sábado, 31 de maio de 2025

JESUS NO ANTIGO TESTAMENTO – Parte II

 O Antigo Testamento (AT) está repleto de passagens que prefiguram a pessoa, a missão e a obra de Jesus Cristo. Como o próprio Cristo já ensinou: “As escrituras falam de mim”. No AT, portanto, não explicitamente, claro, mas como uma prefiguração, Jesus Cristo é anunciado como aquele que “vem salvar seu povo”. Abaixo, alguns textos comentados do AT que apontam para o futuro Messias, o Cristo Senhor, o Salvador Jesus Cristo.

Ageu 2,6-9

Porque assim diz o Senhor Todo-Poderoso: ainda um pouco tempo e eu sacudirei o céu e a terra, o mar e o continente. Sacudirei todas as nações. Então afluirão as riquezas de todas as nações e eu encherei este tempo de glória.  – diz o Senhor Todo-Poderoso. A mim pertence a prata! A mim pertence o ouro! – oráculo do Senhor Todo-Poderoso. A glória futura deste templo será maior do que a passada, – diz o Senhor Todo-Poderoso. E neste lugar eu concederei a paz – oráculo do Senhor Todo-Poderoso.

Essa passagem traz a promessa da restauração do Templo e, simbolicamente, da linhagem do Rei Davi. A restauração do Templo pode ser vista como figura das palavras de Jesus: “Em três dias eu o reconstruirei”, referindo-se à sua poderosa ressurreição. Por isso o Profeta diz: “A glória futura deste templo será maior do que a passada”.

 Malaquias 3,1-4:5 

Eis que vou enviar o meu mensageiro para que prepare um caminho diante de mim. Então, de repente, entrará em seu templo o Senhor que vós procurais; o Anjo da aliança, que desejais, eis que ele vem Todo-poderoso. diz o Senhor. Quem poderá suportar o dia da sua chegada? Quem poderá ficar de pé, quando aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia das lavadeiras. E se assentará aquele que funde e que purifica; ele purificará os levitas e o acrisolará como ouro e prata, e eles se tornarão para o Senhor aqueles que apresentam uma oferenda conforme a justiça. A oferenda de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos passados. Eu me aproximarei de vós para o julgamento e serei uma testemunha rápida contra os adivinhos, contra os adúlteros, contra os perjuros, contra os que oprimem o assalariado, a viúva, o órfão e violam o direito do estrangeiro, sem me temer diz o Senhor Todo-poderoso.

 

Embora este texto também possa ser lido como um anúncio do mensageiro que prepararia o caminho do Senhor (João Batista), ele prefigura e preanuncia os dias de poder do Senhor Jesus sobre a Terra. Fala de suas ações e palavras de cura e de purificação; de uma oferenda que seja verdadeiramente agradável ao Senhor, porque Jesus, e somente Ele, fará, realmente, a vontade do Senhor: o “sacrifício” que lhe agrada de verdade!

 Is 9,1.2

O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz. Sobre os que habitavam a terra da sombra, brilhou um luz. Multiplicaste o seu júbilo, fizeste crescer a alegria. Eles se alegram diante de ti, como quem se alegra na colheita, como os que se regozijam na divisão da presa.

Que grande luz poderá ser essa, senão a luz de Jesus: “Quem ouve minhas palavras não anda nas trevas...”. O povo se alegrou com a aparição de Jesus, com seus milagres, com suas palavras autênticas, que eram como poderosa e verdadeira luz para o povo que “caminhava nas trevas”. Para quem poderiam estar dirigidas tais palavras do Profeta, senão a Jesus?

Is 9,5

Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado. Ele tem a soberania sobre seus ombros e será chamado: “Conselheiro admirável, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da paz”.

Essas palavras do Profeta Isaías são, claramente, uma profecia sobre o Messias, que será “um menino” nascido “para nós”. E tais títulos são, reconhecidamente aplicáveis a Jesus, o verdadeiro e único Príncipe da Paz: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não a vos dou como a dá o mundo”.

Sl 40,6-8

Grandes obras realizaste, Senhor meu Deus; em maravilhosos desígnios para conosco ninguém se compara contigo. Quisera eu proclamá-los e divulgá-los, mas são tão numerosos que não os posso contar. Não quiseste sacrifício nem oferenda, mas abriste-me os ouvidos; não exigiste holocausto nem vítima expiatória. Então eu disse: "Eis que venho; no rolo do livro me foi prescrito fazer tua vontade, como tanto desejo, meu Deus, e ter a tua lei em minhas entranhas”.

O Senhor Jesus nunca quis nem enfatizou que Deus, Seu Pai, quisesse sacrifícios... Mas Jesus quis “abrir os ouvidos” e os corações do povo a Deus. E dizia Ele: “O meu sacrifício é fazer a vontade de meu Pai que está nos Céus”.

Is 61, 1.2

0 espírito do Senhor Deus repousa sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me para levar uma boa-nova aos pobres, medicar os homens descoroçoados, proclamar aos cativos a libertação e aos prisioneiros a abertura do cárcere, para proclamar o ano da mercê do Senhor e o dia da vingança para nosso Deus: para dar conforto a todos os que estão de luto, para entregar aos enlutados de Sião um turbante festivo em lugar do pó, óleo de alegria em lugar de luto, vestido de festa em lugar de espírito deprimido, de modo que sejam chamados "carvalhos da justiça, plantados para a glória do Senhor".

Na Sinagoga de Nazaré Jesus lê esse texto de Isaías que diz que o Senhor proclamará um ano de graças ao povo e Ele mesmo confirma que “Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos” (Lc 4,21). Esse acontecimento pode ser entendido como marcando o início do ministério público de Jesus, e em outras ocasiões o Senhor também esclarece que as Escrituras falam dele, como o Messias que haveria de vir ao mundo.

Referência: Citações da Bíblia Sagrada Vozes, Petrópolis, 1982.

Uilso Aragono. (maio de 2025)

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