O agradecimento é um gesto que
deve ser feito por quem é beneficiado por outrem. Mas deve ser ele público ou
privado? A Deus, certamente, nossos agradecimentos devem ser públicos, por uma
questão de testemunho aos irmãos. A autoridades e a instituições públicas podem
ser públicos, enquanto que para amigos, irmãos, parentes, conhecidos... devem
ser privados.
AGRADECIMENTO COMO OBRIGAÇÃO MORAL
Quem agradece, ao seu benfeitor, é porque foi beneficiado por uma ajuda
qualquer. A situação de um benefício financeiro é tal que o beneficiado pode
ser classificado como um “necessitado”, enquanto o benfeitor, como um
“poderoso” (pois ele pode emprestar
ou doar ao necessitado).
Nessa situação, o necessitado, moralmente, está obrigado a agradecer ao
seu benfeitor, mas de forma privada. Pois se for cobrado a agradecer em
público, estará sendo submetido a uma situação de “humilhação”. E o benfeitor,
depois de ter feito um bem, causa um mal moral àquele que recebeu sua
benfeitoria inicial...
Moralmente, quem beneficia a seu amigo, a seu colega, etc., deve fazê-lo
sem intenção de receber nada em troca. Nem mesmo o agradecimento do beneficiado
(necessitado) deveria ser cogitado! E se o recebe, privadamente, normalmente
diz “por nada”, para enfatizar que o que fez foi sem segundas intenções.
AGRADECIMENTO PRIVADO
Normalmente, agradece-se a qualquer pessoa por qualquer coisa que esta
tenha feito pelo beneficiado, mesmo que nas relações comerciais, isto é, com
pagamento! Agradece-se a caixas de bancos ou de lojas, a garçons, a clientes, a
padres, etc.... e esses agradecimentos são, todos, privados, e não, públicos!
Se alguém ouve, é porque está suficientemente próximo do evento, embora a
intenção seja que, apenas, a pessoa benfeitora o ouça!
Mesmo que haja uma obrigação moral ou profissional de se prestar esse ou
aquele serviço, de se agir de acordo com alguma regra social ou legal – como em
relação a garçons, a motoristas diante de faixas de pedestres, a jovens cedendo
lugar a idosos –, o agradecimento, privado, é recomendado, segundo pensa o
próprio Papa Francisco.
AGRADECIMENTO PÚBLICO
Os agradecimentos públicos estão, normalmente, relacionados a situações
político-sociais ou religiosas, em geral, de caráter financeiro, onde tais
agradecimentos são esperados pela natureza mesma dessas relações: há
necessidade de que se divulguem tais benefícios, pois são situações disponíveis
a todos aqueles que estejam em situações de necessidade semelhantes. Os
benfeitores, são, nesses casos, em geral, entes jurídicos. Como exemplos, podem
ser citados professores-pesquisadores que recebem auxílio financeiro de
instituições promotoras do desenvolvimento das pesquisas sociais, beneficiados
por ajudas financeiras de instituições de amparo social, beneficiados por mutirões
de caráter de solidariedade, em situações de calamidades sociais.
Nas igrejas, em geral, que fornecem cestas básicas a famílias de necessitados, estes beneficiados somente agradecem privativamente: não há, pelo que se sabe, agradecimentos públicos! Já o padre ou o pastor agradece, publicamente, aos membros da igreja pelas contribuições, de qualquer espécie, que tenham sido feitas como resposta a seus clamores...
Nas igrejas, em geral, que fornecem cestas básicas a famílias de necessitados, estes beneficiados somente agradecem privativamente: não há, pelo que se sabe, agradecimentos públicos! Já o padre ou o pastor agradece, publicamente, aos membros da igreja pelas contribuições, de qualquer espécie, que tenham sido feitas como resposta a seus clamores...
CONCLUSÕES
O agradecimento é um gesto que denota um espírito elevado e deve ser
realizado por toda pessoa que tenha sido beneficiada por um benfeitor. E, em
geral, é um ato privado, não público, destinado, exclusivamente, ao benfeitor. Os
agradecimentos públicos são, em sua maioria, realizados a entidades jurídicas
que prestam serviços político-sociais, de caráter financeiro ou não. Até mesmo
porque esses últimos não podem ser feitos a uma pessoa, pois o benfeitor é uma
instituição jurídica!
Que benfeitores e beneficiados saibam agir de acordo com as justas
expectativas morais e sociais que orientam o comportamento dos cidadãos, para o
bem de todos!
Uilso Aragono (mar. 2018)
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