Algumas pessoas costumam dizer que a missa católica não é bíblica! É
uma afirmação totalmente destituída de verdade, pois se há alguma celebração
cristã mais bíblica do que a missa, está para ser criada! O artigo a seguir
mostra cada parte da missa e sua ligação com os textos bíblicos.
1.
RITOS INICIAIS
1.1.
Bênção inicial
A missa católica
se inicia pela benção "em Nome do Pai do Filho e do Espírito Santo", exatamente
como as palavras de Cristo quando, ao final do Evangelho de Mateus, envia os
discípulos: "Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos,
batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19).
1.2.
Ato penitencial
O ato penitencial é um momento em que os fiéis são
convidados a reconhecerem-se pecadores e desejosos de conversão, exatamente
como o início do Evangelho de Marcos apresenta Jesus clamando: "O tempo já
se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no
Evangelho" (Mc 1, 15).
A assembleia, em resposta ao padre, repete, por três
vezes, a expressão: Senhor, tende piedade de nós! Isto acontece a exemplo do
que se vê na Bíblia, quando o fariseu e o cobrador de impostos estão rezando no
Templo, e este último assim se expressa: "Senhor, tende piedade de mim
porque sou pecador" (Lc 18,13).
1.3.
Hino de louvor
Estando os fiéis preparados para apresentarem-se
diante do Senhor, após o ato penitencial, todos são convidados a cantar em alta
voz, como o fizeram os anjos aos pastores proclamando as glórias do Senhor:
"Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele
amados" (Lc 2,14).
2.
LITURGIA DA PALAVRA
A liturgia da Palavra é a parte da missa em que os
fiéis, já preparados e já tendo glorificado a Deus, juntamente com seus anjos,
põem-se a escutar atentamente a proclamação das leituras bíblicas.
A primeira leitura bíblica a ser proclamada é,
normalmente, extraída do Antigo Testamento, e os fiéis a escutam assentados.
A segunda leitura é a proclamação ou,
preferencialmente, o canto de um dos Salmos bíblicos, em que um refrão é
extraído e cantado entre as demais partes do salmo escolhido. A assembleia,
assentada, acompanha o canto do salmo, cantando seu refrão.
A terceira leitura é, normalmente, extraída do Novo
Testamento, sendo uma das cartas dos apóstolos, ou os atos dos apóstolos, ou o Apocalipse.
A quarta leitura é um texto dos Evangelhos, que é
acompanhado pelos fiéis, agora, em pé – em atitude mais atenta e pronta a
seguir a ordem do Senhor: "Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a
todos os povos" (Mc 16,15). Esta leitura, feita pelo presidente da
Celebração – normalmente, o padre – é precedida, sempre, com os fiéis já em pé,
por um canto de aclamação que é, normalmente, um canto de Aleluia, o que
significa: um canto de alegria e de ação de graças pelo qual se louva, se adora
e se bendiz a Deus.
Após esta leitura, o padre faz a sua homilia, buscando
esclarecer e orientar os fiéis em sua compreensão das leituras, que são,
normalmente, escolhidas previamente, para toda a Igreja, e que mantêm uma
relação entre si, no que tange à mensagem que se quer ressaltar.
3.
LITURGIA EUCARÍSTICA
A liturgia eucarística é a parte da missa em que o
padre, seguindo uma oração eucarística previamente escolhida, dentre as várias
possíveis, vai enunciando louvores, orações e petições a Deus, em nome de Jesus
Cristo. A parte central é a chamada "consagração eucarística", em que
o pão e o vinho ofertados, tornam-se o Corpo (a Hóstia = Vítima) e o Sangue (o
vinho consagrado) de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme a crença católica e
seguindo as palavras estritamente bíblicas. Esta parte é retirada, dentre
outros textos, do capítulo sexto de João: "Eis aqui o pão que desceu do
céu: quem dele comer nunca morrerá" (Jo 6, 50).
Esta parte, que é central na missa, é constituída por
muitos textos retirados da Bíblia. Eis alguns deles:
3.1.
Hosana nas alturas
Em dado momento a assembleia entoa o mesmo cântico que
entoou para Jesus o povo na sua entrada em Jerusalém, antes de sua paixão e morte:
"Hosana ao Filho de Davi! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hosana
no mais alto do céu!" (Mt 21, 9).
3.2.
Consagração eucarística
Esta oração de consagração, em que os dons do pão e do
vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, está baseada nas palavras
dos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, além das epístolas de Paulo. Por
exemplo: "Isto é o meu corpo que será entregue por vós. Fazei isto em
minha memória" (Lc 22, 19); "Este cálice é a nova aliança do meu
sangue, que é derramado por vós" (Lc 22, 20).
3.3.
Amém, Amém!
Finalizando a oração eucarística, o padre expõe aos
olhos de todos a Eucaristia, o Cordeiro de Deus, a Vítima, a Hóstia, e todos
proclamam em alta voz ou cantam: "Amém, Amém", a exemplo do que fazem
os anjos diante do trono, para adorar a Deus: "Amém! O louvor, a glória, a
sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso
Deus, para sempre. Amém!" (Ap 7, 13).
4.
COMUNHÃO
Na parte da comunhão eucarística, em que os fiéis
recebem o corpo e o sangue de Cristo, cumpre-se o que está na Bíblia, como já
visto acima: "Isto é o meu corpo que será entregue por vós. Fazei isto em
minha memória" (Lc 22, 19).
4.1.
Oração do Pai-Nosso
Esta oração, ensinada pelo próprio Cristo, é rezada
por toda a assembleia, em pé, e em uníssono, e está baseada no evangelho de
Mateus: "Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome; venha o
teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o
pão nosso de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos
nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal"
(Mt 6, 9-13).
4.2.
Oração pela Paz
Após a oração do Senhor, o padre reza: "Senhor
Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: "Eu vos deixo a paz, eu vos
dou a minha paz" (Jo 14,27). Não olheis os nossos pecados, mas a fé da
vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós que sois
Deus, com o Pai e o Espírito Santo. E todos respondem: Amém!
4.3.
Cordeiro de Deus
Um pouco antes de receberem a Comunhão, os fiéis
repetem, três vezes, a expressão: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo tende piedade de nós. Esta repetição é bíblica, pois é feito o que nosso
Senhor nos ensinou ao repetir, Ele mesmo, por três vezes, a mesma oração:
"Se Te é possível afasta de mim este cálice. Mas não se faça a minha
vontade, mas a Tua" (Mt 26,39). A repetição aparece no versículo 44: "Deixou-os
e foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras" (Mt 26,44).
Após a consagração, e apresentando a Hóstia
Consagrada, o padre entoa as mesmas palavras ditas por João Batista ao anunciar
o Messias: "Eis o cordeiro de Deus", Aquele que tira o pecado do
mundo (Jo 1, 35). E a assembleia dos fiéis responde, em uníssono, e alta voz,
conforme se encontra no evangelho: "Senhor, eu não sou digno de que
entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo". Estas são
as palavras do centurião de Cafarnaum diante do Senhor: "Senhor, eu não
sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será
curado" (Mt 8,8).
5.
RITOS FINAIS
Os ritos finais são constituídos, basicamente, pela benção
final, que é dada a exemplo do que faziam os nossos Pais Abraão, Isaac e Jacó. A
bênção de Abraão está em Gênesis: "Dê-te ele, como também à tua
posteridade, a bênção de Abraão, a fim de que possuas a terra onde moras, e que
Deus deu a Abraão" (Gen 28,4).
CONCLUSÃO:
Como alguém pode afirmar que a
missa católica seja algo não bíblico? A profusão de citações bíblicas acima
dissipa qualquer dúvida quanto às origens bíblicas da Santa Missa Católica.
Amém!
Uilso
Aragono. (Novembro de 2016)