sexta-feira, 30 de novembro de 2012

EDUCAÇÃO DA CONSCIÊNCIA (O mal dos maus exemplos)


Andar por um local de trabalho ou educacional e ver ambientes sujos, mal cuidados e feios pode influenciar a consciência e o comportamento de alguém? Esta é uma questão interessante de ser analisada e meditada.

Parece que a resposta mais correta é a afirmativa. Afinal de contas, há muito já se diz que “o homem é fruto do meio em que vive”. E como todos nós, cidadãos brasileiros da atualidade, estamos nos interessando, cada vez mais, pela educação da cidadania, não há como deixar de lado essa questão.

Embora o pensamento de que o homem seja um produto do meio onde vive não corresponda a uma verdade absoluta, há, no entanto, que se reconhecer a grande influência que o meio exerce sobre a consciência humana. Sendo assim, as autoridades e os responsáveis pelos ambientes que envolvem o cidadão – especialmente os mais jovens, ainda em idade de formação explícita da consciência – deveriam estar mais bem atentas às possíveis influências sobre seus concidadãos.

Uma universidade que apresente ambientes sujos, mal cuidados, e, por isso mesmo, feios – seria o caso da nossa UFES?... – não estaria trabalhando para o desenvolvimento, na mente de seus alunos, de uma consciência igualmente marcada por tais características? Não estariam sendo esses alunos “contaminados” pela visão cotidiana de um ambiente sujo, mal cuidado e feio? Não estariam eles se acostumando a situações como essas e achando-as “naturais”?

Essa reflexão aplica-se, igualmente, a ambientes de trabalho, nas áreas públicas e privadas. Aplicas-se, também, às cidades. E a pergunta que se faz é a mesma: não estarão, os trabalhadores, os cidadãos, sendo “contaminados” por ambientes feios, sujos e mal cuidados? não estará sua consciência sendo plasmada no sentido de considerar tais situações (de feiura, de sujeira) como naturais? E não irão eles reproduzir tais atitudes em sua vida pessoal, familiar, e em sociedade?

A consequência nefasta de situações como essas é que os cidadãos vão se acostumando com o feio, o sujo e o mal cuidado, como se fossem coisas naturais: sempre foi assim, e sempre será. Para que se preocupar em limpar, repintar, cuidar? Para que gastar dinheiro com essas coisas? Há coisas mais importantes com que se gastar o dinheiro...

Por que, em países ditos desenvolvidos, os laboratórios de suas escolas são tão bem organizados, limpos e bonitos? Por que pequenas cidades americanas são tão bonitas, com ruas arborizadas, limpas e com calçadas dignas? É uma questão de mentalidade, de consciência do povo e, particularmente, das autoridades. Como foi formada tal consciência?...

A verdade é que uma consciência educada para o exercício eficaz da cidadania, forma-se sob influências as mais variadas, incluindo-se entre essas, a visão do meio ambiente, que pode ser um bom ou um mal exemplo para as pessoas, especialmente, as mais jovens. Que nossas autoridades possam conscientizar-se de que o cuidado dos nossos espaços de educação, de trabalho e de vida social tem importância muito maior do que se lhe está sendo atribuída.

Uilso Aragono (novembro/2012)

Quem sou eu

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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