sábado, 30 de janeiro de 2016

DIFERENÇAS OBJETIVAS ENTRE CATOLISMO E EVANGELISMO

Para esclarecimentos dos cristãos de boa vontade, e que estão sempre buscando a verdade, o texto a seguir tenta esclarecer, de modo muito objetivo, isto é, sem afirmações de valor, as diferenças que existem entre a Igreja Católica (ou Catolicismo) e as Igrejas Evangélicas (ou Evangelismo). Objetiva-se, com isto, ajudar a todos aqueles que se consideram cristãos, ou têm simpatia pelo Cristo ou pelo Cristianismo, mas ainda não se decidiram pela igreja à qual aderir, para sua vivência eclesial ou comunitária.

1. ORIGENS

O Catolicismo origina-se da Igreja fundada por Jesus Cristo, sobre o Apóstolo Pedro, conforme suas palavras bíblicas: “Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja”. No início, primeiros séculos da era Cristã, foi muito perseguida e era chamada de “O Caminho”, antes de firmar-se como Igreja Católica. Os seguidores de Jesus Cristo eram chamados, inicialmente, de “santos”, e só vieram a ser denominados de “cristãos”, conforme os Atos dos Apóstolos (Cf. At 11, 26 ou At 11:26), em Antioquia (As ruínas dessa cidade ficam perto de Halovaque, na Turquia moderna). Era a única Igreja Cristã até o ano de 1517 (décimo sexto século da Era Cristã), quando o então monge Martinho Lutero se revoltou contra as indulgências e protestou contra tais práticas, consideradas por ele como abusivas. Daqui surgiu o, inicialmente, denominado Protestantismo, hoje, Evangelismo.

O Evangelismo origina-se do protesto que fez o então padre Martinho Lutero, em 1517, quando divulgou suas teses em protesto contra a Igreja Católica, a quem acusava de muitos erros: doutrinários e de vivência prática (especialmente as indulgências). Em poucos anos, Zuínglio e Calvino, seus seguidores, discordaram de seus posicionamentos, e em pouco tempo novas igrejas cristãs começaram a surgir: igrejas Luterana, Presbiteriana, Batista, Metodista, etc. Desde então, as igrejas evangélicas – no início denominadas de protestantes – multiplicaram-se em variadas denominações. Hoje em dia, não se sabe o número certo das igrejas evangélicas.

2. FUNDAMENTOS

O Catolicismo fundamenta-se em três pilares: a Tradição, a Bíblia e o Magistério. A Tradição é entendida, basicamente, como sendo o conjunto dos escritos dos padres dos primeiros séculos da Igreja Católica – chamados de os “Padres da Igreja”, ou os “Santos Padres”. A Bíblia é o conjunto de livros sagrados, ou ditos “inspirados”, que a Igreja Católica foi coletando, selecionando e confirmando ao longo dos primeiros séculos, incluindo os livros sagrados dos Judeus, que passaram a ser denominados de Antigo Testamento, e os livros que foram sendo escritos nos primeiros séculos da pregação dos Apóstolos, denominados de Novo Testamento. O Magistério é entendido como o conjunto dos ensinamentos emanados pelo Papa do momento, sucessor de Pedro, e pelo conjunto dos bispos, entendidos como sucessores dos demais apóstolos.

O Evangelismo fundamenta-se em dois pilares: a Bíblia e a Fé, representados pelas duas afirmações em latim: “Sola Scriptura” e “Sola fide”, respectivamente. A Bíblia é entendida como sendo o fundamento suficiente da Igreja Evangélica, com interpretação relativamente livre entre as diversas denominações evangélicas. A Fé é entendida como sendo suficiente para que se pertença a uma denominação evangélica, ou à Igreja Evangélica.

3. SOBRE A BÍBLIA

A Bíblia Católica, ou do Catolicismo, é constituída, como já dito acima, por dois conjuntos de livros: o Antigo Testamento, constituído por 46 livros, e o Novo Testamento, constituído por 27 livros. Esta é a Bíblia como tem sido conhecida, traduzida e escrita em diversas línguas, especialmente pelos monges católicos ao longo dos séculos, de forma manuscrita, e publicada, de forma impressa, a partir do surgimento das impressoras de Gutemberg (século XVI). Foi escrita, inicialmente, em hebraico, aramaico e grego, passando a ser traduzida para o latim, e outras poucas línguas, já na época do império romano (a partir do terceiro século da Era Cristã). As citações bíblicas utilizam “vírgula” após os capítulos. Exemplo: At 11, 26, o que significa, capítulo 11, versículo 26.

A Bíblia evangélica (ou do Evangelismo) tem por base a única Bíblia já existente na época do surgimento do Evangelismo: a Bíblia católica. Tem, portanto, igualmente, duas partes: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. No entanto, por interpretação dos líderes iniciais do Evangelismo, optou-se por excluir sete (07) livros do Antigo Testamento da Bíblia católica, resultando em 39 livros para o Antigo Testamento da Bíblia evangélica. O argumento básico para a exclusão é que eles não foram escritos em hebraico, exigência dos judeus para serem considerados livros inspirados por Deus. Os sete livros retirados são: Baruc, Eclesiástico, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria e Tobias. As citações bíblicas utilizam “dois pontos” após os capítulos. Exemplo: At 11: 26, o que significa, capítulo 11, versículo 26.

4. SOBRE O CHEFE DA IGREJA

No Catolicismo, o chefe da Igreja é o papa, o sucessor do Apóstolo Pedro. O atual papa, o Papa Francisco, é o ducentésimo sexagésimo sexto papa da Igreja católica, lista que tem origem no primeiro papa, ou primeiro chefe da Igreja Católica, o Apóstolo Pedro. O papa, enquanto falando “ex-catedra” (pronuncia-se: 'eks cátedra'), isto é, de sua Cadeira, enquanto chefe efetivo da Igreja Católica, é considerado infalível – por especial assistência do Espírito Santo, com base nas palavras de Jesus “O que ligares na terra será ligado no Céu” –, mas apenas em matéria de fé e de moral. Os demais posicionamentos do papa podem ser contestados, embora merecedores da mais alta consideração. As principais decisões, especialmente em períodos de crise, são tomadas nos denominados Concílios, que é a reunião de todos os bispos da Igreja, presidido pelo papa. O primeiro concílio da Igreja Cristã, católica, conforme narrado no próprio Novo Testamento, por exemplo, ocorreu em Jerusalém, por volta do ano 48 da Era Cristã. Esclareça-se que o termo “católico” significa “universal” e passou a ser usado pela Igreja Cristã dos primeiros séculos da Cristandade, depois que o imperador Constantino, no século quarto (séc. IV, ano 313), suspendeu a perseguição aos cristãos e declarou-se, ele mesmo, cristão.

No Evangelismo, não há, propriamente, um chefe da Igreja Evangélica, até por quê, há muitas e independentes igrejas evangélicas. No entanto, cada uma tem a sua hierarquia, mais ou menos bem definida. Podem existir conselhos, convenções, federações, alianças e similares, em que são eleitos membros com poder de decisão sobre as principais questões levantadas no âmbito da igreja considerada.

(Continua...)

Uilso Aragono (jan/2016)

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Sou formado em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado na Univ. Federal de Santa Catarina e Prof. Titular, aposentado, na Univ. Fed. do Espírito Santo (UFES). Tenho formação, também, em Filosofia, Teologia, Educação, Língua Internacional (Esperanto), Oratória e comunicação. Meu currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787185A8

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