Neste mês, a reflexão é sobre a
vivência do tão fundamental, belo e abençoado sacramento do Matrimônio. São
propostas algumas definições e colocados alguns aspectos práticos importantes
para que tal vivência seja a mais produtiva e útil para o bem dos cônjuges.
INTRODUÇÃO
O Matrimônio é o único sacramento
da Igreja Católica que, diferentemente dos demais, não precisa do padre para
que aconteça. Ele é, apenas, a testemunha oficial da Igreja. Os noivos, juntos
com a assembleia dos fiéis, são os elementos essenciais.
CASAMENTO CIVIL
O Casamento civil é a união de
duas pessoas, de sexos diferentes, que queiram viver juntas, às próprias
custas. No entanto, é um desafio muito grande para duas pessoas tão diferentes,
fracas, falhas e pecadoras...
MATRIMÔNIO CRISTÃO
Este já é a união de duas pessoas
cristãs com a Trindade: o Pai, o Filho e o Espirito Santo. Tornam-se “uma só
carne” pois, como se lê no Gênesis (2, 21-24): “Carne da minha carne...”. Sem a
força do Espírito Santo, é muito difícil que o matrimônio suporte tantas
pressões e tentações do mundo. Pode-se dizer que o casal formado pelo
matrimônio passa a ser constituído por mais do que duas pessoas: a terceira é Cristo! Sem a presença do Senhor
na vida de cada cônjuge, é muito difícil que o “amor supere todas as
diferenças”.
Para que se tenha a certeza da
presença do Senhor na vida do casal, há que se criar o hábito da oração diária,
persistente, e da participação nos sacramentos da Igreja, especialmente, na
Eucaristia.
INSTITUIÇÃO DO MATRIMÔNIO
É próprio Cristo quem institui o
matrimônio cristão, conforme o Evangelho de S. Mateus (19, 5-6). Jesus deixa
claro que o matrimônio é indissolúvel, é para sempre! Quem se casa na Igreja,
portanto, deve estar consciente de que está assumindo uma relação que deve ser
para toda a vida do casal! Não é algo que se possa anular por algum motivo de
capricho humano.
VALIDADE DO MATRIMÔNIO
O matrimônio cristão, para ser
válido – e, portanto, para toda a vida! – deve acontecer segundo os critérios
de liberdade, conhecimento e sinceridade. E deve ocorrer num ambiente de
comunidade cristã. Daqui a necessidade de se ter uma testemunha da Igreja
durante a celebração, de se terem os padrinhos e de se terem os convidados:
parentes e amigos dos nubentes.
Importantíssimos são a liberdade
de cada noivo e o conhecimento suficiente de um em relação ao outro: não sendo
satisfeitos tais critérios de liberdade e conhecimento, pode o matrimônio
padecer de nulidade na raiz, isto é, embora tenha acontecido com todas as
aparências de um verdadeiro matrimônio, carece dos fundamentos necessários.
Estar casando-se por conveniência social, por desejo de sair de casa, ou sem
conhecer bem o noivo ou a noiva, incorre-se num erro fundamental que impede a
validade do matrimônio.
SIMBOLIZA A UNIÃO DE CRISTO COM A
IGREJA
S. Paulo deixa claro que o
matrimônio cristão é uma imagem da relação entre Cristo e a Igreja. Assim como
Cristo ama a sua Igreja, o marido deve, igualmente, amar a sua esposa. E, assim
como a Igreja deve ser fiel a Cristo, deve, também, ser fiel ao seu marido. Mas
é claro, que tais papeis sexuais podem ser invertidos: o que vale para o
marido, valerá para a esposa, e vice-versa.
A QUE SE DESTINA O MATRIMÔNIO
É destinado ao bem e à felicidade
dos cônjuges e à educação cristã dos filhos. Veja-se, portanto, que o
matrimônio cristão é destinado a duas grandes e nobres funções, e não só a uma:
a felicidade do casal. A procriação e a educação cristã da prole constituem a
segunda, e importantíssima, função e destinação do matrimônio cristão.
O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO NA
PRÁTICA
Pode-se afirmar que, na prática,
o sacramento do matrimônio é...
– um caminhar, juntos, na
sociedade e na solidariedade;
– um caminhar, juntos, na fé,
contanto com a graça do sacramento;
– um caminhar, juntos, “na
alegria e na tristeza, na saúde e na doença...”;
– um caminhar, juntos, na
educação dos filhos;
– um caminhar, juntos, para dar
testemunho do que ele simboliza: a união de Cristo com a Igreja.
COMO VIVENCIAR BEM O MATRIMÔNIO
O matrimônio, para dar frutos de
felicidade conjugal e educação cristão, efetiva, dos filhos, deve basear-se...
– na oração pessoal, a dois e em família;
– no afeto mútuo, como que de
dois eternos namorados;
– no respeito: “... amando-te e respeitando-te todos os dias...”;
– no diálogo verdadeiro, onde as
verdades são ditas, oportunamente, com muito amor;
– na humildade, onde se reconhece
que, numa briga, os dois têm sua parcela de culpa;
– na caridade, em que se
reconhece que “somente o amor constrói”;
– na paciência, quando se aceita
que esta virtude é essencial na
relação a dois;
– na vivência dos demais
sacramentos da vida cristã, especialmente, na Eucaristia frequente;
– na fidelidade, não só em
relação ao cônjuge, mas, também, em relação aos filhos, à Sociedade e a Deus;
– na capacidade de perdoar: “...
e perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
CONCLUSÃO
O Sacramento do Matrimônio é um
grande desafio à vida do casal cristão, mas que pode ser vivenciado com
harmonia se nos abrirmos à Graça santificante de Deus. Esta graça ilumina a consciência
dos cônjuges e os ajuda a orientar sua conduta de acordo com a melhor para o
bem do matrimônio. E a vivência harmoniosa do Sacramento do Matrimônio é um
importante testemunho cristão do amor de Cristo pela sua Igreja e pela
humanidade.
Uilso Aragono. (ago. de 2018)
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