Era uma vez um menino que nasceu numa gruta onde só ele era a luz. Mas seus pais refletiam essa luz como os espelhos mais polidos. E o ambiente, embora muito pobre, na verdade, miserável, transformava-se num aconchegante lar. Porque o que faz um lar não é a presença de coisas bonitas, mas a presença de pessoas capazes de ver beleza nas coisas mais simples; capazes de, mesmo sem entender, acolher os planos do Senhor da vida, como faziam os pais desse menino.
Essa Luz cresceu em potência e alcançou os lugares mais distantes, os corações mais tenebrosos, as vidas mais frias, dando-lhes luminosidade e calor.
E cada pessoa atingida por essa Luz do menino da gruta tornava-se, ela própria, também luz para iluminar o mundo. Assim as pessoas passaram a enxergar, nos ambientes agora mais claros, porque iluminados pela Luz do menino da gruta, rostos mais bonitos, ambientes mais acolhedores, e vida com mais esplendor. A felicidade, antes uma ideia distante, por poucos alcançada, agora tornava-se mais visível, pela Luz do menino da gruta, e já era alcançada por muito mais gente!
Muita coisa mudou ao receber a luz do menino-luz. Sob a luminosidade desse menino, que crescia em “estatura e sabedoria, diante de Deus e dos homens”, as pessoas também cresciam na compreensão da Fonte de toda Luz, de onde emanava a própria luz do menino. E essa nova compreensão transformava as relações: de ódio para perdão e acolhimento; de inveja para alegria pela felicidade do outro; de exploração para solidariedade e fraternidade.
As pessoas descobriram que eram como que cegas antes do aparecimento daquela luz na gruta de Belém. E que agora estavam enxergando um mundo mais bonito, mais gostoso de se viver, com valores renovados. Não que não existissem tais valores, mas estavam na escuridão da ignorância das realidades luminosas da vida plena. Com a luz do menino da gruta, tudo foi renovado. Uma nova criação surgiu, sem que nada, objetivamente mudasse. Mas mudavam os corações, agora iluminados, agora iluminantes, agora transformados em corações mais sensíveis, capazes de ver nos outros, verdadeiros irmãos, verdadeiros amigos, verdadeiros filhos de um mesmo Pai.
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