quinta-feira, 30 de maio de 2024

SÃO JOSÉ NÃO FALHA: PRECISAMOS DE CEM RENAS!

O texto abaixo é tirado da Referência citada (ao final) e conta um milagre ocorrido em 1917 numa estação missionária chamada São José, do norte do Canadá, por intercessão do Santo.

Um vento tremendamente gelado sopra por sobre o Grande Lago dos Escravos, no norte do Canadá, e uiva furioso em torno da estação missionária São José. Centenas de crianças índias, porém, recolhidas no orfanato dos Oblatos, pouco se preocupam com o companheiro selvagem lá fora. Estão acostumadas ao frio e às tempestades.

Muito mais que o rugir dos elementos, incomoda-as o ronco de sua barriguinha vazia. Em março de 1917, a missão enfrentou uma grande provação. A pescaria do outono havia sido muito magra, a caça às renas foi nula, uma vez que os rebanhos se retiraram para outras paragens. As pobres Irmãzinhas não sabem mais com que matar a fome de seus pupilos.

À tarde, os garotos sentam-se no refeitório, e engolem ávidos o pedaço de peixe que a Irmã lhes distribui.

– Por que os Irmãos não apanharam mais peixes? – Resmunga um deles, que já dera cabo de sua porção, mas a fome continuava reclamando.

– Não é culpa dos Irmãos, menino, explica Pe. Duport. A culpa é de vocês, se as panelas estão vazias.

– Nossa culpa, como? – admira-se o pequeno índio.

– Sim, a culpa é de vocês. E eu estou zangado com vocês. Por quê vocês não rezam com mais devoção a São José, nosso padroeiro? Pensam que ele iria deixar vocês com fome, se lhe gritassem bem forte nos ouvidos?

Os garotos arregalaram os olhos, olhando-se perplexos, e prometeram reparar a falta e rezar com toda força a São José.

– O que a Irmã acha? Quantas renas precisaríamos para enfrentar a época mais dura da fome? – perguntou o padre à superiora.

– Uma centena pelo menos! responde categoricamente a religiosa.

– Então São José precisa nos arranjar cem renas! Estou convencido de que ele há de atender à oração das crianças. Amanhã começamos a novena!

Ao nono dia da oração, o Superior manda chamar dois índios da tribo da Faca Amarela, caçadores práticos, e lhes ordena secamente:

– Atrelem os cães e se mandem logo à caça! Tragam cem renas!

 – Renas? Onde há renas por aqui, padre? – sacodem os ombros os incrédulos índios. – Não mataremos é nenhuma, isto sim!

– Deixem de lero-lero, gente. Aprontem-se e toquem pra frente! As crianças sofrem fome!

– O Grande Espírito deve ter transtornado a cabeça do padre branco! – dizem entre si os Facas Amarelas, ao encilharem os cães aos trenós.

– Não vamos ver nem rabo de rena.

Mas vão. A umas milhas do convento topam realmente com enorme manada de animais, que vem se dirigindo para o lago gelado. Os índios empunham as armas e desandam a disparar o quanto der. Dos espécimes que tombaram, contam 103.

Depressa carregam nos trenós, retornando à estação missionária, onde a petizada os recebe com estrondosa algazarra.

– Encomendamos cem. Três São José acrescentou de lambuja, conferem todos, radiantes de satisfação. Primeira vez, desde semanas, que os garotos comeram à vontade e com a barriguinha farta foram para a cama, sem se esquecerem de antes ir agradecer, do fundo do coração, a São José pelo bondoso milagre. (Revista Stadt Gottes.)

Referência: Livro:  Weigl, A. M. São José não falha: 100 histórias de São José, Edições Rosário, Curitiba, 1994, p.8.

Uilso Aragono (maio de 2024)

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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