, e em outras ocasiões o Senhor também esclarece que as Escrituras falam dele, como o Messias que haveria de vir ao mundo.

Referência: Citações da Bíblia Sagrada Vozes, Petrópolis, 1982.

Uilso Aragono. (maio de 2025)

terça-feira, 29 de abril de 2025

JESUS NO ANTIGO TESTAMENTO – Parte I

O Antigo Testamento (AT) está repleto de passagens que prefiguram a pessoa, a missão e a obra de Jesus Cristo. Como o próprio Cristo já ensinou: “As escrituras falam de mim”. No AT, portanto, não explicitamente, claro, mas como uma prefiguração, Jesus Cristo é anunciado como aquele que “vem salvar seu povo”. Abaixo, alguns textos comentados do AT que apontam para o futuro Messias, o Cristo Senhor, o Salvador Jesus Cristo.

 Gênesis 3,15

"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e os descendentes dela; eles te ferirão a cabeça e tu lhes ferirás o calcanhar."

Conhecido como o "protoevangelho", este versículo é uma promessa de Deus em relação à futura redenção da humanidade, depois do pecado dos primeiros pais no Paraíso: Jesus será o Redentor (“os descendentes dela”) que consegue a vitória sobre o mal, ferindo de morte a cabeça da serpente (“tua descendência”, pois o Senhor Deus fala, neste versículo, diretamente à serpente, o diabo).

Gênesis 12,3; 18,18; 22,18

“Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem e abençoarei os que te abençoarem. Com teu nome serão abençoadas todas as famílias da Terra.”  / “Pois Abraão virá a ser uma nação grande e forte e nele serão abençoadas todas as nações da Terra.” / “Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da Terra, porque tu me obedeceste.”

Nesses trechos, Deus faz um pacto com Abraão, prometendo-lhe que, por meio de sua descendência, todas as nações serão abençoadas. Essa promessa é associada à vinda do Cristo, que abençoará todas as nações da Terra.

 Gênesis 22,1-2

“Depois desses acontecimentos, Deus submeteu Abraão a uma prova. Chamando-o, disse: ‘Abraão’, e ele respondeu: ‘Aqui estou’. E Deus disse: ‘Toma teu único filho, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto, sobre um monte que te indicar.”

Esse episódio em que Abraão é testado ao ser chamado para sacrificar seu filho “único”, Isaac, “a quem tanto amas”, é visto, na ótica cristã, como uma referência clara ao Cristo, “filho unigênito e muito amado de Deus”. O fato de Deus fornecer um carneiro no lugar de Isaac, prefigura o sacrifício do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, que se cumprirá em Jesus.

Êxodo 12,1-2 

“O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: ‘Este mês será para vós o começo dos meses, será o primeiro mês do ano’.”

A instituição da Páscoa (que começa com os versículos acima), com a imagem do cordeiro, cujo sangue protege os israelitas da morte, prefigura a obra redentora de Cristo, cujo sangue derramado na Paixão, salva todo o que crê em Seu Nome. No Novo Testamento, Jesus é identificado como o Cordeiro pascal, que tira o pecado do mundo. Ele é prefigurado pelo “cordeiro sem defeito, macho de um ano”: Jesus, sem pecado (defeito), homem (macho) e jovem (de um ano).

Isaías 7,14 e 9,6

“Por isso, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a jovem mulher está grávida e vai dar á luz um filho, e lhe dará o nome de Emanuel.” / “Ele terá uma soberania ampla e uma paz sem limites, sobre o trono de Davi (...).”

Em Isaías, é profetizado que uma virgem (a jovem mulher) conceberá e dará à luz um filho, chamado Emanuel – “Deus conosco”. E há a promessa do nascimento de um filho dotado de atributos divinos (Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai para sempre e Príncipe da Paz), e herdeiro do “trono de Davi” (prefigurando a anunciação do Anjo a Maria), e reforçando a identidade messiânica de Jesus.

Isaías 53, 4-5

“No entanto, foi ele que carregou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores. E nós o considerávamos como alguém fulminado, castigado por Deus e humilhado. Mas ele foi traspassado por causa das nossas rebeldias, esmagado por causa de nossos crimes; caiu sobre ele o castigo que nos salva, e suas feridas nos curaram.”

Talvez seja a passagem do AT mais eloquente e mais clara em relação à futura Paixão de Jesus, que sofre por causa de nossos pecados: “Esmagado por causa de nossos crimes”. Todo o capítulo 53 de Isaías é claríssima prefiguração da Paixão e da Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Miquéias 5, 1-2

“Mas tu, Belém de Éfrata, embora pequena entre os clãs de Judá, de ti sairá para mim aquele que deve governar Israel. Suas origens são de tempos antigos, de dias intermináveis. Por isso ele os abandonará até o tempo em que a parturiente dará à luz. Então o resto de seus irmãos voltará para os israelitas.”

Aqui é anunciada a origem do Messias: o governante que virá da pequena cidade de Belém (de Éfrata ou da Judeia, em oposição a outra vila chamada Belém de Zabulon). Essa profecia se cumpre no relato do nascimento de Jesus nos evangelhos.

Referência: Citações da Bíblia Sagrada Vozes, Petrópolis, 1982.

Uilso Aragono. (abril de 2025)

segunda-feira, 31 de março de 2025

SÃO JOSÉ NÃO FALHA: A compra de um terreno

 A propósito do mês de São José, publico, a seguir, mais uma historinha do livro “São José não falha” (referência abaixo), onde São José cuida das irmãs de um convento e de um orfanato.

Para garantir o sustento do nosso convento e de um orfanato sob a nossa responsabilidade, nós, Irmãs em Zagora (Bulgária), pelos meados de 1920, desenvolvemos uma lavoura cada vez maior. Mediante a embaixada alemã, conseguimos importância volumosa. Com isso pudemos comprar mais umas áreas. Arrendamos mais 30 hectares. Esse terreno fazia parte de uma herança-espólio, que no total somava 50 hectares. A herdeira, uma húngara, falecera após a primeira Grande Guerra. Seu filho e suas quatro filhas viviam no estrangeiro. O pároco Kr. havia prometido à moribunda de cuidar que seus filhos recebessem a herança. Cuidou disso até a sua morte. A embaixada húngara, que ficou com a supervisão, por seu turno, encarregou da coisa a um advogado.

Quando o pároco Kr. Falecera, em 1928, o advogado pediu que o convento assumisse a administração. Desde anos fazia eu para o pároco doentio a escrituração e os relatórios anuais desse espólio. Agora, tudo ficou nas minhas mãos. Como disse, nós mesmas tomamos arrendados 30 hectares. Os restantes 20 foram arrendados por pequenos agricultores. A nossa parte, tratamos de desenvolver bem. Em poucos anos tornou-se um campo muito produtivo. Bem que teríamos interesse de comprá-lo. Mas aí estava sempre o mesmo enguiço: não se chegava a obter plenos poderes sobre a herança.

Finalmente, no outono de 1942, a situação mudou. Recebi um aviso do advogado, que me chamava com urgência. O terreno estaria disponível. Era questão de agir depressa, caso contrário, o governo o confiscaria. Naturalmente, encarregaram-me de ver a possibilidade de podermos comprar o que até então usamos como arrendamento. Viajei para a capital com a convicção de que o negócio iria ter um bom desfecho. Eu sabia que minhas coirmãs assediavam com toda insistência a São José. Para espanto meu, o advogado me informou que, da parte do herdeiro, não viera nenhuma autorização. Segundo a lei, poderiam ser vendidos assim dois terços da herança. Não esperávamos por essa. Poderíamos pagar tanto? Que haveria eu de fazer? Nem tive coragem de perguntar ao advogado por quanto ficaria o imóvel. Enfim, pedi-lhe prazo para dar resposta no dia seguinte. Passei a noite em claro. Não é fácil para uma religiosa, numa situação difícil como essa, encontrar a decisão mais acertada, sem ter o respaldo de autoridades maiores.

Pela manhã, surge-me uma boa ideia: "Se o advogado começar a falar do preço, e não pedir mais do que 2.000 'levas' por décimos de hectare, será isso para mim um sinal de que devo comprar". Estando de novo com o advogado, perguntou-me se estava decidida, agora, uma vez que era negócio vantajoso para nós. E acrescentou:

"– O preço, a Irmã mesma pode propor!"

Faltou-me a voz por uns instantes. Daí disse eu rindo: "É coisa rara demais que o comprador proponha o preço! O senhor certamente joga com a nossa honestidade. Bem, quero então ser franca e dizer-lhe, sinceramente, como estão os preços. Para terrenos como a parte que usamos, pode-se pedir de 2.000 a 2.200 'levas' por décimo de hectare. Os 20 hectares arrendados aos pequenos lavradores, não têm tanto valor, quando muito saindo por 1.000 ou 1.200 'levas'”.

Ótimo, irmã concluiu o advogado vamos então tirar a média. As irmãs pagam 1.500 levas'. Concorda?

Que dúvida? Fechamos o negócio. No convento foi aquela alegria. Todo mundo satisfeito com a compra. São José nos ajudou. Agradecidas, fizemos erguer no jardim uma capela em sua honra. As Irmãs, com gosto, recolhem-se ali nos dias de retiro e aos domingos. (Ir. M.A.)

Ref.: WEIGEL, A.M. São José Não falha – 100 histórias de São José. Edições Rosário, Curitiba, Brasil, 6. Edição, 1994.

Uilso Aragono (março de 2025)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

O QUE É A NULIDADE DE UM MATRIMÔNIO CATÓLICO

 Este blogue pretende mostrar que há várias causas ou razões que levam a uma possível declaração de nulidade de um matrimônio católico, emanada por um tribunal eclesiástico. Reflexão que poderá ajudar o cristão católico a conscientizar-se acerca dos limites da indissolubilidade do matrimônio.

INTRODUÇÃO

Todos os católicos e muitos não católicos sabem que o casamento religioso católico – ou matrimônio – é indissolúvel. No entanto, essa indissolubilidade se dá, efetivamente, se o matrimônio ocorreu de forma válida, diante das normas canônicas e eclesiásticas da Igreja Católica. Tendo havido algum fator de nulidade durante a instrução do processo matrimonial (documentos essenciais inválidos ou não incluídos) ou durante a vivência já do matrimônio consumado, um processo de nulidade matrimonial pode ser aberto – normalmente, após o divórcio ou a separação de corpos – no Tribunal Eclesiástico adequado para que seja avaliado se houve ou não alguma razão de nulidade no matrimônio em foco. Tendo sido identificadas causas de nulidade, o matrimônio tem, finalmente, sua nulidade declarada. Não se fala em “anulação” do matrimônio, mas, sim, de “declaração jurídica de nulidade matrimonial”.

ETAPAS DO PROCESSO DE NULIDADE MATRIMONIAL

 Uma vez aberto, por uma das partes pelo menos, um processo para verificação de nulidade matrimonial, algumas etapas são normalmente seguidas. São elas:

1. Etapa introdutória.

              O demandante (a parte interessada) faz seu relatório detalhando todo o processo por que passou até o casamento: namoro, noivado, celebração, problemas na vida matrimonial e a separação. Ajuntam-se os documentos pertinentes e começa a análise do processo pelo advogado canônico, que o apresenta, oficialmente, ao Tribunal Eclesiástico.

2. Etapa instrutória.

            Ocorrem os depoimentos e o advogado da parte demandante e o advogado defensor do vínculo podem e devem manifestar-se.

3. Etapa de discussão.

           Os autos são publicados e as partes acionadas para análise da documentação, podendo incluir documentos complementares. O juiz relator estuda o processo e pode solicitar novos esclarecimentos, citar novas testemunhas e, até, solicitar algum laudo pericial.

4. Etapa declaratória.

      Finalmente, o juiz relator elabora a sentença, que é publicada. Sendo favorável à declaração da nulidade do matrimônio em foco, o processo é enviado ao Tribunal de Apelação para possível confirmação. são necessárias duas sentenças concordes, ou seja, em favor da nulidade. Assim sendo, caso a sentença do Tribunal de Apelação não seja favorável à nulidade matrimonial a parte demandante pode ainda apelar ao Tribunal da Rota Romana. 

RAZÕES PARA A DECLARAÇAO DE NULIDADE

As causas mais comuns que ensejam a declaração de nulidade de um matrimônio católico são as seguintes:

1. Falta de consentimento (ou de juízo)

          Quando um dos cônjuges não apresentar capacidade psíquica ou maturidade emocional suficiente para assumir as obrigações essenciais do matrimônio.

2. Ignorância

         Quando um ou ambos os cônjuges desconhecem que o matrimônio válido é indissolúvel.

3. Erro de pessoa

            Quando um dos cônjuges descobre, depois de casado, que o outro com quem se casou está tendo um comportamento totalmente diferente daquele que apresentava durante as etapas de namoro e noivado. Descobre-se casado com alguém que não reconhece como a pessoa com quem se casou.

4. Violência, medo ou falta de liberdade.

             Quando o matrimônio acontece motivado por essas situações. A falta de liberdade pode estar associada, por exemplo, por uma gravidez inesperada, como que “obrigando” os namorados ao casamento.

5. Vários impedimentos dirimentes.

             Quando ocorre um desses fatos: idade insuficiente, impotência, vínculo matrimonial válido anterior, disparidade de culto (um é católico e o outro não é batizado), ordens sagradas (um é sacerdote), profissão religiosa perpétua (irmãos e irmãs religiosos), consanguinidade (primos em primeiro grau; ou de 4º grau no direito canônico), além de alguns outros mais técnicos. (Obs.: dirimente significa que não se tem culpa pelo fato; que causa nulidade.)

6. Falta de forma canônica.

         Quando a celebração do matrimônio não segue o que está previsto no Direito Canônico. Como exemplos: a ausência de um sacerdote, ou diácono, ou ministro leigo devidamente autorizado, ou testemunhas adequadas, ou lugar inapropriado, com um cerimonial (quando o previsto é em alguma igreja, alguma comunidade católica).

CONCLUINDO

Todos os cristãos católicos devem estar cientes de que, para além de o matrimônio ser um sacramento católico indissolúvel, quando verdadeiramente válido, ele pode – no caso de separação dos cônjuges – vir a ser objeto de análise de sua validade por um Tribunal Eclesiástico, que poderá – ou não – declarar a sua nulidade. Neste caso, os dois ex-cônjuges estarão livres para um novo matrimônio. No caso, ainda, em que o ex-cônjuge católico, esteja numa nova união irregular e, portanto, impedido de frequentar o grande Sacramento da Eucaristia, a busca pela possível nulidade do matrimônio anterior poderá ser a sua libertação dessa situação de união ilegítima.

Algumas referências:

www.tribunaleclesiasticone2.org/causas-de-nulidade; formação.cancaonova.com.

Uilso Aragono. (fevereiro de 2025)

               

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

SÃO JOSÉ NÃO FALHA: É ROMA QUE NOS INFORMA

O texto abaixo é tirado da Referência citada (ao final) e conta um milagre ocorrido durante a I Guerra Mundial, numa localidade próximo a Roma. 

São José! Oh, como sempre e sempre, de novo foi ele o nosso grande auxiliar, em especial durante a guerra! De todos os lados vinham pedidos de socorro. Numa noite, uma cidadezinha toda fora arrasada pelos bombardeios. Isso não longe de Roma. Foi tremendo. Restou um montão de ruínas fumegantes. Como era urgente ajudar ali! Com verdadeiro entusiasmo todo o nosso depósito de caridade foi sendo metido nos caminhões. Todos os cantinhos foram aproveitados. Nem nos passou pela cabeça reservar algo para outros possíveis pedidos: roupas, calçados, víveres, remédios, cobertas, tudo foi para os caminhões. 

Assim que os carros pesados partiram, aí que nos demos conta de que nada mais sobrou no depósito. Tudo se foi, tudo... E no entanto, o correio veio nos trazer mais um punhado de pedidos de socorro. 

Cansados, estávamos sentados num canto do grande depósito, que vazio, tanto mais enorme se nos afigurava. Estávamos desempregados. 

Por favor, São José, ajuda-nos! 

Pegamos o maço de cartas com os mais diversos pedidos, e o depositamos perante a imagem de São José, e nos ajoelhamos para uma oração. Precisávamos tanto de intervenção, não tínhamos outra saída. E não se fez esperar muito a resposta. Alguém veio nos avisar que na estação ferroviária havia um vagão destinado para nós, e que deveria ser desocupado o quanto antes, uma vez que em tal época também os vagões eram poucos, e logo requisitados. Sem perda de tempo, tocamos para o serviço e, prodígio! o grande vagão continha quase tanto material quanto acabávamos de doar, só que era muito melhor e mais bonito! 

 Na mesma noite, pudemos atender a diversos pedidos. Como agradecemos a São José por sua ajuda previdente e tão imediata! 


Ref.: Weigel, A. M. São José não falha. 100 histórias de São José. Edições Rosário.  Curitiba – PR. 6. ed. PR. 1994, pp. 7-8. 


Uilso Aragono (janeiro de 2025) 

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

JESUS NÃO TEVE IRMÃOS DE SANGUE

 Este blogue faz uma reflexão complementar ao texto já apresentado anteriormente (ver....Jesus não teve irmãos) sobre a questão de Jesus ter tido ou não irmãos de sangue. Ou seja: Terão, Maria e José, tido outros filhos, além do Filho de Deus, Jesus, anunciado pelo anjo Gabriel aos dois? Além dos argumentos já apresentados, outros serão considerados abaixo, particularmente explorando o significado do termo “até que” no Evangelho .... e a interpretação mística que a Igreja Católica dá para interpretar Maria como “sempre Virgem”, antes, durante e depois do parto.

(O primeiro artigo: "Jesus não teve irmãos" é acessado pelo link: Jesus não teve irmãos)


A expressão “até que”

No Evangelho de Mateus encontra-se: “E tendo acordado, José fez como lhe propusera o anjo do Senhor e aceitou sua mulher. E não a conheceu até que deu à luz um filho, e nele pôs o nome de Jesus” (Mt 1, 25). Essa expressão “até que” não é uma expressão que indique mudança de situação. Neste caso, sendo interpretada como se José, depois de Maria ter dado à luz, a tivesse conhecido, isto é: teria tido relações sexuais com ela e teriam tido outros filhos. Tanto hoje quanto no tempo de Jesus, essa expressão “até que” é usada no sentido de que uma situação perdurou até aquele momento, mas nada afirma sobre mudança posterior.

Um padre, no seu jubileu sacerdotal de 46 anos usou, recentemente, a expressão: “Sou agradecido a Deus que até hoje me ajudou a ser fiel ao meu sacerdócio”. Será que o padre quis dizer que depois desse “hoje” Deus deixaria de ajudá-lo a continuar a ser seu fiel sacerdote? É claro que não... É apenas uma forma de expressão, uma forma de linguagem.

E no tempo de Jesus, também era assim. E a Bíblia está cheia de expressões idênticas ou semelhantes, como pode ser pesquisada nos textos: Dt 34,6; Sl 110,1; St 72,7; Mt 24,29; 2Sm 6,23; Mt 11,3; Mt 8,22; 1Tm 4,13, além de muitos outros exemplos, que mostram uma situação que continua, mesmo depois do momento indicado pela expressão “até que”, ou similar. Nessa última citação (1Tm 4,13), o Apóstolo pede a Timóteo para se devotar a leituras, exortações e ensinamentos “até que” ele chegue.  Será que deve ser interpretado que Timóteo deva mudar de conduta depois que Paulo chegar? É claro que não! Ele continuará a se devotar àquelas coisas, mesmo depois da chegada do Apóstolo!

Portanto, seja no tempo de hoje, como no tempo de Jesus, a expressão “até que” não deve ser interpretada como uma mudança de situação a partir do momento indicado! José, como tudo leva a crer, nesses dois mil anos de vivência e de ensinamentos da fé cristã católica, e de vivências místicas de muitos santos, continuou a “não conhecer” (ou não ter relações sexuais) com Maria, mesmo depois do nascimento de Jesus. O versículo objetivava apenas ressaltar que durante todo o tempo de espera do parto, José não conheceu Maria. E tudo indica que tal situação permaneceu depois do parto, embora o versículo não tenha tido essa intenção, que, no entanto, por meio da boa e adequada interpretação, nos leva a assim entender.

Razões místicas

O misticismo cristão (refere-se à busca e à experiência direta da união com Deus) e a mística cristã (o estudo e a prática das tradições místicas dentro da fé cristã) particularmente na Igreja Católica, é uma experiência religiosa muito importante, pois, por bondade divina, complementa e esclarece nossa fé por meio dos muitos testemunhos dos inúmeros místicos da vida cristã ao longo dos séculos. Esses testemunhos foram, e ainda são, dados através de visões, revelações ou êxtases espirituais que ultrapassam o entendimento racional.

A Bíblia está cheia dessas experiências místicas, incluindo as de Maria e José, que foram visitados por anjos (que falam em nome de Deus ou o representam, sendo seus mensageiros). As experiências místicas na Bíblia e na vida cristã são muito fortes, marcando fortemente a vida do místico, a ponto de provocar nele uma verdadeira conversão de vida. A conversão de São Paulo, que, como se diz, “caiu do cavalo” ao ver e ouvir o Senhor Jesus, mudou-lhe a vida completamente, passando e perseguidor da Igreja de Cristo a evangelizador cristão. Muitas outras experiências místicas na Bíblia poderiam ser citadas, e todas com a mesma forte conversão do místico:

- Jonas, que teve de pregar a conversão da cidade de Nínive, após ser “obrigado” por ordem divina;

- Isaías, que se tornou profeta depois de ter tido uma visão impressionante de Deus no templo, onde viu serafins e ouviu a voz de Deus (Is 6, 1-8);

- Abraão, que teve a coragem de oferecer o próprio filho único, em holocausto, após ter recebido uma ordem direta de Deus (Gn 22, 1-13);

- Jeremias, que foi chamado por Deus ainda jovem e teve várias visões e experiências que moldaram seu ministério profético (Jr 1,4-10);

- Jacó, que depois de ter lutado contra o anjo de Deus, assumiu um novo nome – Israel – por ordem do próprio anjo (Gn 32, 25-30);

- Moisés, que, segundo uma intrigante tradição rabínica, após seu primeiro contato direto com Deus deixou de se relacionar sexualmente com sua esposa (MEIER, J. P. A Marginal Jew, Doubleday, 1991).

Todas essas experiências místicas levaram esses profetas a uma profunda mudança de vida e a um compromisso com a missão que Deus lhes confiava.

Maria e José e suas experiências místicas

Também Maria e José tiveram fortes experiências místicas por meio do anjo Gabriel. Maria foi a escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador, Jesus, e de uma forma totalmente sobrenatural. Ela teve uma experiência fortíssima da ação e da presença de Deus sobre ela. Pois não tendo qualquer contato sexual com “homem algum” viu crescer em seu ventre o Filho de Deus. Essa experiência, certamente, marcou tanto Maria, Nossa Senhora, que ela não teve outro caminho a seguir senão continuar virgem e com seu ventre consagrado ao Senhor, mesmo sendo esposa de um varão. José, por sua vez, depois de sua experiência mística, por meio das palavras do anjo, em sonho, não teve dúvidas em aceitar Maria como sua esposa e de respeitar, igualmente, aquele ventre sagrado que fora visitado pelo Espírito Santo de Deus para a encarnação do Deus Filho! Pode-se perguntar: que homem “justo”, que hoje chamaríamos de “santo”, não se decidiria por não “conhecer” sua esposa ao reconhecer nela a esposa do Espírito Santo, a Mãe do Deus Salvador (Jesus = Deus salva)?

Conclusão

Conclui-se, portanto, que a posição da Igreja Católica diante da expressão “irmãos de Jesus”, iluminada por tantos argumentos linguísticos, sociológicos e místicos, é de acolher a verdade de que Maria e José, tiveram um único Filho, Jesus, e que os demais “irmãos” e “irmãs” citados nos Evangelhos são, na verdade parentes (como primos). E que Maria e José, verdadeiros esposos, optaram, diante de tão forte e transformadora experiência mística e real por manterem-se castos e poder cuidar com toda a dedicação daquele que lhes foi confiado de forma tão amorosa pelo próprio Deus!

Uilso Aragono (dezembro de 2024).

sábado, 30 de novembro de 2024

OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ (BATISMO, EUCARISTIA E CONFIRMAÇÃO/CRISMA) - 2a Parte

 Dando continuidade ao texto do blogue anterior, apresento, abaixo, uma explanação sobre a Crisma (ou Confirmação) e a Eucaristia, dentro dos sacramentos da iniciação cristã.

Crisma/Confirmação: 

O Sacramento que torna um cristão adulto na fé; que o torna um soldado de Cristo; que consuma o Batismo (como se o Batismo ainda pedisse um complemento); é a plenitude do dom do Espírito Santo. (No Batismo recebe-se uma pequena amostra desse dom.) Como o herói He Man, agora, podemos dizer: “Eu tenho a força!”. 

Essa presença mais plena do Espírito Santo nos capacita a melhor exercermos a nossa fé cristã: nos dá os dons e os frutos do Espírito Santo! Os dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus; os frutos: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (ou autocontrole) [Gl 5, 22-23]. Quem não quer ter esses dons, sentir esses frutos na vida? 

A fé nos leva a acreditar que esses dons acrescentam algo benéfico à nossa vida, ao nosso espírito. Certamente, todos os cristãos devemos buscar este Sacramento. Não precisa levantar a mão, mas pergunto: quem já foi crismado aqui? Ou, quem ainda não foi crismado? Se a resposta é não, a Igreja recomenda fortemente que você busque esse Sacramento: ele muito nos ajuda na busca do bem viver, do bem relacionar-se, enfim, na busca da santidade! E sabemos que o grande objetivo da vida do cristão é, justamente, ser santo! É responder à convocação de Jesus: sede santo como vosso Pai no Céu é Santo! 

Só se recebe o Sacramento da Crisma uma única vez! É marca indelével. É para toda a vida. O ministro (normalmente, o Bispo) unge a testa do candidato e diz as palavras: “Recebe, por este sinal, o dom do Espírito Santo!”. 

Eucaristia: 

É o maior Sacramento nos deixado por Jesus: é a fonte, o coração e, ao mesmo tempo, o ápice, o cume da vida cristã, da vida da Igreja. É a presença real, viva e verdadeira de Cristo nas espécies de pão e vinho consagrados! Na Eucaristia, ou na Comunhão, nós católicos acreditamos piamente que esteja presente o Cristo completo: 100% homem e 100% Deus, e que se dá a nós para a nossa salvação e nossa santificação. 

Jesus disse: “Eu sou o pão vivo, descido do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. (...) Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna. (...) permanece em mim e eu nele” [Jo 6, 51.54.56]. Essas palavras, no evangelho de S. João, foram causa de escândalo para muitos dos discípulos de Jesus. De fato, a Cruz e a Eucaristia foram, ambas, pedras de tropeço, causas de escândalo para os judeus. 

A Eucaristia é a atualização, a presentificação do único sacrifício de Cristo. É na Missa, no Sacrifício Eucarístico que ocorre a transformação do pão no Corpo de Cristo e do vinho no Sangue de Cristo (tecnicamente: ocorre a “transubstanciação”. A Missa perpetua o sacrifício da Cruz, o sacrifício da nossa salvação. 

Tem vários nomes: Ação de Graças, Ceia do Senhor, Fração do Pão, Assembleia eucarística, Memorial da Paixão, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Comunhão e Santa Missa. Aliás, de onde vem o nome Missa? Das palavras do sacerdote ao final da celebração: “Ite missa est”, o que quer dizer: Vão, renovados, para a missão! 

Em dois momentos, na Bíblia, Cristo como que celebra a Missa: na última Ceia e no episódio dos discípulos de Emaús. A missa tem duas partes fundamentais: a liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística. Em Emaús: Jesus explica as escrituras e, depois, parte o Pão... 

É o próprio Cristo, o sumo sacerdote, quem preside a Celebração Eucarística e, na pessoa do sacerdote, oferece o sacrifício eucarístico.  

A transubstanciação ocorre quando o sacerdote/padre/presbítero (em nome do Bispo) pronuncia solenemente as palavras da última Ceia. Antes, quando ele pede para santificar as espécies de pão e de vinho, é para que esses dons do trabalho humano e da Criação divina sejam verdadeiramente santificados para, depois, tornarem-se o Corpo e o Sangue de Cristo. 

Comunhão supõe estado de graça. Portanto, sem pecado grave. Os pecados leves (veniais) são perdoados pela própria Eucaristia. Mas precisamos estar conscientes disso: se tivermos cometido pecados leves, devemos desejar essa purificação. Além disso, a Comunhão nos preserva dos pecados graves! A Igreja recomenda uma frequência à Eucaristia a maior possível. Para quem puder, recomenda até a comunhão diária (missa diária). É claro que isso supõe buscar o sacramento da reconciliação com alguma frequência, também. 

Aliás, disposição interior do cristão é fundamental para a recepção de todo e qualquer sacramento. Estar em estado de graça significa estar previamente em comunhão com Deus e com os irmãos, portanto, sem pecados graves. 

A visita ao Santíssimo Sacramento presente no tabernáculo, ou no Sacrário (onde estão as reservas eucarísticas), ou exposto no Ostensório é nosso dever de adoração para com Cristo. É prova de gratidão, de amor, de fé, e de reconhecimento de que Cristo é, de fato, nosso Deus maravilhoso! 

Conclusão: 

Meus queridos irmãos em Cristo, com esta reflexão, buscamos explicitar alguns dos muitos aspectos importantíssimos ligados a esses três Sacramentos da Iniciação Cristã. Que possamos refletir sobre eles, ler sobre eles, aprofundar a cada dia o significado de todos os sacramentos, e, sobretudo, vivenciá-los, darmos testemunhos dos seus efeitos em nossa vida, para que possamos crescer na fé e ajudar os nossos entes queridos e a Igreja a crescer a cada dia na santidade tanto desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo! 

 

 

Conteúdo da palestra para o ECC, 2ª Etapa: prof. Wilson Aragão Filho. Aposentador, Chanceler da Cúria Metropolitana de Vitória; uilso.arag@gmail.com.


Uilso Aragono (Nov. de 2024).

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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