Todo filho é adotivo! E todo pai só se faz pai de verdade à medida que adota seu filho. Adotar significa: acolher como filho; reconhecer que ele merece uma boa parte do nosso tempo pare ele; dedicar a ele uma relação de amor, isto é, compreensão, respeito às suas fases de vida, carinho e atenção.
Ninguém aprende a ser pai ou
mãe
Devemos reconhecer, enquanto
pais, que não aprendemos, não fomos “ensinados” e nem “treinados” para ser pais;
não existem cursos para pais. Isto nos deve levar a ter muita humildade na
vivência da paternidade, já que não temos “diploma de pai”.
Nossa experiência de pais nos deve
levar a buscar a aprendizagem, a cada dia, como quem aprende uma coisa nova!
Para isso, devemos manifestar interesse! Interesse pelo assunto “ser pai”. Buscar
boas leituras, palestras, e bons vídeos, hoje facilmente encontráveis nos
canais do Youtube, por exemplo.
E na prática – como um autodidata
–, procurar desenvolver o espírito de observação crítica, perguntando-se sempre:
o que é melhor para meu filho?
Estar preparado e ter disposição para
recomeçar a qualquer tempo. Experimentar técnicas e sugestões aprendidas nos vídeos,
leituras e palestras vivenciados.
E, como Salomão, pedir o dom da
sabedoria divina nessa árdua e desafiante missão de ser pai. Para isso, não podemos
esquecer e, menos ainda, negligenciar a oração diária, a vivência dos
sacramentos da Igreja, tanto na dimensão pessoal quanto nas dimensões conjugal
e familiar.
Coisas importantes
Sobre a educação sexual, tema candente
e complicado, há que se perguntar: em que ambiente, preferencialmente, devem os
filhos aprender? Por ser um assunto da intimidade da vida das pessoas, não há dúvidas
de que o melhor ambiente é a casa, é na família, e não na escola, e muito menos
na rua.
Quanto à educação religiosa,
igualmente é na família que deve acontecer. E nesse caso, o exemplo dos pais é
fundamental para a boa educação religiosa dos filhos. Se os pais vivenciarem a
vida religiosa, a participação na igreja, na comunidade eclesial, os filhos
naturalmente terão a oportunidade de muito aprender e se interessar por esse aspecto
tão importante na vida das pessoas.
O falecido padre, médico, psicólogo
e escritor João Mohana, grande personagem brasileiro nascido em 1925, em
Bacabal, no Maranhão, ensinava que os pais, para bem educarem os filhos, devem,
sobretudo, “amarem-se profundamente”. Pois este amor conjugal passa segurança aos
filhos; estes sentem-se, igualmente, amados pelos pais. E a educação moral,
espiritual e social dos filhos ocorre com naturalidade, na base do amor. E esta
é a maior herança que os pais podem deixar para os filhos: a herança moral.
Em termos de estudos e sociabilização
dos filhos, há que se procurar colocar os filhos em boas escolas e acompanhar o
seu desenvolvimento escolar. Os pais devem participar da escola dos filhos,
dando todo o apoio ao filho nos estudos domiciliares e devem participar dos
encontros de pais e professores, se houver. E, não havendo, que os pais
procurem conhecer a escola do filho, através do contato com professores e diretores.
Só pelo acompanhamento dos passos do filho na escola pode-se ter certeza de que
sua educação social e sua escolaridade estejam de acordo com o que esperam os
pais.
Mas os pais devem preocupar-se,
também, com a questão – fundamental! – da afetividade dos filhos. O afeto é a maior
das carências do ser humano! Os filhos precisam receber carinho e afeto dos
pais e responsáveis, através de beijos, abraços, elogios e incentivos adequados.
É claro que os castigos podem e devem acontecer, mas sempre envoltos pela aura
do amor: castigos proporcionais ao delito e claramente aplicados para o bem do
filho, que deve assim perceber.
Paternidade responsável
Algumas dicas podem ser deixadas aqui a título de orientações para um bom e eficaz exercício de paternidade responsável:
Dialogar sempre! – mas diálogo não é falar todas as verdades (isso é coisa de bêbados);
Reconhecer os próprios erros – aplica-se aos pais, para demonstrar humildade e mostrar que os adultos, os pais, os professores também erram, e precisam desculpar-se;
Dar chance ao filho para decidir algumas questões;
Entender que há fases na vida do filho, e que essas passam, uma após a outra;
Marcar passeios com os filhos: pai com o filho, mãe com a filha e todos juntos;
Segurar os filhos pelas mãos: contato afetivo, demonstrando amor, carinho, proteção;
Dar castigo (como já dito acima) proporcional ao erro do filho: nem muito longo, nem muito severo e, sempre, justificado.
Conclusão
Todo pai quer ser o melhor pai do
mundo! Toda mãe quer ser a melhor mãe do mundo! Que bom! Mas, para isso, é
preciso estar atentos e dispostos a buscar a sabedoria divino-humana, através da
oração, dos estudos e da observação crítica da experiência diária. É necessário
assumir a paternidade, a maternidade, a responsabilidade de pais; é necessária
a participação ativa na vida dos filhos;
é preciso, finalmente, muito amor conjugal e familiar para a boa e eficaz
educação dos filhos.
Uilso Aragono. (maio de 2022)
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