No campo da segurança contra acidentes
envolvendo pessoas, pode-se afirmar que quanto maior o conhecimento geral de
uma pessoa, mais segura ela estará. Dito de uma forma simplificada: conhecimento
é segurança!
Para comprovar tal afirmação, ou
constatação, alguns exemplos podem ser dados. Começando por meio de um exemplo
banal e facilmente compreensível. Se um indígena brasileiro, sem experiência
anterior, é trazido para a cidade grande e é deixado no centro da cidade,
sujeito a carros, bicicletas, motos, ônibus e semáforos, não é difícil imaginar
o enorme risco à sua integridade física em virtude de um iminente atropelamento.
Esse mesmo indígena estará sujeito a ser eletrocutado se subir em algum poste
de energia elétrica. E a queimar-se ao encostar a mão no reluzente e
superaquecido cano de escapamento de uma moto recém parada. Constata-se, claramente, a ligação entre
conhecimento e segurança pessoal contra acidentes.
Muitos acidentes têm acontecido
tendo como uma das causas o desconhecimento, por parte da vítima, acerca da
situação em que vivia no momento do acidente. Duas mortes de jovens ocorreram,
em intervalo de poucos meses, no mesmo Estado, Pernambuco, em virtude do desconhecimento
diante do uso mais seguro de uma simples chapinha (equipamento eletrodoméstico para
alisamento do cabelo). Se tivessem tido conhecimento anterior sobre a
importância de não se usar um equipamento elétrico com os pés descalços e,
ainda por cima, molhados, elas estariam mais seguras e, provavelmente, vivas...
Outra jovem foi vítima de choque elétrico fatal, em Santa Catarina, agora
envolvendo outro equipamento eletrodoméstico – o secador de cabelo – com o
agravante de ter morrido, também, no mesmo acidente, seu bebê, que estava ao seu colo no momento em que ela tirava
o aparelho, molhado, de dentro da pia...
A verdade é que o conhecimento,
em geral, torna as pessoas mais seguras. E esse conhecimento, de onde vem? Vem
do berço. Vem da escola... , ou deveria vir. O conhecimento é uma parte do
processo educacional. Portanto, quanto mais bem educada for uma pessoa, mais
segura ela estará diante dos riscos da vida. Não é possível aceitar-se,
passivamente, sem se fazer nada, o fato de um jovem de dezesseis anos – que não
é mais uma criança! – invadir uma subestação de energia elétrica, para resgatar
uma simples pipa, e receber uma descarga elétrica quase fatal!... Como se
explicar que um jovem adolescente não tenha informação, conhecimento básico, sobre
a eletricidade e seus sérios riscos? A esse respeito, parece que muitas pessoas
pensam que “alta tensão” ou “alta voltagem” seja alta porque está lá em cima,
nos fios desencapados do poste... Não têm conhecimento básico de que essa
expressão significa, na verdade, uma tensão elétrica de enorme poder
energético, capaz de torrar um corpo humano em caso de toque.
Quando é que a Sociedade vai se
convencer de que o conhecimento básico é algo que precisa ser oferecido a todos
os cidadãos, desde a tenra idade, como meio eficaz, como condição essencial, para
a sua segurança? Quando será que a Escola aprenderá sobre a importância e a
imperativa necessidade de orientar a aprendizagem de seus alunos no que tange
aos conhecimentos básicos que afetem a segurança da vida no trânsito, dentro de
casa, no trabalho e nas diversas dimensões da vida?
Que o ANO NOVO traga a todos os
cidadãos preocupados com uma Sociedade mais segura e mais feliz, mais luzes
sobre a consciência, para que esta perceba a necessidade de se buscar e de se
multiplicar o conhecimento, em geral, como forma, também, de segurança para
todos.
Uilso Aragono, dezembro de 2012