quarta-feira, 29 de junho de 2022

A EUCARISTIA: SACRAMENTO DO AMOR

Eucaristia tem o significado de “ação de graças”. É, portanto, um sacramento em que o fiel cristão, ao vivenciá-lo, dá graças a Deus por todos os Seus benefícios, especialmente pela entrega de Seu Filho Jesus Cristo ao sacrifício da cruz por nossa salvação, pela vida nova que nos proporcionou e nos proporciona.

Teologicamente

               É o maior sacramento dos sete existentes na Igreja Católica Apostólica Romana. É o sacramento do Amor, da entrega, do serviço, da vida plena. É a maior união mística e corpórea possível entre o fiel cristão e nosso Senhor Jesus Cristo. É o Cristo que se entrega a nós, num pedaço de pão – que é Ele mesmo! –, para nossa salvação, nossa santificação e para a salvação e santificação do mundo, por meio de nós, cristãos. Sim, a Igreja é, também, sacramento de salvação para o mundo, por meio da Eucaristia!

               A Eucaristia é o pão vivo descido do Céu (Jo 6, 48-51). É o sacrifício definitivo oferecido a Deus em nome da Nova Aliança com Seu Povo – o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

               É a presença real e verdadeira de Jesus nas espécies de pão e de vinho, através da denominada “transubstanciação”: as aparências de pão e de vinho permanecem, mas sua substância, após a consagração pelo sacerdote, passa a ser a de Jesus Cristo. E isto se tem verificado – por bondade do Senhor – ao longo dos séculos da vida da Igreja, por meio dos chamados milagres eucarísticos, dos quais o de Lanciano, na Itália, desde o século VIII, é dos mais conhecidos e admiráveis.

           Finalmente, a Eucaristia é a essência da Missa: a manifestação gloriosa da morte e da ressurreição do Senhor Jesus. É a quintessência do Cristianismo, o centro da vida cristã. É um grande milagre em cada Missa!

Vivencialmente

        A Eucaristia, do ponto de vista da vivência cristã, é a comunhão com Cristo e com os irmãos. É alimento para o corpo e a para a alma. Há muitos relatos de cristãos – nem todos declarados santos da Igreja – que viveram anos sem outro alimento senão a Hóstia (que quer dizer “a vítima”), senão a Eucaristia. E é a alma, isto é, a vontade, a coragem, a força e o testemunho, que mais se beneficiam, normalmente, da comunhão eucarística.

        A Eucaristia sacia nossas mais profundas carências humanas e espirituais. Tornamo-nos sacrários vivos e ambulantes, após recebermos a comunhão. Não seria necessário, a rigor, ajoelharmo-nos após a comunhão, pois o Cristo vivo está dentro de nós, cristificando-nos, santificando-nos...

               A Eucaristia é a própria Missa, também chamada de Santa Eucaristia, que nos renova e nos envia, como missionários, a cumprir a vontade de Deus na vida cotidiana: a sermos “sal e luz do mundo”, como o próprio Cristo!

 

Condições para se receber a Eucaristia

Uma condição fundamental para que recebamos a Comunhão (ou a Eucaristia) com eficácia espiritual é termos fé na presença real e verdadeira do Cristo Jesus nesse sacramento. E ter fé, em qualquer amplitude, é fruto da busca pessoal de Deus e, ao mesmo tempo, é dom gratuito desse mesmo Deus que nos ama e que nos quer atrair a Ele.

Para bem recebermos a Eucaristia, devemos também estar buscando a conversão a cada dia, pela oração, pela busca da santidade e pelo exercício da confissão auricular (confissão sacramental) frequente (o que depende da consciência e da prática religiosa de cada um), o que nos ajudará, por sua vez, no aperfeiçoamento dessa conversão diária.

É também estarmos desejosos de louvar e agradecer a Deus (Eucaristia é “ação de graças”) por todos os Seus benefícios: nossa própria vida – sustentada pelo Seu “sopro” –, nossa saúde física e espiritual, nossa paz interior e nossos bons relacionamentos familiares e sociais.

É estar na amizade com Deus, isto é, em “estado de graça”, o que só é possível, verdadeiramente, após uma boa confissão sacramental, onde se busque, sinceramente, o perdão e a penitência correspondente: “Vá primeiro reconciliar-se com seu irmão (...)”. Mas é bom e reconfortável recordarmo-nos de que a Eucaristia perdoa os pecados leves que talvez, desde a última Confissão, possamos ter cometido.

É querer ouvir e acolher a Palavra de Deus: Cristo é a Palavra definitiva pronunciada pelo Pai para cada um de nós. E é na Missa, de forma particular e magnífica, na mesa da Palavra, que se pode mais bem acolher a Palavra de Deus, recebendo-a como verdadeira “comunhão”, pois Cristo é, também, o Verbo, a Palavra de Deus!

Finalmente, uma última condição, é o desejo sincero de comunhão fraternal com os irmãos em Cristo. É o desejo de reconciliação com aqueles com os quais ainda tenhamos quaisquer rusgas e desentendimentos.

Conclusões

               Viver a Eucaristia, o Sacramento do Amor, é, portanto:

·        Viver a fé no Cristo Vivo;

·        Alimentar-se do corpo e do sangue de Cristo, tornando-se um com Ele;

·        Curar-se física e espiritualmente;

·        Obter e vivenciar verdadeiras paz e felicidade;

·        Ter a garantia da viva eterna em Cristo, nosso Senhor!

               Que busquemos, a cada dia, com sinceridade e fé, nossa santidade pessoal por meio da vivência do belíssimo e maravilhoso Sacramento da Eucaristia!

Uilso Aragono (jun. de 2022).

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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