COMO ESTUDAR E COMO APRENDER (PARTE II)

Dando continuidade ao texto do mês de março, apresento a seguir a segunda e última parte relativa ao assunto do título: como estudar e como aprender. Falo, agora, de alguns aspectos, também, muito importantes relativos ao assunto: o conhecimento que nos modifica, a habilidade de resumir os assuntos estudados e a importância do professor, do livro e do auto estudo.

O CONHECIMENTO NOS MODIFICA 

É importante chamar a atenção para o fato de que a memorização é fundamental na obtenção de qualquer conhecimento. E que este conhecimento deve nos modificar. Isto é, o aluno, uma vez que tenha dominado o assunto, estudado com eficácia, não é mais a mesma pessoa. Agora tem mais poder! Tem o poder de orientar aqueles que ainda não dominam o assunto. 

A fixação, pela memorização do conteúdo, é a maneira pela qual o estudante  terá certeza de que o conhecimento se tornou algo concreto, ativo, com  o que ele poderá, de fato, contar. É diferente daquele pseudo conhecimento (ou falso conhecimento) em que o aluno tem a impressão de ter aprendido o assunto, mas, quando precisa contar com ele, não se sente capaz para tanto. 

O conhecimento, verdadeiramente apreendido, é algo que modifica o aprendiz. De fato, ninguém é a mesma pessoa depois de ter aprendido algo novo. Este conhecimento, que lhe dá poder, como visto acima, também o modifica: é uma nova pessoa. De fato, este é um aspecto da avaliação da aprendizagem que é dificilmente levado em conta durante a avaliação do aluno. Pois o aluno somente será bem avaliado se o professor conseguir ponderar o quanto aquele foi modificado desde o início do curso. O aluno que inicia uma unidade curricular não é o mesmo que a conclui. Este, após ter, efetivamente aprendido a matéria proposta, é uma nova pessoa: tem mais poder, sente-se mais seguro, mais maduro, etc. Enfim, o conhecimento adquirido o modificou. Por isto pode-se dizer que um aluno, ao final do curso completo, tem direito a um diploma: é uma pessoa habilitada; é um profissional formado! 

IMPORTÂNCIA DO RESUMIR 

Uma outra faceta importantíssima no processo de estudar e aprender é a capacidade de resumir os assuntos estudados. Um capítulo lido, uma palestra presenciada, um vídeo assistido, tudo isto deve ser objeto de um resumo, se se quer, de fato, atingir-se a aprendizagem do assunto.  

Mas o que é resumir? Resumir é a tentativa de como que "separar o joio do trigo". Isto é, o estudante tentará identificar a ideia essencial, separando-as daquelas secundárias (ou terciárias, etc.). Tentará identificar, no assunto apresentado, aquilo que mais diretamente tem a ver com o seu título. Aliás, se há um resumo mais eficaz de um assunto a ser apresentado é, justamente, o seu título. Eis aqui, também, uma importante razão para que tal título seja muito bem escrito pelo autor. Quando esse título não é bem escolhido, o estudante fica prejudicado... 

Resumir é, também, a tentativa de "esquematizar" o assunto  apresentado. Um esquema é uma estrutura em que se consegue colocar o titulo, o objetivo, as principais ideias (partes) e a conclusão. Quando não se consegue fazer um tal esquema, é por dois possíveis motivos: ou o aluno ainda não desenvolveu a capacidade de resumir, ou o autor não foi suficientemente claro na apresentação (o que não é raro!...). 

PROFESSOR OU LIVRO? 

No processo de aprendizagem, o aluno encontra-se diante de duas possibilidades mais comuns. Ou está diante de um professor, que lhe apresentará os conteúdos do assunto, ou estará diante de um livro. Em termos de clareza e de facilidade de se acompanhar o assunto, um livro, bem feito, tem vantagens sobre o professor.  

O livro, bem feito, apresentará os conteúdos de forma bem estruturada, previamente bem pensada, sem erros, e o aluno poderá acompanhar a apresentação do assunto de acordo com o seu próprio e individualizado ritmo.  

Já um professor, ao apresentar o mesmo assunto, estará impondo um único ritmo de palestra, o que poderá ser bom para uns alunos, mas ruim para outros. E a apresentação não costuma ser tão estruturada, como se dá em um livro, já que o professor procurará ser menos formal, utilizando um método mais conversacional, incluindo perguntas (e interrupções) dos alunos.  

Eis por que a tendência da educação mundial é passar para sistemas de auto estudo (autoaprendizagem) ou auto didática, em que o aluno se responsabilize por buscar o conhecimento, sobretudo a partir de material previamente preparado (livros, apostilas, etc.), e o professor desempenha suas verdadeiras funções: planejador, orientador, esclarecedor de dúvidas, avaliador, etc. 

CONCLUSÃO 

O estudar e o aprender,  por tudo o que foi refletido e ponderado acima, são faces de uma mesma moeda: a moeda da busca do conhecimento! Nessa busca, o aluno e o professor devem trabalhar como agentes de igual importância. Se o professor não é capaz de "ensinar" (ou transmitir conhecimentos), por outro lado é muito importante nos aspectos de planejamento, orientação, esclarecimento de dúvidas, de incentivador, avaliador, etc.. E o aluno, passando a assumir ser um agente tão importante quanto o professor, haverá de dedicar-se com muito mais empenho nas tarefas de leitura, elaboração de dúvidas, de memorização, de elaboração de resumos, etc.. E o processo de avaliação haverá de buscar identificar, sobretudo, o quanto o estudante foi modificado pela aprendizagem, efetivamente, alcançada.

//Desejando ler a parte anterior, basta clicar no link abaixo:
https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2017/03/como-estudar-e-como-aprender-parte-i.html

//Desejando ler sobre o mesmo assunto, basta clicar sobre o link abaixo;
https://mondaespero-blog-uilso.blogspot.com/2013/10/o-professor-e-aprendizagem.html

Uilso Aragono. (maio de 2017)