Andar por um local de trabalho ou educacional e ver ambientes sujos,
mal cuidados e feios pode influenciar a consciência e o comportamento de
alguém? Esta é uma questão interessante de ser analisada e meditada.
Parece que a resposta mais
correta é a afirmativa. Afinal de contas, há muito já se diz que “o
homem é fruto do meio em que vive”. E como todos nós, cidadãos
brasileiros da atualidade, estamos nos interessando, cada vez mais, pela
educação da cidadania, não há como deixar de lado essa questão.
Embora o pensamento de que o
homem seja um produto do meio onde vive não corresponda a uma verdade absoluta,
há, no entanto, que se reconhecer a grande influência que o meio exerce sobre a
consciência humana. Sendo assim, as autoridades e os responsáveis pelos
ambientes que envolvem o cidadão – especialmente os mais jovens, ainda em idade
de formação explícita da consciência – deveriam estar mais bem atentas às
possíveis influências sobre seus concidadãos.
Uma universidade que apresente
ambientes sujos, mal cuidados, e, por isso mesmo, feios – seria o caso da nossa
UFES?... – não estaria trabalhando para o desenvolvimento, na mente de seus
alunos, de uma consciência igualmente marcada por tais características? Não estariam
sendo esses alunos “contaminados” pela visão cotidiana de um ambiente sujo, mal
cuidado e feio? Não estariam eles se acostumando a situações como essas e
achando-as “naturais”?
Essa reflexão aplica-se,
igualmente, a ambientes de trabalho, nas áreas públicas e privadas. Aplicas-se,
também, às cidades. E a pergunta que se faz é a mesma: não estarão, os
trabalhadores, os cidadãos, sendo “contaminados” por ambientes feios, sujos e
mal cuidados? não estará sua consciência sendo plasmada no sentido de
considerar tais situações (de feiura, de sujeira) como naturais? E não irão
eles reproduzir tais atitudes em sua vida pessoal, familiar, e em sociedade?
A consequência nefasta de
situações como essas é que os cidadãos vão se acostumando com o feio, o sujo e
o mal cuidado, como se fossem coisas naturais: sempre foi assim, e sempre será.
Para que se preocupar em limpar, repintar, cuidar? Para que gastar dinheiro com
essas coisas? Há coisas mais importantes com que se gastar o dinheiro...
Por que, em países ditos
desenvolvidos, os laboratórios de suas escolas são tão bem organizados, limpos
e bonitos? Por que pequenas cidades americanas são tão bonitas, com ruas
arborizadas, limpas e com calçadas dignas? É uma questão de mentalidade, de
consciência do povo e, particularmente, das autoridades. Como foi formada tal
consciência?...
A verdade é que uma consciência
educada para o exercício eficaz da cidadania, forma-se sob influências as mais
variadas, incluindo-se entre essas, a visão do meio ambiente, que pode ser um
bom ou um mal exemplo para as pessoas, especialmente, as mais jovens. Que nossas
autoridades possam conscientizar-se de que o cuidado dos nossos espaços de
educação, de trabalho e de vida social tem importância muito maior do que se
lhe está sendo atribuída.
Uilso Aragono (novembro/2012)
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