Alguns cristãos dizem que Maria, a Mãe de Jesus, foi uma mulher como qualquer outra! Isto não deixa de ser verdade. No entanto, é apenas uma meia-verdade! Segundo se verifica nos textos dos quatro evangelistas, muitas passagens há que demonstram a mulher especial que foi e é Maria, a Mãe de Jesus.
1. A Cheia de Graça
Logo no início do Evangelho de Lucas, Maria recebe a visita do Anjo do Senhor que a saúda, não por seu nome, mas por um título especial: "Alegra-te Cheia de Graça"; e ainda completa: "O Senhor está contigo" (Lc 1,28 ou Lc 1:28). Ao final de suas palavras, o Anjo conclui: "Por isso o Santo que vai nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1, 35 ou Lc 1:31). Ora, não deve ser difícil de perceber que uma pessoa que recebe uma visita do próprio Deus - pois o Anjo é mensageiro de Deus! – e recebe uma missão única e especial, não pode ser considerada uma pessoa qualquer, mas merece, no mínimo os títulos, atribuídos pelo próprio Senhor: Maria, "Cheia de Graça"; Maria, "Mãe do Filho de Deus".
2. A Mãe do Messias
No Evangelho de Mateus, observa-se que a descrição da genealogia de Jesus segue o esquema: "Jeconias foi o pai de Salatiel; Salatiel foi o pai de Zorobabel..." (Mt 1,12.13 ou Mt 1:12,13), isto é: um pai gerando um filho homem. No entanto, quando se chega a José, o esquema é rompido: não se diz "José, foi o pai de Jesus", mas sim: "José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Messias" (Mt 1,16 ou Mt 1:16). A importância de Maria é ressaltada pelo Evangelho, mais uma vez, quando lhe atribui mais um título: "Maria, Mãe do Messias". Ora, títulos são atribuídos a pessoas especiais...
3. A Bem-aventurada
Uma outra passagem evangélica é aquela em que Isabel, sua prima já idosa, e grávida de João Batista, ouve sua saudação e percebe que a criança pula de alegria em seu seio. E Isabel, "cheia do Espírito Santo" proclama, em alta voz, Maria, como a "bendita entre todas as mulheres" ( Lc 1,42 ou Lc 1:42), e se reconhece honrada, feliz, admirada pelo fato de que "a Mãe de meu Senhor venha visitar-me!" (Lc 1,43 ou Lc 1:43). Esta manifestação de Isabel, outra mulher tocada por uma graça especial de Deus, é claramente, uma manifestação de duas pessoas da Santíssima Trindade: de Jesus, que ainda no seio de Maria, e por meio de Maria, já transmite suas benevolências e suas graças a quem visita, a Isabel; e do Espírito Santo, que inspira Isabel a reconhecer, sem qualquer aviso humano prévio, a presença no seio de Maria, do "seu Senhor"! Esta passagem, por si só, já é um testemunho eloquente de que Maria é uma mulher especial, "bendita entre todas as mulheres". Ora, estas são palavras ditas, não por Isabel, não apenas por sua boca, mas palavras divinas, manifestação do Espírito Santo, para todos os futuros cristãos. Quem pode negar autoridade, ao "Espírito da Verdade", que nos revela, por boca de Isabel, a grandeza de Maria? Isabel, cheia do Espírito Santo, ainda proclama Maria como "Bem-aventurada, aquela que acreditou..." (Lc 1,45 ou Lc 1:45). Da mesma forma que Isabel, todo cristão, que se diz "cheio do Espírito Santo", deveria ser capaz de louvar Maria como a "Bem-aventurada", merecedora, portanto, de todo seu amor filial, com a mesma força de amor com que Jesus, sem qualquer dúvida, amou e ama sua Mãe Maria. Desta análise, pode-se concluir por mais um título dado a Maria, pelo Espírito Santo, pela boca de Isabel: "Maria, Mãe do (meu) Senhor".
4. Bendita por todas as gerações
E não bastando a manifestação dupla da divindade, a própria Maria, ainda uma jovem de seus quinze anos, cheia do Espírito de Deus, "cheia de graça", como afirmou o anjo Gabriel, explode num canto de louvação e de exaltação a Deus pelas maravilhas que realizava nela: "Minha alma glorifica o Senhor, exulta meu espírito em Deus meu Salvador..." (Lc 2,46 ou Lc 2:46). Este canto, conhecido como "Magnificat" é, sem qualquer dúvida, divinamente inspirado e nele se lê e se ouve a proclamação extraordinária e profética em relação à humilde escrava do Senhor: "...doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lc 2,48 ou Lc 2:48). Maria, então, é proclamada pelo Espírito Santo, conforme o Evangelho, bendita e bem-aventurada entre todas as mulheres. Se Maria é uma mulher qualquer, ou comum, o é, de fato, por ser absolutamente humana e verdadeiramente mulher; mas é, ao mesmo tempo, como visto, uma Mulher superespecial! E sendo esta uma "palavra do Evangelho", uma "palavra de Deus", pode-se perguntar se não deveria estar sendo colocada em prática por todos os cristãos. Não seria o caso de "todos" os cristãos" estarem realizando esta profecia, nascida dos lábios de Maria, por influxo do próprio Espírito Santo? O que justifica que nem todos os cristãos coloquem em prática esta palavra do Evangelho?... O fato de alguém se dizer cristão e, apesar disto, não louvar Maria, proclamando-a "feliz", "bem-aventurada", deveria provocar nessa pessoa um sério questionamento: estou vivendo uma vida cristã verdadeira e completamente evangélica?...
5. A Intercessora de Caná
No Evangelho de João, Maria é apresentada, no episódio das bodas de Caná, como uma mulher tão especial que é capaz de alterar a "hora" do Senhor, isto é, os planos de Deus para Jesus. Pois apesar de Jesus recusar fazer algo, diante do alerta de sua Mãe, esta dirige-se aos empregados e lhes pede: "façam o que ele mandar". E Jesus, rendendo-se ao desejo de sua Mãe, por seu grande amor filial, realiza o seu primeiro grande "sinal", seu primeiro milagre: transforma a água em vinho, num vinho de qualidade insuspeita. O Senhor alterou a "sua hora", a partir da intercessão de sua Mãe. Esta é apresentada por João Evangelista, portanto, como aquela que pode e quer colocar-se entre nós e seu Filho, em dupla missão: quer pedir por nós a Ele, e quer nos alertar, continuamente, a "fazer o que ele mandar". O Evangelho, então, claramente confere a Maria, um outro título: "Maria, Nossa Intercessora". Se Jesus é apresentado, pelo Evangelho, como nosso grande e único Intercessor diante do Pai, Maria é, por sua vez, apresentada como nossa intercessora diante de seu Filho. Que Mulher comum e especial é, ao mesmo tempo, a Mãe de Nosso Senhor Jesus! Um cristão que não reconheça esta verdade evangélica, pode se considerar um cristão de verdade? Pode se considerar um seguidor do Evangelho?...
6. A oração "Alegra-te Maria"
O Evangelho ensina aos cristãos algumas importantes orações, dentre elas o Pai-Nosso, considerada por muitos, como uma oração universal, isto é, que pode ser pronunciada por todos que creem em Deus. No entanto, outras orações existem, que se referem à sua Mãe: o "Magnificat " (Lc 2, 42-55 ou Lc 2:42-55) e – por que não? – a Ave Maria. Esta oração, embora muito rezada pelos cristãos católicos, é esquecida pelos demais cristãos. No entanto, ela é, em sua primeira parte, totalmente evangélica! Esta primeira parte baseia-se, inteiramente, no Evangelho de Lucas (Lc 1,28.42 ou Lc 1:28.42): "Ave (= Alegra-te) Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo! Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". Se esta parte é uma oração totalmente evangélica, como entender que muitos que se dizem cristãos e se dizem seguir o Evangelho, ignoram, completamente, esta passagem, que é "palavra de Deus"?... Ou se é evangélico, totalmente, ou não se é evangélico... Escolher o que seguir do Evangelho, e excluir aquilo com que não se concorda ou não se aceita, não é próprio de quem se diz cristão.
7. Maria como exemplo para o cristão
Maria deve ser imitada? Pelo Evangelho de Lucas, parece que sim, pois lá se encontra uma afirmativa que pode e deve ser aplicada a todo cristão: "E sua mãe conservava no coração todas essas coisas". A expressão "Essas coisas" refere-se aos acontecimentos da vida de Jesus. Portanto, Maria, nesse seu comportamento exemplar, deve ser imitada por todo aquele que se diz cristão e segue o Evangelho de Jesus Cristo: devemos guardar "no coração", isto é, colocar em prática, todas as palavras do Filho de Maria, todos os significados da vida de Jesus.
8. O Amor que lhe deve todo cristão
Amar Maria significa, então, para todo o cristão, amar seu Filho Jesus! Pois não há dúvidas de que Este A ame com todas as suas forças: pois sendo um Deus de Amor, não falharia no seu dever de amar aquela que lhe serviu de porta para sua encarnação, que o acompanhou desde de seu nascimento, por toda a sua vida pública, passando pelos seus sofrimentos e morte “de pé junto à cruz” (Jo 19,25 ou Jo 19:25), testemunhando sua ressurreição e a vinda do Espírito Santo, junto dos apóstolos, sendo presença discreta e marcante junto à Igreja nascente. E amar Jesus plenamente, portanto, não será possível, sem um amor igualmente explícito à sua Mãe, a quem Ele tanto Ama...
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