Eucaristia tem o significado de “ação de graças”. É, portanto, um sacramento em que o fiel cristão, ao vivenciá-lo, dá graças a Deus por todos os Seus benefícios, especialmente pela entrega de Seu Filho Jesus Cristo ao sacrifício da cruz por nossa salvação, pela vida nova que nos proporcionou e nos proporciona.
Teologicamente
É
o maior sacramento dos sete existentes na Igreja Católica Apostólica Romana. É
o sacramento do Amor, da entrega, do serviço, da vida plena. É a maior união mística
e corpórea possível entre o fiel cristão e nosso Senhor Jesus Cristo. É o Cristo
que se entrega a nós, num pedaço de pão – que é Ele mesmo! –, para nossa salvação,
nossa santificação e para a salvação e santificação do mundo, por meio de nós,
cristãos. Sim, a Igreja é, também, sacramento de salvação para o mundo, por
meio da Eucaristia!
A
Eucaristia é o pão vivo descido do Céu (Jo 6, 48-51). É o sacrifício definitivo
oferecido a Deus em nome da Nova Aliança com Seu Povo – o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo!
É
a presença real e verdadeira de Jesus nas espécies de pão e de vinho, através
da denominada “transubstanciação”: as aparências de pão e de vinho permanecem,
mas sua substância, após a consagração pelo sacerdote, passa a ser a de Jesus
Cristo. E isto se tem verificado – por bondade do Senhor – ao longo dos séculos
da vida da Igreja, por meio dos chamados milagres eucarísticos, dos quais o de
Lanciano, na Itália, desde o século VIII, é dos mais conhecidos e admiráveis.
Finalmente,
a Eucaristia é a essência da Missa: a manifestação gloriosa da morte e da
ressurreição do Senhor Jesus. É a quintessência do Cristianismo, o centro da
vida cristã. É um grande milagre em cada Missa!
Vivencialmente
A
Eucaristia, do ponto de vista da vivência cristã, é a comunhão com Cristo e com
os irmãos. É alimento para o corpo e a para a alma. Há muitos relatos de cristãos
– nem todos declarados santos da Igreja – que viveram anos sem outro alimento
senão a Hóstia (que quer dizer “a vítima”), senão a Eucaristia. E é a alma,
isto é, a vontade, a coragem, a força e o testemunho, que mais se beneficiam,
normalmente, da comunhão eucarística.
A
Eucaristia sacia nossas mais profundas carências humanas e espirituais. Tornamo-nos
sacrários vivos e ambulantes, após recebermos a comunhão. Não seria necessário,
a rigor, ajoelharmo-nos após a comunhão, pois o Cristo vivo está dentro de nós,
cristificando-nos, santificando-nos...
A
Eucaristia é a própria Missa, também chamada de Santa Eucaristia, que nos
renova e nos envia, como missionários, a cumprir a vontade de Deus na vida cotidiana:
a sermos “sal e luz do mundo”, como o próprio Cristo!
Condições para se receber a
Eucaristia
Uma condição
fundamental para que recebamos a Comunhão (ou a Eucaristia) com eficácia
espiritual é termos fé na presença real e verdadeira do Cristo Jesus nesse
sacramento. E ter fé, em qualquer amplitude, é fruto da busca pessoal de Deus e,
ao mesmo tempo, é dom gratuito desse mesmo Deus que nos ama e que nos quer
atrair a Ele.
Para bem recebermos
a Eucaristia, devemos também estar buscando a conversão a cada dia, pela
oração, pela busca da santidade e pelo exercício da confissão auricular
(confissão sacramental) frequente (o que depende da consciência e da prática
religiosa de cada um), o que nos ajudará, por sua vez, no aperfeiçoamento dessa
conversão diária.
É também
estarmos desejosos de louvar e agradecer a Deus (Eucaristia é “ação de graças”)
por todos os Seus benefícios: nossa própria vida – sustentada pelo Seu “sopro”
–, nossa saúde física e espiritual, nossa paz interior e nossos bons
relacionamentos familiares e sociais.
É estar na amizade
com Deus, isto é, em “estado de graça”, o que só é possível, verdadeiramente,
após uma boa confissão sacramental, onde se busque, sinceramente, o perdão e a
penitência correspondente: “Vá primeiro reconciliar-se com seu irmão (...)”. Mas
é bom e reconfortável recordarmo-nos de que a Eucaristia perdoa os pecados
leves que talvez, desde a última Confissão, possamos ter cometido.
É querer ouvir
e acolher a Palavra de Deus: Cristo é a Palavra definitiva pronunciada pelo Pai
para cada um de nós. E é na Missa, de forma particular e magnífica, na mesa da
Palavra, que se pode mais bem acolher a Palavra de Deus, recebendo-a como
verdadeira “comunhão”, pois Cristo é, também, o Verbo, a Palavra de Deus!
Finalmente, uma
última condição, é o desejo sincero de comunhão fraternal com os irmãos em
Cristo. É o desejo de reconciliação com aqueles com os quais ainda tenhamos quaisquer
rusgas e desentendimentos.
Conclusões
Viver a Eucaristia, o Sacramento do Amor, é, portanto:
·
Viver a fé no Cristo Vivo;
·
Alimentar-se do corpo e do sangue de Cristo,
tornando-se um com Ele;
·
Curar-se física e espiritualmente;
·
Obter e vivenciar verdadeiras paz e felicidade;
·
Ter a garantia da viva eterna em Cristo, nosso
Senhor!
Que busquemos, a cada dia, com sinceridade e fé, nossa
santidade pessoal por meio da vivência do belíssimo e maravilhoso Sacramento da
Eucaristia!
Uilso Aragono (jun. de
2022).
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