Os milagres de Jesus,
descritos nos quatro Evangelhos, são obras maravilhosas e, verdadeiramente,
arrebatadoras! São capazes de nos encantar a todos e de provocar uma profunda
reflexão sobre quem é este Homem, capaz de tantos feitos impossíveis aos homens
comuns... O texto abaixo procura identificar, a partir de uma busca nos
Evangelhos, quais são esses milagres, e apresenta-os por meio de uma breve
descrição. Desta vez, em relação ao Evangelho de S. Lucas. Algum comentário
comparativo entre os Evangelhos é feito.
10. A CURA DO PARALÍTICO
DESCIDO PELO TELHADO: Certo dia, Jesus estava ensinando. Estavam aí,
sentados, fariseus e doutores da Lei, vindos de todos os povoados da Galileia, da
Judeia e até de Jerusalém. Chegaram, então, algumas pessoas levando, numa cama,
um homem que estava paralítico. Subiram, então, ao terraço e, através das
telhas, desceram o homem com a cama, no meio, diante de Jesus. Vendo a fé que
eles tinham, Jesus disse: “Homem, seus pecados estão perdoados”. Os doutores da
Lei e os fariseus começaram a pensar: “Quem é esse que está falando
blasfêmias?”. Mas Jesus percebeu o que
eles estavam pensando. Tomou então a palavra e disse: “Por que vocês pensam
assim? O que é mais fácil? Dizer: ‘Seus pecados estão perdoados’, ou dizer:
‘Levante-se e ande’? Pois bem: para vocês saberem que o Filho do Homem tem
poder para perdoar pecados, – disse Jesus ao paralítico – eu ordeno a você:
Levante-se, pegue a sua cama, e volte para casa”. No mesmo instante, o homem se
levantou diante deles, pegou a cama onde estava deitado, e foi para casa, louvando
a Deus” (Lc 5, 17ab.18a.19b.20-21b.22-25). – Nesta passagem, similar a
Mateus (9, 2-7) e a Marcos (2, 3-12), Jesus nos mostra que mais importante que
a cura física é a cura espiritual. Aliás, muitas vezes, a cura física é
decorrência das dimensões mental ou espiritual da pessoa: doenças mentais ou
espirituais costumam ter consequências (chamadas psicossomáticas ou
pneumossomáticas) no corpo físico. No entanto, como sinal de sua messianidade,
e para espanto dos fariseus, Jesus resolve curar fisicamente o paralítico, e de
forma instantânea. Quem, se não Deus para fazer isto?
11. JESUS CURA UM HOMEM COM A
MÃO SECA: Em outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Aí
havia um homem com a mão direita seca. Os doutores e os fariseus espiavam para
ver se Jesus iria curá-lo durante o sábado e, assim, encontrarem motivo para
acusá-lo. Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse ao homem da mão
seca: “Levante-se e fique no meio”. Ele se levantou e ficou de pé. Jesus disse
aos outros: “Eu pergunto a vocês: a Lei permite no sábado fazer o bem ou fazer
o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?”. Então Jesus olhou para todos
os que estavam ao seu redor e disse ao homem: “Estenda a mão”. O homem assim o
fez, e sua mão ficou boa (Lc 6, 6-10). – Neste episódio, similar ao que se
relata em Mateus (12, 9-13) e em Marcos (3, 1-6), Jesus nos ensina que a Lei
deve ser interpretada em vista do bem do ser humano e que guardar o dia de
descanso do Senhor, deixando-se de fazer as atividades rotineiras para o
sustento da vida, é bem diferente de se deixar de fazer o bem: este se impõe em
qualquer dia ou qualquer situação.
12. JESUS CURA A TODOS: Jesus
desceu da montanha com os doze apóstolos e parou num lugar plano. Estava aí
numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judeia,
de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidônia. Foram para ouvir Jesus e serem
curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus
foram curados. Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía
dele e curava a todos (Lc 6, 17-19). – Como em Mateus (4, 24-25) e Marcos
(3, 7-12) aqui também Jesus cura a todos os que buscam ouvir seus ensinamentos
e serem curados. E, mais uma vez, Jesus cura doentes e endemoniados (atormentados
por espíritos maus), o que mostra que o povo de então sabia bem diferenciar um
doente de uma pessoa atacada por espíritos maus! Isto é, se não soubessem, o
autor teria dito simplesmente: todos eram doentes ou todos eram
endemoniados...
13. JESUS CURA O EMPREGADO DO
OFICIAL ROMANO: Jesus entrou na cidade de Cafarnaum. Havia ali um oficial
romano que tinha um empregado, a quem estimava muito. O empregado estava
doente, a ponto de morrer. O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns
anciãos dos judeus para pedir a Jesus que fosse salvar o empregado. Então Jesus
pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial
mandou alguns amigos dizer a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois eu não sou
digno de que entres em minha casa; nem sequer me atrevi a ir pessoalmente ao
teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu empregado ficará curado”. Ouvindo
isso, Jesus ficou admirado. Voltou-se para a multidão que o seguia e disse: “Eu
declaro a vocês que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Os mensageiros
voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde (Lc
7, 1b-3.6-7.9-10). – É um episódio semelhante ao que relatam tanto Mateus
(8,5-10.13) como João (4,46-54). Impressiona a fé do oficial romano (ou centurião)
que, mesmo não sendo judeu, demonstrou enorme fé na pessoa de Jesus, a ponto de
fazê-lo declarar à multidão nunca ter encontrado tamanha fé em Israel! E a
Igreja Católica utiliza a expressão do oficial romano na sua Missa, ao final da
Oração Eucarística, em que a assembleia diz, exatamente: “Senhor, eu não sou
digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Esta
é uma entre muitas palavras evangélicas que a Igreja utiliza na Celebração Eucarística
(ou Missa).
14. JESUS CURA O FILHO DA
VIÚVA DE NAIM: Em seguida, Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Quando
chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho
único e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela. Ao vê-la, o
Senhor teve compaixão dela e lhe disse: “Não chore!”. Depois, aproximou-se,
tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Então Jesus disse: “Jovem, eu
lhe ordeno, levante-se!”. O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o
entregou à sua mãe. Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus,
dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo!”
(Lc 7, 11a-16). – É um relato próprio do evangelista Lucas, mostrando que
Jesus é o Messias, pois logo à frente, em seu Evangelho, Lucas vai colocar na
boca de Jesus a resposta a João Batista: “ Voltem e contem a João o que vocês
viram e ouviram: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos
são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa Notícia é
anunciada aos pobres. E feliz é aquele que não se escandaliza de mim!” (Lc,
7,22-23).
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Uilso Aragono (Junho, 2020)