segunda-feira, 30 de maio de 2022

PATERNIDADE RESPONSÁVEL

 Todo filho é adotivo! E todo pai só se faz pai de verdade à medida que adota seu filho. Adotar significa: acolher como filho; reconhecer que ele merece uma boa parte do nosso tempo pare ele; dedicar a ele uma relação de amor, isto é, compreensão, respeito às suas fases de vida, carinho e atenção.

Ninguém aprende a ser pai ou mãe

Devemos reconhecer, enquanto pais, que não aprendemos, não fomos “ensinados” e nem “treinados” para ser pais; não existem cursos para pais. Isto nos deve levar a ter muita humildade na vivência da paternidade, já que não temos “diploma de pai”.

Nossa experiência de pais nos deve levar a buscar a aprendizagem, a cada dia, como quem aprende uma coisa nova! Para isso, devemos manifestar interesse! Interesse pelo assunto “ser pai”. Buscar boas leituras, palestras, e bons vídeos, hoje facilmente encontráveis nos canais do Youtube, por exemplo.

E na prática – como um autodidata –, procurar desenvolver o espírito de observação crítica, perguntando-se sempre:  o que é melhor para meu filho?

Estar preparado e ter disposição para recomeçar a qualquer tempo. Experimentar técnicas e sugestões aprendidas nos vídeos, leituras e palestras vivenciados.

E, como Salomão, pedir o dom da sabedoria divina nessa árdua e desafiante missão de ser pai. Para isso, não podemos esquecer e, menos ainda, negligenciar a oração diária, a vivência dos sacramentos da Igreja, tanto na dimensão pessoal quanto nas dimensões conjugal e familiar.

Coisas importantes

Sobre a educação sexual, tema candente e complicado, há que se perguntar: em que ambiente, preferencialmente, devem os filhos aprender? Por ser um assunto da intimidade da vida das pessoas, não há dúvidas de que o melhor ambiente é a casa, é na família, e não na escola, e muito menos na rua.

Quanto à educação religiosa, igualmente é na família que deve acontecer. E nesse caso, o exemplo dos pais é fundamental para a boa educação religiosa dos filhos. Se os pais vivenciarem a vida religiosa, a participação na igreja, na comunidade eclesial, os filhos naturalmente terão a oportunidade de muito aprender e se interessar por esse aspecto tão importante na vida das pessoas.

O falecido padre, médico, psicólogo e escritor João Mohana, grande personagem brasileiro nascido em 1925, em Bacabal, no Maranhão, ensinava que os pais, para bem educarem os filhos, devem, sobretudo, “amarem-se profundamente”.  Pois este amor conjugal passa segurança aos filhos; estes sentem-se, igualmente, amados pelos pais. E a educação moral, espiritual e social dos filhos ocorre com naturalidade, na base do amor. E esta é a maior herança que os pais podem deixar para os filhos: a herança moral.

Em termos de estudos e sociabilização dos filhos, há que se procurar colocar os filhos em boas escolas e acompanhar o seu desenvolvimento escolar. Os pais devem participar da escola dos filhos, dando todo o apoio ao filho nos estudos domiciliares e devem participar dos encontros de pais e professores, se houver. E, não havendo, que os pais procurem conhecer a escola do filho, através do contato com professores e diretores. Só pelo acompanhamento dos passos do filho na escola pode-se ter certeza de que sua educação social e sua escolaridade estejam de acordo com o que esperam os pais.

Mas os pais devem preocupar-se, também, com a questão – fundamental! – da afetividade dos filhos. O afeto é a maior das carências do ser humano! Os filhos precisam receber carinho e afeto dos pais e responsáveis, através de beijos, abraços, elogios e incentivos adequados. É claro que os castigos podem e devem acontecer, mas sempre envoltos pela aura do amor: castigos proporcionais ao delito e claramente aplicados para o bem do filho, que deve assim perceber.

Paternidade responsável

Algumas dicas podem ser deixadas aqui a título de orientações para um bom e eficaz exercício de paternidade responsável:

     Dialogar sempre! – mas diálogo não é falar todas as verdades (isso é coisa de bêbados);

    Reconhecer os próprios erros – aplica-se aos pais, para demonstrar humildade e mostrar que os adultos, os pais, os professores também erram, e precisam desculpar-se;

     Dar chance ao filho para decidir algumas questões;

     Entender que há fases na vida do filho, e que essas passam, uma após a outra;

     Marcar passeios com os filhos: pai com o filho, mãe com a filha e todos juntos;

     Segurar os filhos pelas mãos: contato afetivo, demonstrando amor, carinho, proteção;

    Dar castigo (como já dito acima) proporcional ao erro do filho: nem muito longo, nem muito severo e, sempre, justificado.

Conclusão

Todo pai quer ser o melhor pai do mundo! Toda mãe quer ser a melhor mãe do mundo! Que bom! Mas, para isso, é preciso estar atentos e dispostos a buscar a sabedoria divino-humana, através da oração, dos estudos e da observação crítica da experiência diária. É necessário assumir a paternidade, a maternidade, a responsabilidade de pais; é necessária a participação ativa na vida dos filhos; é preciso, finalmente, muito amor conjugal e familiar para a boa e eficaz educação dos filhos.

Uilso Aragono. (maio de 2022)

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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