A propósito do Dia da Ação pelo Esperanto - Língua Internacional (15/dez.), aqui vai um artigo que escrevi e foi publicado no jornal A Gazeta, Vitória - ES, em 2007.
Todos os idiomas do mundo são artificiais! Independentemente de serem étnicos ou terem sido planejados por alguém, todo idioma é uma criação artística da mente humana. Um idioma étnico somente aparenta ser “língua natural” devido à sua evolução natural. No entanto, tais idiomas, justamente por essa evolução natural, desenvolveram características lingüísticas muito pouco naturais... As variações fonéticas de uma mesma letra, o excesso de rigor na ordem das palavras na frase, os verbos irregulares, o excesso ou falta de acentuação das palavras, a falta de lógica na sua formação, tornaram as línguas étnicas muito difíceis de serem perfeitamente dominadas, até mesmo pelos seus falantes nativos.
Pode-se perguntar se tais dificuldades de um idioma étnico não poderiam ter sido superadas pelas suas respectivas academias lingüísticas. Excetuando-se pequenas intervenções, as academias pouco puderam fazer: os idiomas étnicos permanecem marcados por características de complexidade, ilogicidade e rigorismos gramatical e morfológico.
Essas últimas características não desqualificam ou desmerecem qualquer idioma! Este é como uma obra-de-arte: sempre se pode apreciar sua beleza! Para o estrangeiro, no entanto, tais dificuldades são uma barreira quase intransponível. E para as relações internacionais? A solução definitiva é a decisão racional pela utilização de uma língua planejada, estruturada para ser internacional: simples, lógica, flexível e etnicamente neutra – a segunda língua para todos os povos! Esta língua já existe há mais de um século: é o Esperanto, idioma iniciado pelo médico e lingüista polonês L. L. Zamenhof. Este é o idioma mais “natural”, porque elaborado para atender à natureza universal da mente humana que requer lógica, simplicidade, coerência, assimilação generalizadora, flexibilidade.
Por que o mundo, que tanto necessita de uma verdadeira língua internacional, étnica e politicamente neutra, ainda não o adotou? A resposta, de uma maneira simples, está associada a características “naturais” do ser humano: inclinação a um conservadorismo exagerado e a preconceitos mais ou menos inconscientes.
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